quarta-feira, 14 de maio de 2014

Walsh #10 - Crítica "The Servant" (Noutras Salas)

 
O Cineclube de Joane (Famalicão) exibe mais logo, pelas 21h30, a obra-prima The Servant (1963), de Joseph Losey. A minha crítica  (e total deslumbramento) no À Pala de Walsh, para ler aqui (clicar).
 
Esta confusão – deliberadamente induzida no espectador, insista-se – de personagens, estatutos e "lugares sociais” é desde logo crucial num filme em que as relações entre criado e patrão se inverterão e perverterão, adquirindo um subtil, mas indisfarçável, traço homoerótico, numa sugestão, que podia ser de um Fassbinder, das relações afectivas/amorosas/eróticas como relações hierárquicas ou de subordinação, tal qual uma relação de trabalho entre patrão e empregado. Não interessa tanto a Losey, no entanto, a questão da “luta de classes” [como, por exemplo, no Chabrol de La Cérémonie (A Cerimónia, 1995)], mas, sim, a psicologia subjacente à referida subordinação, i.e., as linhas ténues que separam os que mandam e os que são mandados e o modo como factores de ordem externa (a atracção, o sexo, a possessão, a solidão) podem alterar os equilíbrios socialmente instituídos e reformular os jogos de forças. É, por isso, o psicológico, mais que o social, que Losey investiga nesta obra-prima que é, simultaneamente, um psicodrama, um noir e um thriller.
 
(Excerto)

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