"Façamos o teste! Ponhamos dois homens, numa estrada deserta, caminhando em sentidos opostos: um de Norte para Sul, outro de Sul para Norte. Pois que estou seguro de que, depois das largas passadas que dêem a olhar um para o outro (cada um, primeiro, no horizonte do outro; depois cada vez mais próximos, cada um vendo o outro crescer), no momento em que se cruzam pelo menos acenam com a cabeça. Ou mais até: levantam o chapéu, dizem uma palavra ao outro, perguntam as horas, oferecem água, falam de onde vêem, para onde vão (não só geograficamente, talvez até de etiologia e escatologia!) - seguro é que não se ignoram".
* É a ideia que sempre me assoma quando diante destas palavras (pequeno tesouro que releio de tempos em tempos...). Esperança nos homens, na comunicação, no existir necessariamente com o outro.