domingo, 31 de março de 2019

duas amanhã





("Trapézio", 2018, Virtus)



"perceber se no trajecto
para onde vamos
também tem anos
acordei
ainda são duas da manhã
penso em nós como certezas...
se vamos ser duas amanhã"




sexta-feira, 29 de março de 2019

that's something





 
(Handsome Harry, 2009, Bette Gordon)
 
"It's possible that different minded folks can have a pleasing game of golf together. And in this world, that's something".

moving





(Luminous Motion, 1998, Bette Gordon)


"- Someday baby you know we will have?
- Give me a letter!
- H.
- Helicopter!
- A house! (…) A big, beautiful house with plenty of extra rooms so all your little friends can sleep over. Hell, we might need a second house up in the mountains so no one can bother us....
- Or in the jungle, where no one can find us!
- I’m serious, babe... Don’t you think someday we’ll settle down again? I mean, if that’s something we might want?
- You mean, stop moving? … Are you feeling ok?
- I’m just tired, babe.
 
(…)
 
Life was perfect then. Idyllic, as I later came to learn. Things never have to change as long as we just keep moving".
 

Marlene everywhere




 
(Anybody’s Woman, 1981 / Variety, 1983 / Bette Gordon)




(Spione, 1928, F. Lang)



(Alien, 1979, Ridley Scott)

Harriet Brown no ípsilon

 
 
… de há umas semanas já.
 
"Defeito, obviamente, nunca poderia ser: a profunda influência de Prince em toda a proposta do californiano de ascendência filipina Harriet Brown, em tempos estudante de arquitectura, é feitio que o próprio assume despudoradamente quando se afirma filho do génio dos saltos altos e de Sade. Algo que, já pressentível em 'Contact', LP de 2017 (roxa era a capa, pois claro…) que sucedeu à estreia em 'New Era EP' (2013), sai agora reforçado de 'Mall of Fortune', cuja marca vincadamente autoral, laboriosa (multi-instrumentalista, é Brown quem produz, arranja, toca, canta e escreve tudo aquilo com o que o ouvinte se depara), convive, por vezes de forma demasiado conflituosa, com essa omnipresente sombra de Prince (por definição, a sombra, se protege, também retira brilho)".
 
 

everywhere






 
(LP Cornelius Brothers And Sister Rose, 1972)
 
 
"My mama told me
She said:
'Son, please beware
There's this thing called love
And it's everywhere'...
(...)
It's too late to turn back now"... 

nothing was the same






(LP Nothing Was The Same, 2013)




Epá, e assim de repente, já fez 5 anos ("já"? mas não parece, até, que vai há bem mais tempo?...) o grande disco do hip-hop e R&B americanos dos últimos 10. Nothing was the same, de facto; nem o próprio, que não voltou a saber fazer um disco deste quilate (há uns fogachos aqui e ali, sim, como a “Finesse” do último disco, mas é só). Um autêntico disco “dono-disto-tudo”, i.é, inspiração de toda a new wave que ainda hoje ressoa por aí (se bem que entretanto tapada pelo trap mai...s convencional). Oh well: long live NWTS.
 
 
"Swanging, eyes closed just swanging
Same city, same friends if you're looking for me
Same city, same friends if you're looking
I'll be here just swanging
Don't talk to me like I'm famous
And don't assume cause I don't respect assumptions bae
I'm just tryna connect with somethin' baby"

I saw the light






 
(LP Something/Anything?, 1972)


"It was late last night
I was feeling something wasn't right
There was not another soul in sight
Only you, only you

...
So we walked along
Though I knew that there was something wrong
And a feeling hit me, oh so strong
About you

Then you gazed up at me
And the answer was plain to see
'Cause I saw the light
In your eyes
In your eyes"

terça-feira, 19 de março de 2019

Um filme é uma miúda e o seu olhar



No ípsilon de última sexta; retrospectiva de Bette Gordon a partir de dia 21 no Rivoli, no Porto:
 
"No noir, as mulheres são sempre objecto de um homem obcecado. Elas são o enigma, o puzzle, o objecto do olhar do homem. Ele deseja apanhá-las, submetê-las, amá-las. Eu quis ver o que acontecia se invertesse esses papéis: a mulher não é o objecto, antes o sujeito. É ela a investigadora, a detective, e o homem a figura enigmática. O que acontece quando é ela o voyeur que observa e persegue o homem?"
 
 

luz e mais luz

 
 
 
O miúdo dos grandes caracóis doirados e o seu novo álbum City Pop no ípsilon:
 
“Ultimamente, parece que estou 'hip' outra vez, sabes? No início de tudo, eu era ‘trendy’ ou coisa parecida, mas depois fiquei fora de moda porque a cena era mais os Depeche Mode, a New Wave, aquela cena negra e depressiva toda… Mas, nos últimos 3 anos ou assim, parece que voltou a ser ‘ok’ ser feliz outra vez! (...)". A ideia é interessante e Benny, depois de uma pausa, desenvolve-a: “Não consigo ...explicar por que razão as pessoas ‘querem’ ser felizes outra vez. Acho que é o zeitgeist, é para onde as pessoas estão a ir agora… Penso que é algo aleatório, na verdade. Todos os movimentos precisam de ter uma renovação... ‘After dark comes light again’, sabes? Mas que tipo de luz? Isso é o que nunca sabemos! Nunca sabemos em que dark ou em que light é que as pessoas vão pegar. E sim, talvez isto se possa explicar em termos políticos, vivemos tempos obscuros e tal, mas… não acho que seja o caso. Penso que é mesmo uma coisa aleatória! É muito difícil explicar por que motivo as pessoas gostam de determinado tipo de arte em cada momento, nunca o sabemos. Porque se o conseguirmos explicar, então, torna-se um tédio! A regra é a de que não o consigamos explicar”.
 
 

segunda-feira, 11 de março de 2019





(LP Searching For The Young Soul Rebels, 1980)

sexta-feira, 8 de março de 2019

segunda-feira, 4 de março de 2019

agendas, emendas



(LP 5-30, 2014)


"ela comenta,
lamenta e quer que eu a (a)guarde
enquanto
lentamente a saudade aumenta no quarto
e ela emenda
dá-me uma agenda e quer que eu (a)guarde
mas se eu me prendo
pode ser que me arrependa mais tarde
ou aprendo a gostar
ou tentamos tar
mais tempo a apostar na gente
ou sou exigente
ou dou-te um filho bastardo
mas eu sou mais - tarde no estúdio a investir
no meu futuro
estúpido pa existir
ser diligente
e eu adoro que
tu me adores sem o lençol no teu corpo
até fechar os estores há o meu sol
que vem da minha ponte
o risco da amargura
pôr toda a ternura em confronto
e ver-te numa moldura e para a ruptura
ainda não tar pronto
(…)
existe o medo que ela desista
e eu ficar o gajo chato que ela fala à sua nova conquista
que "os homens são uma merda" é o discurso que espalha
e nós só queremos que não nos caia uma dama toscaia
que nos distraia e mais tarde nos traia
que eu saia da saia da mãe e regresse ca tralha
agora é difícil encontrar alguém que me vicie
ficar calmíssimo até à calvície e tu grisalha
não foram precisos nós, entre nós havia um laço
até que algum de nós o violasse
e agora tentas mas não podes tirar o que passámos um dia
saudades das fotos que nós nunca tirámos, eu queria
e eu dispenso a desavença e perdemos a cabeça
e cada sentença vai sentir-se, a ver se eu diria
'queres um amigo ou um boy que te acompanhe?
queres estar comigo ou queres estar com alguém?'

(…)

a dúvida cai
como chuva grossa
o ânimo vai
mergulha numa poça
a minha esperança
trava na insegurança"

sexta-feira, 1 de março de 2019

one good woman






 
 
(LP Hallway Symphony, 1972)