Um aspecto curioso dos nossos impolutos concidadãos é o facto de serem incapazes de atirar lixo para os passadiços dos centros comerciais. É que nem coragem há para fazer escorregar o plásticozito da chiclete, ainda que astuciosamente, para o chão dessses nossos santuários modernos. Tudo estaria bem e eu não chatearia ninguém com isto se o gesto de abrir a janelinha do carro e escoar os mais sortidos detritos pela via pública não se tivesse tornado, entretanto, em elemento da paisagem urbana.
Por que raio chegámos a este tipo de absurdos, em que nos preocupamos mais com o espaço que não é de todos, que não nos mobiliza enquanto comunidade, e, ao invés, desprezamos aquilo que é património comum, aquilo que devia ser da responsabilidade colectiva, enfim, a res publica?
Por que raio chegámos a este tipo de absurdos, em que nos preocupamos mais com o espaço que não é de todos, que não nos mobiliza enquanto comunidade, e, ao invés, desprezamos aquilo que é património comum, aquilo que devia ser da responsabilidade colectiva, enfim, a res publica?
same old question, my friend: "pimenta no cu dos outros, no meu é refresco"
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