"- Someday baby you know we will have? - Give me a letter! - H. - Helicopter! - A house! (…) A big, beautiful house with plenty of extra rooms so all your little friends can sleep over. Hell, we might need a second house up in the mountains so no one can bother us.... - Or in the jungle, where no one can find us! - I’m serious, babe... Don’t you think someday we’ll settle down again? I mean, if that’s something we might want? - You mean, stop moving? … Are you feeling ok? - I’m just tired, babe.
(…)
Life was perfect then. Idyllic, as I later came to learn. Things never have to change as long as we just keep moving".
"Defeito, obviamente, nunca poderia ser: a profunda influência de Prince em toda a proposta do californiano de ascendência filipina Harriet Brown, em tempos estudante de arquitectura, é feitio que o próprio assume despudoradamente quando se afirma filho do génio dos saltos altos e de Sade. Algo que, já pressentível em 'Contact', LP de 2017 (roxa era a capa, pois claro…) que sucedeu à estreia em 'New Era EP' (2013), sai agora reforçado de 'Mall of Fortune', cuja marca vincadamente autoral, laboriosa (multi-instrumentalista, é Brown quem produz, arranja, toca, canta e escreve tudo aquilo com o que o ouvinte se depara), convive, por vezes de forma demasiado conflituosa, com essa omnipresente sombra de Prince (por definição, a sombra, se protege, também retira brilho)".
Epá, e assim de repente, já fez 5 anos ("já"? mas não parece, até, que vai há bem mais tempo?...) o grande disco do hip-hop e R&B americanos dos últimos 10. Nothing was the same, de facto; nem o próprio, que não voltou a saber fazer um disco deste quilate (há uns fogachos aqui e ali, sim, como a “Finesse” do último disco, mas é só). Um autêntico disco “dono-disto-tudo”, i.é, inspiração de toda a new wave que ainda hoje ressoa por aí (se bem que entretanto tapada pelo trap mai...s convencional). Oh well: long live NWTS.
"Swanging, eyes closed just swanging Same city, same friends if you're looking for me Same city, same friends if you're looking I'll be here just swanging Don't talk to me like I'm famous And don't assume cause I don't respect assumptions bae I'm just tryna connect with somethin' baby"
No ípsilon de última sexta; retrospectiva de Bette Gordon a partir de dia 21 no Rivoli, no Porto:
"No noir, as mulheres são sempre objecto de um homem obcecado. Elas são o enigma, o puzzle, o objecto do olhar do homem. Ele deseja apanhá-las, submetê-las, amá-las. Eu quis ver o que acontecia se invertesse esses papéis: a mulher não é o objecto, antes o sujeito. É ela a investigadora, a detective, e o homem a figura enigmática. O que acontece quando é ela o voyeur que observa e persegue o homem?"
O miúdo dos grandes caracóis doirados e o seu novo álbum City Pop no ípsilon:
“Ultimamente, parece que estou 'hip' outra vez, sabes? No início de tudo, eu era ‘trendy’ ou coisa parecida, mas depois fiquei fora de moda porque a cena era mais os Depeche Mode, a New Wave, aquela cena negra e depressiva toda… Mas, nos últimos 3 anos ou assim, parece que voltou a ser ‘ok’ ser feliz outra vez! (...)". A ideia é interessante e Benny, depois de uma pausa, desenvolve-a: “Não consigo ...explicar por que razão as pessoas ‘querem’ ser felizes outra vez. Acho que é o zeitgeist, é para onde as pessoas estão a ir agora… Penso que é algo aleatório, na verdade. Todos os movimentos precisam de ter uma renovação... ‘After dark comes light again’, sabes? Mas que tipo de luz? Isso é o que nunca sabemos! Nunca sabemos em que dark ou em que light é que as pessoas vão pegar. E sim, talvez isto se possa explicar em termos políticos, vivemos tempos obscuros e tal, mas… não acho que seja o caso. Penso que é mesmo uma coisa aleatória! É muito difícil explicar por que motivo as pessoas gostam de determinado tipo de arte em cada momento, nunca o sabemos. Porque se o conseguirmos explicar, então, torna-se um tédio! A regra é a de que não o consigamos explicar”.