domingo, 24 de fevereiro de 2013

Phoenix



"Phoenix", álbum Long. Live. A$AP (2013). A$AP Rocky.


"Bloody ink on my pad spelled suicide
Michael Jackson even passed cause you scrutinized
Fuck illiminati lies, say I’m lucified
Baptised in the gutter, motherfucker you decide
Cause the ride come with doors that be suicide
Or the thighs on my whores, they be super-sized
Good and bad having wars, nigga, choose a side
Now all hail to the Lord like you do to God
Who am I, Lord Flacko
Painting vivid pictures, call me Basquiat Picasso
Capo Head Hancho, now my following’s colossal
Ain’t no boxer, Pacquiao, but got the chopper en todo caso
It’s like you heard, God spoke
I’ve seen the ghetto gospel
The choir like my reefer and the preacher got my eyes low
Sister Mary Jane to make me see from singing high notes
The Bible or the rifle, goodnight folks

Bloody ink on my pad spelled suicide
Kurt Cobain even died cause you scrutinize
It’s a fine line between truth and lies
Jesus Christ never lied, still was cruficied
That’s why I never judge another nigga

(…)

Where do we lie?
Tell me where do we stand
Where do we go?
It’s all part of the plan"

sábado, 23 de fevereiro de 2013

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

amizade (2)

Creio que aquilo que queria dizer quando me referi à amizade "enquanto arte do conhecimento do outro e das suas diferenças, enquanto arte, portanto, da tolerância", era, em boa medida, o que Foucault chama, a propósito da disciplina que os gregos impunham para o corpo e para a fruição dos prazeres, de arte ou técnica da existência, isto é, como "prática reflectida de si", como "questão de pensamento, de reflexão e prudência", como "cuidado que atravessa a vida quotidiana" (História da Sexualidade, II, Relógio D'Água, 1994, pp. 123-125); como, enfim, um exercício permanente de aproximação e apalpação, em que a curiosidade pelo modo-de-ser do outro, pelo que é diferente de nós, coabita com o afecto e o carinho em que ele se expressa no mais banal ou excepcional dos gestos.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

niggas don't think



"Real Thinkers", álbum Longterm Mentality (2011). Ab-Soul.

"Mr. Ab Soulutely
More drive than the fastest hootie
More alive than a newborn unicorn in the sky
And I just get more fly by the second I wreck it
That immortality is not a myth or just a lie
'Cause every time I speak this thesis is justified
(...)
Niggas don't think
Niggas don't think
Niggas don't think

Understand exactly what it takes to be creative
And display greatness the dedication it takes
The time consumption the stakes if you say it ain’t high
That’s a blind assumption and open your eyes or something"

era doce e ainda não acabou("-se")

O Cineclube FDUP está a dar guloseimas. Lambuzem-se ali ao lado.

renúncia

Queria dizer "valha-nos Deus", mas, em vez disso, saiu-lhe, sem querer, ainda hoje continua sem perceber bem como, "falha-nos Deus", ou "falhas-nos, Deus", já nem certeza tem do percalço linguístico que uma mistura de tremeliqueira, do sempre perverso acaso e da dúvida originou. Por causa disso, disseram-lhe que havia perdido a fé e, em conformidade, decidiu renunciar. Por vezes, a fé nas normas coincide, precisamente, com a fé no divino, e, estando plenamente consciente de que é este facto que explica a abrupta secularização que o mundo em que vivia conheceu nas últimas décadas, concluiu que a sua renúncia, afinal, nada tinha de especialmente corajoso. "Renunciei não a Deus, mas, uma vez mais, à minha liberdade", lamentou.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

amizade

 
L'Appolonide: Memórias de um Bordel (2011), Bertrand Bonello.
 
 
Caminho Largo, um blog dedicado ao Cinema, lançou uma interessante iniciativa convidando alguns bloggers para escolherem, ao seu critério, três filmes e um realizador cujos tópicos e obra reflectissem/apelassem/trabalhassem o tema da Amizade.
Tive a honra e o prazer de ser um dos convidados para a iniciativa e, pese embora a natureza sintética das escolhas  - como assim pretendiam os autores do convite, cujo fito foi, sobretudo, o de deixar o flanco ao pensamento e à reflexão de cada um perante as escolhas dos outros -, creio ser conveniente fazer um brevíssimo comentário justificativo, sob pena de as mesmas poderem querer dizer tudo e não dizerem nada, especialmente quando o tema em causa é tão vasto e complexo.
Como não foram definidos critérios, nem rígidos nem flexíveis, à partida, decidi fazer uma selecção ditada unica e exclusivamente pela liberdade do gosto e por uma ou outra peculiaridade resultante da relação pessoal com a escolha em causa (é o caso do realizador eleito). Escusado será dizer que não tenho a pretensão de acreditar que estes filmes ou este realizador sejam, de facto, "os melhores" filmes ou "o melhor" realizador na representação de tema tão vasto como era o proposto.

 
A Eternidade e Um Dia (1998, Theo Angelopoulos)

A Amizade como inquebrantável esperança, como última salvação para a vida  - ao menos, espiritual - de um homem. Prova de que as relações humanas podem surpreender quando menos esperança (justamente) nela depositamos, ou quando pensamos já tudo ter vivido e nada mais de iluminante esperar para as nossas vidas - no caso, a personagem interpretada por Bruno Ganz não espera mesmo nada, pois já sabe, desde o início do filme, que irá ser internado em breve, muito provavelmente como destino final (fatal). No filme de Angelopoulos, essa vitalidade que a Amizade sempre encerra resulta do encontro entre um velho e uma criança, cujos contornos - nomeadamente, geracionais - lhe imprimem uma certa dimensão transcendental, como se de um milagre se tratasse: a dado passo, temos, de certo modo, a sensação de que este velho e esta criança são o último velho e a última criança no mundo, derradeiros seres humanos caminhando de mão dada e amparando-se mutuamente. A metáfora não é disparatada, pois nem um nem outro, ainda que por circunstâncias distintas, têm alguém - ele, velho e solitário, preso à dor da perda da mulher e condoído pelo alheamento da filha, vive na sua melancolia solipsista; a criança, por sua vez, é um emigrante desterrado num país sobre o qual nada sabe, senão a rejeição e a marginalidade. Deste circunstancialismo "geográfico" associado à questão da emigração se podendo extrair, ainda, uma outra putativa Amizade, a saber, a que une (pode unir) diferentes povos e culturas, o que tem ressonâncias acrescidas atendendo ao concreto contexto cultural em causa (a questão dos Balcãs, figurada pela criança, de nacionalidade albanesa - tema, de resto, por demais explorado no cinema de Angelopoulos).

 
L'Appolonide: Memórias de um Bordel (2011, Bertrand Bonello)
A Amizade como resistência, como instrumento de cumplicidade e ajuntamento humano contra a crueldade, a desumanidade, a miserabilidade - a amizade apesar de tudo. Com a particularidade de esse ajuntamento ser formado por mulheres, prostitutas, cujos laços resistem a toda e qualquer intrusão, seja no espaço físico onde vivem (a sua "casa", que é, em verdade, um bordel, onde, portanto, a noção de privacidade sob quatro paredes é, irremediavelmente, uma miragem), na intimidade, enfim, no corpo. Melhor cena para descrever esta circunstância - da amizade como forma de resistência e coesão - não poderia existir do que o passeio no campo (uma "folga" ao trabalho, que é como quem diz, uma "folga" a essa intrusão quotidiana).


Os Juncos Silvestres (1994, André Techiné)
 
A Amizade como complexidade, resultante não só do momento específico por que estes jovens passam (a adolescência, período de transformações e convulsões físicas e psicológicas, individuais e grupais), bem como das complicadas fronteiras (?) com que ela se confronta: as do amor e da sexualidade (no caso, hetero e homo). Ainda, uma complexidade ditada por um outro momento específico na existência daqueles jovens, o tempo da guerra (a guerra dos franceses na Argélia, então sua colónia) e as contingências que ela encerra sobre o indivíduo: além das dissonantes posições propriamente ideológicas que sobre ela se possam ter - e que estes jovem efectivamente têm (e que podem, logo por aí, minar uma amizade) -, avulta, mais do que isso, a separação, física, que a guerra proporciona entre as pessoas, seja ela entre amigos, pais de amigos, amigos de amigos, etc.: uma relação de amizade não se ressente, também, de algum modo, quando o irmão de um amigo nosso parte para a guerra?
Um manifesto anti-belicista e, reflexamente, um elogio à Amizade enquanto arte do conhecimento do outro e das suas diferenças, enquanto arte, portanto, da tolerância (toda a guerra é produto da percepção das diferenças e da sua sublimação).


Jacques Tati
Na falta de um realizador que me parecesse óbvio na missão de sintetizar o tema da Amizade, decidi arriscar ao máximo e libertar-me de quaisquer critérios rigorosamente cinematográficos, tomando o caminho da pura cinefilia e das minhas vivências pessoais. Escolho, por isso, Jacques Tati, porque é, para mim, um amigo muito especial, não fosse ele o maior responsável pela relação - de amizade, também (mas não só...), que é disso que se trata - que tenho com o Cinema. Tinha 7, 8 anos quando, levado pela mão do meu pai, entrei, pela primeira vez, numa sala de cinema (o velhinho Nun'Álvares, no Porto), para ver Há Festa na Aldeia (1949). Em scope. O início de uma fascinação, de um encanto que, com o tempo, se transformou numa relação intensa,  permanentemente dialéctica (aprender, reaprender), com essa coisa da "grande ilusão" (que, volvidos uns anos, tomando contacto com as novas vagas militantes, viria a sentir não ser tão "ilusão" assim - enfim, é a escola de André Bazin, cujos ensinamentos Godard cunhou naquele famoso statement do cinema como sendo a verdade 24 vezes por segundo, e todas as ideias que dela possam ser decantadas acerca do binómio cinema/realidade).
De resto, o cinema de Tati convoca algumas das características que mais podem ajudar a uma boa amizade: o desprendimento, a alegria, a ternura, enfim, o humor.

blessed



"Blessed" (com Kendrick Lamar), álbum Habits & Contradictions (2012). Schoolboy Q.


"I know the world got more problems and it's much bigger"

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Barbara (2)

 
Barbara (2012), Christian Petzold.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

this need we have

"Mar Diestro-Dópido: Could you talk about the character's need for stories in 'Tabu'? The second part is narrated by Ventura, and the images we see could be what he remembers, or what Aurora's African maid Santa or their neighbour Pilar imagines.

Miguel Gomes: I was really interested in working with that characters who appear quite normal but who have a huge desire for something, which is fiction. That's what we all share, isn't it? The characters share the same interest as the viewers in what Ventura - someone we hear might be a little bit crazy or senile - is going to tell us in the second part. And we are all listening, the viewers and the characters, and sharing at this moment a desire for fiction. So the second part is almost a gift to the characters and to the viewer; because it is not going to change either the characters'lives nor our lives as viewers, but it's literally a film that comes like a gift to fulfil this need we have for fiction, for cinema.
In this sense, Pilar is like a viewer and Aurora is already a film character. (...) But in the case of Pilar I told the actress [Teresa Madruga] to act like an astonished woman who looks at everything as if it was cinema".

Miguel Gomes, a propósito de Tabu (2012), em entrevista à Sight & Sound, September 2012, Vol. 22, Issue 9, p. 27.

Barbara







Barbara (2012), Christian Petzold.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

savoir faire



"Savoir faire", álbum C'est Chic (1978). Chic.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

django

Graças a Deus - ou ao Tarantino, que, inusitadamente, tem, por estes dias, um estatuto semelhante entre a população shoppingiana -, posso dizer que também já tive o meu momento de cinema "alternativo", "diferente", "culto" do ano.