Da minha janela vejo o Bósforo todos os dias: divisões e correntes, agitações e marés. Tal como no homem, tal como no mundo.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Les Dames du Bois de Boulogne (1945), Robert Bresson.
O melhor deste filme de Bresson é, vejo agora, o facto de ele próprio, no final, contrariar, radicalmente, o que é dito nesta cena, uma das primeiras do filme. Porque será no final que a possibilidade do amor verdadeiro, incondicional, virá ao de cima e se consolidará, provando, então, que sim, que there is a thing such as love.
É como se o filme se falseasse a si mesmo, como se fosse uma contradição nos termos, com o objectivo de primeiramente (se) enganar para, depois, revelar o certo, o bem.
Dizer que existem um princípio e um fim antinómicos neste filme é o mesmo que dizer, no fundo, que existe mentira e verdade. Falsidade e realidade. E o Amor (assim mesmo, com "a" maiúsculo) está no segundo prato da balança.
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