sábado, 11 de dezembro de 2010

o bom selvagem para as urtigas

Sobre O Idiota, de Dostoiévski (num brasileiro muito mal escrito e por mim retocado - fonte: http://pt.shvoong.com/books/novel-novella/1950663-idiota/):

"Ora, o que torna mais penosa a leitura desse livro, fora as mais de 600 páginas e discussões filosóficas, políticas e econômicas que o autor desenrola com paciência, é o fato de você não suportar a bondade do príncipe e, em certos momentos, se dá conta disso. Ora, ser contra a bondade? Por mais extrema que ela possa ser (o perdão, o amor), certas capacidades humanas de que nós tanto reclamamos a falta, de repente, ultrajam-nos de uma maneira tão vil.

Existiram momentos que eu pensei que o príncipe podia quebrar a cara de um, se vingar de outra, ou mandar uma pessoa para o inferno. E eu queria isso porque, naquele momento, perdoar para mim era um ultraje ao… orgulho. E quando eu me percebi pensando isso, foi aí que eu tive a certeza que o ser humano não tem a capacidade de fazer a bondade de uma maneira plena sem que, para isso, exista muito esforço dele numa renuncia dos instintos que nos controlam disfarçados sob o manto da civilização, seja lá o que isso signifique.

Mas a genialidade de Dostoiévski não está aí. A genialidade está em você, ao final de tudo, perceber que ele mostra que idiotas são aqueles que rodeiam o príncipe, com seus atos contraditórios e egocêntricos, em tudo tão parecidos a nós.

No final você percebe que os idiotas somos nós".

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