quinta-feira, 20 de setembro de 2018

agora que levo ao maxilar um saco branco cheio de gelo, ignorando as directrizes que recomendam a utilização de um pano de permeio (se fosse só nisto...), que sinto o líquido mortiço subindo e descendo neste canto escuro, lembro-me de um dia em que como de costume te queria muito beijar e tu me dizias, com uma preocupação terna, infantil, mas olha que devo saber a sangue e eu te respondo não me importo, que era um disparate pensares nisso quando já sabias que o nosso único impedimento era o mesmo do do filme do carax, nem de propósito chamado mauvais sang, nem de propósito um filme que nenhum de nós vira por essa altura
 
o que não faltavam eram vírus entre nós, mas esse, o do carax, jamais se deu ao luxo de existir, não havia pano que separasse o meu rosto da tua frieza. only lovers left alive, outro filme que não vimos, se calhar devíamos tê-lo feito seis meses antes do natal. com toda a certeza que não.

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