segunda-feira, 4 de novembro de 2019

 
 
(A Rainy Day in New York, 2019, W. Allen)
 
 
eppure si muove… a opção pelos tons agora castanhos, laranja-mortiços, um Outono crepuscular, folhas dourado-triste caindo no eterno ciclo dos afectos. um renovado interesse pelo plano-sequência, não obviamente em modo exibicionista, mas como forma de concentrar, intensificar, a emoção de cada vinheta (o plano nunca “sequencia” duas vinhetas, duas cenas, abstém-se de furar espaços físicos distintos, tudo aqui está distante desse tipo de exercícios). há menos cartoon, talvez, ...em virtude dessa continuidade da câmara, sim, mas também pelos enquadramentos, cada vez mais fechados, recortados, nos rostos das personagens. e pela sua duração: menos contra-campo, mais fixação, esteja a personagem a assumir o diálogo ou a escutar. e, depois, um talento excepcional, já conhecido mas excepcional, a dirigir actores: chalamet bem (diz-se que é o enésimo alter-ego de Allen; não é, ou, pelo menos, não é o clássico, como está implícito nessa observação), selena gomez muito bem, elle fanning soberba (gosto dela desde que andava a fazer home videos com os amigos no "Super 8" do J. J. Abrams). filme feliz para quem tiver fé, tristonho para quem quiser acreditar. que me lembrou, ou que me lembra no momento em que escrevo, o The Catcher in the Rye. até para o ano

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