domingo, 6 de março de 2016

Crítica - "Gelo"



Vi Gelo, de Luís (pai) e Gonçalo (filho) Galvão Teles, na abertura do Fantasporto, tendo o filme estreado na passada quinta-feira. No À pala de Walsh, escrevo sobre o porquê de não ter gostado do filme, nomeadamente, sobre as (acentuadas) fragilidades que aniquilam alguns dos seus pontos interessantes.

Para ler aqui (clicar).

"Na primeira aula a que Joana vai, ouve-se, a certa altura, o professor dizer que, no cinema, “primeiro vem a prática, só depois a teoria”. No caso de Gelo, porém, a impressão que fica é exactamente a oposta, no sentido em que, primeiramente, se aposta bem alto na “teoria” (citando-se máximas de Billy Wilder e John Ford) para, depois, se aplicar mal os conhecimentos “no terreno”. Essas citações de Wilder e Ford, referências do “cinema narrativo” que pai e filho apreciam, redundam num gesto solene que, se no momento em que é manifestado, até tem o seu sentido, soa, terminado o filme, bastante artificial e, fundamentalmente, desajustado por relação ao que se acabou de ver (é o risco de toda a citação). Se é certo que, em tese, como diz o professor, “todas as histórias são possíveis” (a frase ganha ainda mais peso, e mais risco, por ser pronunciada por Gonçalo Galvão Teles, co-realizador), não menos o é que o ponto fundamental está não tanto nessa infinitude de possibilidades, mas no modo como elas (histórias) são contadas".

[Excerto]

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