quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

boyhood



Saí do Boyhood como pude. Isto é, queria ficar até ao fim dos créditos, mas, mal começaram a rolar, não quis passar vergonhas, por isso levantei-me como um fósforo e saí, lá está, como pude, cambaleando, canhestro. Mas nem por isso o acaso me foi gentil quando eu mais precisava e, portanto, as portas automáticas do estacionamento não funcionaram. Com uma mão a tapar a cara de uma luz que não existia, pedi ao segurança, de longe, que resolvesse o problema. Meti-me no carro. Mandei mensagens a duas ou três pessoas da minha vida e deitei-me com a certeza de que finalmente tinha percebido o meu Pai quando diz que, às vezes, mais vale não ir ao cinema (a outra certeza, que já não é de agora, é que o Ethan Hawke é o melhor actor do mundo, sobretudo a ser desvalorizado e, culpa do próprio, a escolher alguns dos filmes em que se mete).

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