quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

a minha galinha é igual à tua

Desde que Chavez ganhou o referendo que muita gente de orientações políticas diametralmente opostas à do Presidente da Venezuela têm lembrado ao mundo que a legitimidade na titularidade e exercício (porque, para todos os efeitos, Chavez dispõe dos dois) do poder político não serve para justificar tudo. E vão por aqui fora, acenando furiosamente com os casos de Hitler, Mugabe e outros. Fazem-no como se de um raciocínio sectário super esclarecido se tratasse.
Esquecem-se que para qualquer indíviduo, qualquer que seja a sua orientação política dentro de um espírito de uma sociedade aberta e democrática, o que Chavez está a fazer é repugnante.
O meu sincero desejo é que Chavez perca nas próximas eleições e que o próximo presidente, quem quer que ele seja, proceda a uma imediata revisão constitucional, repondo novamente a limitação de mandatos.

6 comentários:

  1. quando ele fizer eleições e perder, muita gente que anda aos gritos com o facto de ele não ter nenhuma das legitimidades, vai fechar-se em casa a ver se o assunto passa, para não passarem vergonhas tremendas. :P

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  2. Eu não gosto muito, para não dizer nada, do senhor, mas acho que muitas vezes tentamos ver as coisas demasiado com os nossos olhos. O modelo democrático não inquestionável em todo lado. Países como a Venezuela têm tradições democráticas muito recentes e muito pouco democráticas.

    A Venezuela não é Portugal e se hoje é um país relativamente desenvolvido e sem casos de pobreza extrema generalizada é também por causa do Chavez.

    Eu detesto ter de ser eu a fazer este papel de "Advogado do Diabo" em que o Chavez é o último, mas acho que se tem pintado o homem como um monstro que ele, ao que sei, não é.

    É um ditador. Não é um sujeito simpático para os opositores. É megalómano. É populista e demagogo. Mas também tem as suas virtudes, os seus projectos e tem conseguido os seus resultados.

    Compara-lo com Mugabe, Hitler, Estaline, ou até mesmo Fidel parece-me muito exagerado.

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  3. O que pensaríamos se fossemos venezuelanos? É como diz o Ary, "muitas vezes tentamos ver as coisas demasiado com os nossos olhos".
    Com honestidade, é difícil tomar uma posição, de parte a parte parece tudo demasiado fabricado. Nunca estive na Venezuela, mas gostava, pelo menos para poder observar com os meus próprios olhos, sem ecos.
    Com isto tudo só é pena que se esqueça a situação do Haiti, do Peru, de El Salvador, enfim.

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  4. Ary e Txikia,

    Estamos a falar de coisas diferentes.
    Eu não me estou a referir às políticas economico-sociais de Chavez e aos seus resultados. Que existem e eu os reconheço. E aplaudo.
    Mas o que este texto versa é outra coisa, e acho que vocês o compreendem. Num sistema democrático, por maior que seja o progresso, este deve andar lado a lado com a renovação, a não-perpetuação, a transparência. Isto, para mim, é indiscutível. Para Chavez, não.

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  5. Isto tem muito de cliché, ou se calhar nem tanto.
    Se Chávez tivesse a mesma política "social" mas não se colasse a "vultos" como o Fidel, procurando a sua legitimação ideológica em tipos da direita radical, já tinha sido mais que crucificado pela opinião pública europeia.

    Na verdade, vendo bem, agarra-se este senhor ao nacionalismo mais bacoco, À ideia de Estado, de uma grande Venezuela predestinada À vitória. Curiosamente, não encontramos aqui camisas negras nem lhe chamam duce. Ai dele se ousasse tanto...

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