Sou um dos entrevistados no artigo que a SÁBADO, pela mão do Gonçalo Oliveira, dedica esta semana ao hip-hop português. Texto por demais interessante para quem acompanha a música portuguesa, seja mais ou menos fã de rap.
Entre alguns dos momentos em que sou citado, lê-se, a certa altura, que “Agora quando não existe nenhuma [MENSAGEM], como muitas vezes acontece, faz-me alguma confusão”.
A frase está descontextualizada, como muito naturalmente acontece na edição deste tipo de... texto (extenso e com muitos entrevistados), e como, já agora, também me acontece quando entrevisto terceiros.
Portanto, antes de referir o que se lê acima, eu havia começado por dizer ao Gonçalo qualquer coisa como: “O rap não tem que ter ‘mensagem’ nenhuma. Não penso que nenhuma expressão artística esteja obrigada a ter uma ‘mensagem’, cada um é livre de fazer o que bem lhe apetecer. Isto, para mim, é muito claro. Podes ter vários tipos de discursos, vários tipos de ‘mensagens’, ou não, (…)” - e então, sim, a coisa depois segue como está em texto.
O que pretendo ali dizer é: “Agora quando não existe nenhuma IDEIA, DISCURSO, VISÃO PRÓPRIA SOBRE O MUNDO (qualquer que ela - visão - seja e quaisquer que sejam as formas que ele - mundo - tome), como muitas vezes acontece, faz-me alguma confusão” – e, aproveito também para limar agora, não me faz “alguma” confusão, faz-me muita. No rap, na soul, no funk, na poesia, no cinema, you name it.
Não esquecer: "I met this girl when I was 10 years old / And what I loved most she had so much soul..."