domingo, 30 de setembro de 2012

Mulheres



"Mulheres", álbum Afro Disíaco (2003). NBC.

sábado, 29 de setembro de 2012

cinema na FDUP

Design: Teresa Chow

A programação do Cineclube da Faculdade de Direito da UP voltou, para o bem de todos nós. Com tão requintada oferta, sintam-se obrigados a ir. Obrigado.

terça-feira, 25 de setembro de 2012





Jerichow (2008), Christian Petzold.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

maneiras



"Maneiras (para Minus)" (não editado), Virtus (com Denise).

Um beat lindíssimo e uma letra deslumbrante (como são, sem excepção, todas as de Virtus) de amigo para amigo.

domingo, 23 de setembro de 2012

silent


Blackmail (1929), Alfred Hitchcock.


"Silent films remains the poor relation of its sophisticated offspring for many, particulary those in the media who should realise the difference. Perhaps one day soon silent cinema, to the broad mass of even the culturally aware, will at last come to be recognised for what it is - not sound film with the sound turned down but a theatrically vibrant form of cinema in its own right. As opera is to theatre, silent film is cinema with the emotions musically engaged - not a negation of reality but an emotionally enhanced version of it".

Neil Brand, "Working with Hitch", Sight & Sound, July 12, Volume 22, Issue 7, p. 36.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

literatura erótica

Se "literatura erótica" quiser dizer alguma coisa - pergunto eu, que tenho o Henry Miller como um grande e bom amigo desde os meus primeiros anos de faculdade -, o Musil - sim, o Musil - tem muita coisa para ensinar aos exploradores do género. Senão, vejam (reparem bem  - isto é delicioso - no contraste das imagens sugeridas com o assunto sobre que Ulrich perora):

"Bonadea teve de compor qualquer coisa na liga, e viu-se obrigada a olhar para Ulrich com a cabeça ligeiramente inclinada para trás, de modo que, escapando ao seu olhar, um mundo de contrastes emergiu à volta do seu joelho, feito de orlas rendadas, meias lisas, dedos tensos e o reflexo de pérola, relaxado e suave, da pele.
Ulrich apressou-se a acender outro cigarro, e continuou:
- O ser humano não é bom, é sempre bom. A diferença é enorme, compreendes? As pessoas sorriem geralmente perante esta sofística do amor-próprio, mas devíamos extrair dela a conclusão de que o ser humano é incapaz de fazer o mal, a única coisa que faz é poder produzir efeitos maus. A aceitação deste princípio pode ser o verdadeiro ponto de partida a uma moral social.
Bonadea voltou a alisar a saia com um suspiro, levantou-se e procurou acalmar-se com mais um golo do fogo de ouro pálido.
(...)
Sem saber bem como, Bonadea deixou cair um sapato. Ulrich curvou-se para o apanhar e o pé, com os seus dedos quentes como os de uma criança pequena, veio ao encontro do sapato que tinha na mão.
- Deixa lá, que eu calço! - disse Bonadea, continuando a oferecer-lhe o pé.
- Em primeiro lugar, há problemas de ordem psiquiátrica e jurídica - continuou Ulrich, implacável, enquanto da perna dela lhe subia ao nariz o odor de uma responsabilidade condicionada. (...)".

Robert Musil, O homem sem qualidades, I, Dom Quixote, 2008, p. 357.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

atalhos

Por transviadas conversas na terceira pessoa, falamos de nós e por nós. Até ao dia em que.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Um pai do século XXI

Então, filhinha? Já me sabes dizer a diferença entre a ginástica rítmica e a ginástica acrobática?

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A festa

Novo artigo sobre a grande celebração do hip-hop português do passado sábado, no Coliseu do Porto - ali em baixo, na rua.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Uma boa entrevista

Esta, do Sam the Kid, ao jornal i.


"Falaste de intervenção...
Desculpa, deixa-me só alongar mais um bocadinho. Vou-te falar de uma coisa que me deixou muito frustrado. Tem a ver com vocês, quer dizer, não contigo em concreto, mas com os media. Há dois anos, os Deolinda fizeram uma música, “Que Parva Sou”, ou lá o que era, e que foi um pretexto para os jornais fazerem uma reavaliação do que é a música de intervenção. Vi as revistas e os jornais todos e, no historial que fizeram, disseram que não havia uma música de intervenção desde o “Talvez Foder”, do Pedro Abrunhosa. Eu nem sabia que essa música era de intervenção.
E nada de hip hop?
Não houve ninguém que tivesse falado. E isso magoou-me mesmo a sério. Durante anos, quando éramos entrevistados, punham-nos na caixinha da intervenção, e nós a querer mostrar que também éramos mais do que isso e que púnhamos nas nossas músicas todo o tipo de emoções. Quando chegou a altura de fazer uma retrospectiva da música de intervenção no país, não estávamos lá? Nunca mais quero que um jornalista me pergunte se o que eu faço é intervenção, porque não sei o que é isso. Mando-os falar com os Deolinda".

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

última noite




"Última noite", álbum Eu Não das Palavras Troco a Ordem (2008). Nerve.

"O problema desta cidade é que eu não vejo o horizonte"

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Não era filósofo

"Não era filósofo. Os filósofos são seres violentos que, como não dispõem de um exército ao seu serviço, dominam o mundo encerrando-o num sistema. Provavelmente está aí a explicação para o facto de, nas épocas de tirania, ter havido grandes filósofos, enquanto as fases de civilização e democracia avançadas não conseguem produzir uma filosofia convincente, pelo menos a avaliar pelo desapontamento em geral manifestado a esse respeito. Por isso se pratica hoje a uma escala tão assustadora a filosofia em pequenas doses, de tal modo que as lojas são o único lugar onde se pode comprar alguma coisa que não vem acompanhada de uma visão do mundo; já quanto à grande filosofia, reina uma indubitável desconfiança".

Robert Musil, O homem sem qualidades, I, Dom Quixote, 2008, p. 346.


Apetece dizer: já nem nas lojas, já nem nas lojas... (a não ser para aqueles que não vejam no capitalismo uma filosofia - se isso fosse possível!)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

stay


"Stay", álbum Life is Good (2012). Nas.

love and death



Elena (2011), Andrey Zvyagintsev.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Para acabar com a cultura de um país

Lêssemos todos nós estes um, dois, três textinhos, e amanhã começaríamos tudo de novo. Pela cultura, claro.

reabilitar

"(...) a reabilitação urbana não salva um país, desde logo porque é mais cara. Há uma reabilitação que pega no edifício e lhe trata das mazelas, mudando a rede eléctrica e as canalizações, mas, se se mexe na estrutura, cai tudo. Isso acontece sobretudo em Lisboa, onde a construção do final do século XIX é muito má. E é proibido mexer na fachada, o que é um absurdo económico. Porque há uma reabilitação low-cost e outras naturalmente mais profundas. Além disso, o que dá unidade não são as fachadas todas iguais, na medida em que, ao longo dos tempos, sempre houve misturas, edifícios semelhantes e outros que se destacam. O que dá unidade é a qualidade do espaço público que as ordena, a sucessão de ruas, largos e praças. E perdeu-se essa cultura, que é mais importante do que os edifícios parecerem todos iguais, certinhos, como foram feitos. É muito mais importante que as ruas se prolonguem com a mesma qualidade.
(...)

(...) uma rua é tão importante como um edifício. E essa força pode vir só de um alinhamento de árvores, que, às vezes, tem uma papel semelhante à sequência de fachadas. Concluindo: o espaço tem forma e desenho, daí o erro de Corbusier, quando atacou a rua. Os limites entre rua e edifício são ambíguos. Um enforma o outro. Mas um precede o outro. Tudo ao mesmo tempo é excepção. E tal como os edifícios, as ruas também têm programa, que responde a necessidades colectivas que não podem ser resolvidas nos edifícios".

Nuno Portas, em conversa com Siza Vieira, Jornal de Letras, Ano XXXII, n.º 1093, 22 Agosto a 4 Setembro 2012, p. 7 e 8.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A culpa

Sob um dilúvio memorável, a nação, vergastando-se copiosamente sob o olhar atento de Deus, pergunta-se: porquê que o Cristiano está triste? Que mal Te fizemos, Senhor?

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

e a humanidade avança, calmamente, para a skypezação (2)

"Na sua prisão, o pobre homem não podia sonhar que aquele coração, curvado sobre a roupa interior de Diotima, batia por ele. A casa do director-geral Tuzzi não era muito longe do tribunal. De um telhado a outro, uma águia precisaria apenas de bater asas poucas vezes; mas para a alma moderna, que cruza sem qualquer esforço continentes e mares, nada é mais impossível do que encontrar a ligação com as almas que vivem ao virar da esquina".

Robert Musil, O homem sem qualidades, I, Dom Quixote, 2008, p. 304.

domingo, 2 de setembro de 2012

"My Gosh! Those opening chords are flooring me every time!" (youtube dictum)



"Risin' to the Top", álbum Changes (1982). Keni Burke.


Depois disto, também é obrigatório ouvir:



"Take You There", álbum The Main Ingredient (1994). Pete Rock & CL Smooth.




sábado, 1 de setembro de 2012

o melhor do filme da Delpy

2 Dias em Nova Iorque (2012), Julie Delpy.

É, il va sans dire, a Alexia Landeau (e este fotograma, em particular).

e a humanidade avança, calmamente, para a skypezação

4:44 Last Day on Earth (2011), Abel Ferrara.

Hoje, senti-me um pouco como o Cisco do filme do Ferrara.