Da minha janela vejo o Bósforo todos os dias: divisões e correntes, agitações e marés. Tal como no homem, tal como no mundo.
quinta-feira, 22 de agosto de 2019
the big day
Do ípsilon da semana passada, The Big Day, de Chance The Rapper. We Go High
Link: https://www.publico.pt/2019/08/21/culturaipsilon/critica/setimo-dia-chance-cantou-1883264
quarta-feira, 21 de agosto de 2019
terça-feira, 20 de agosto de 2019
eu só pensava se ele teria tido sucesso. não me parecia ser altura suficiente, quero dizer. dois andares, o que são dois andares, dá para muito boa gente se estatelar ao comprido, não digo que não, mas para conseguir chegar ao fim da corrida? que raio, até a cortar a meta os deuses conseguem ser cruéis. por que razão será? ironia, cinismo, vingança? de repente, uma mulher, velha, abeira-se daquela varanda e olha para baixo. tem um cigarro entre os dedos, leva-o à boca, continua a olhar para baixo, exala o fumo. perfeitamente hirta, não está debruçada, alheia às silhuetas humanas nas janelas em redor, outra passa, olha em frente, depois novamente para baixo. uma placidez absoluta que não é tranquilidade ou alívio, outra coisa. e porque as imagens, de facto, não nos largam, dias depois, num radioso dia de praia, a minha mãe comenta que o irmão do vizinho se despenhou de uma varanda. e eu olho em frente, para o mar, um cigarro entre os dedos, respondo, exalo o fumo, continuo a mirar o azul.
segunda-feira, 19 de agosto de 2019
domingo, 18 de agosto de 2019
notes to self
Ran (A. Kurosawa) *****
Onde Está Você, João Gilberto? (G. Gachot) ***
Era Uma Vez… Em Hollywood (Q. Tarantino) ****
"I reject your hypothesis"
(Once Upon a Time... in Hollywood, 2019, Q. T.)
É o "momento coca-cola" de Tarantino, mas inteligente/cínico/crítico: "objectificação do corpo feminino"? Então tomem lá (a cena não serve para nada, só mesmo para Tarantino despir Pitt; de resto, este último mira o Manson a passar na rua como um perfeito pateta, parece um teletubbie). Um corpo masculino é tão belo, apetecível, excitante como um feminino, continua ele a dizer, por isso é que eu filmo o rabo da Pussycat como filmo o tronco e os mamilos do Cliff. O gaze é total, abençoada seja a Câmara.
sábado, 17 de agosto de 2019
terça-feira, 13 de agosto de 2019
(Les diaboliques, 1955, H.-G. Clouzot)
"Na narrativa noir, a figura da femme fatale e o mal que lhe está intrinsecamente associado são habitualmente entendidos como uma ameaça, não apenas à integridade moral do protagonista masculino, mas à própria identidade ontológica deste. Enquanto signo da perdição inevitável do homem, em consequência da sua capitulação perante a pulsão destrutiva do desejo, a mulher parece nada mais ser do que um sintoma, um mero efeito que materializa o estado de pecado do homem. Mas, a ser... apenas a consequência de um ato praticado pelo homem, a mulher em si mesma não existiria, resultaria desprovida de qualquer existência autónoma. (…) Se, contudo, (…) concebermos o sintoma (…) enquanto formação significante determinada, que confere ao sujeito a sua verdadeira consistência ontológica (…), então toda a a relação se volta sobre si mesma: se o sintoma se dissolve, o próprio sujeito perde o chão debaixo dos pés, desintegra-se.
Neste sentido, afirmar que ‘a mulher é um sintoma do homem’ passa então a significar que o próprio homem apenas existe através da mulher enquanto sintoma de si mesmo – o mesmo é dizer, toda a sua consistência ontológica passa a depender do seu sintoma (…), e todo o seu ser reside na mulher que é esse sintoma. Ela, pelo contrário, mantém em si algo que escapa ao homem, que se mantém preservado nela e está para além da sua relação com o homem (…). É justamente esse algo que só a ela pertence e só ela domina que faz da femme fatale não um ser passivo, como a mulher cativa, mas um ser dotado da plena capacidade autónoma de agir. Uma capacidade que não conhece limites e vai ao ponto de corporizar a própria pulsão de morte, entendida como uma atitude ética radical e absoluta, em que não há margem para qualquer tipo de compromisso.
A fatalidade de que nos fala a expressão que designa a principal figura do noir não recai, portanto, e apenas – contrariamente ao que é entendido por alguma crítica cinematográfica – na figura do protagonista masculino. (…) A femme fatale pode ser, e também é, um reflexo dos medos maculinos, mas significa algo mais do que isso, porque as suas ações sempre se revelam igualmente fatais para ela mesma. Na expressão femme fatale podemos, portanto, detetar a presença da morte como destino inevitável da personagem, um destino que ela própria constrói ao longo de um processo que se configura como uma forma de inquebrantável resistência contra os papéis femininos que eram ideologicamente impostos na sociedade americana do pós-guerra (…).
(Abílio Hernandez Cardoso, in “Dar a ver o que nos cega”, 2019)
segunda-feira, 12 de agosto de 2019
estreia na Ásia
Num convite que nos deixa muito felizes e honrados, “Não Consegues Criar O Mundo Duas Vezes”, depois de ter sido exibido nos EUA (NYC Hip-Hop Film Festival), vai ter estreia na ÁSIA!...
O filme será exibido nos dias 27 e 30 de Agosto no no 桃園電影節 / TAYOUAN FILM FESTIVAL, em Taiwan.
Mais info no link abaixo!
NÃO CONSEGUES CRIAR O MUNDO DUAS VEZES / YOU CAN’T CREATE THE WORLD TWICE / 葡式嘻哈有搞頭
sexta-feira, 9 de agosto de 2019
mind the gap!
Liam, Jake, Ricky e Michael: era uma vez um bando de quatro miúdos a abanar a cena inglesa... Mind the gap! "Who Wants to Be a Millionaire?", dos Chinatow Slalom, hoje no ípsilon
Link: https://www.publico.pt/2019/08/09/culturaipsilon/critica/guitarras-sampling-casamento-seculo-1882675
quinta-feira, 8 de agosto de 2019
Thank U
(LP Flamagra, 2019)
07-09-2018.
"A couple songs on the album, like ‘Find Your Own Way Home’ and ‘Thank U Malcolm,’ were inspired by Mac. ‘Thank U Malcolm’ is special to me because it’s my way of thanking him for all the inspiration he left behind in his passing, and for all the fire he inspired in me, Thundercat, and all of our friends. He made us want to be better, to let go of the bullshit. And now, you know, none of us are out here experimenting with drugs or anything. That’s largely because of him. After he left us, everyone was like, ‘You know what? Fuck all that shit.’ In a way, in his passing, he’s got friends of mine clean. He’ll always mean a lot to me". (Flying Lotus dixit)
quarta-feira, 7 de agosto de 2019
"Francisco, oh man... I got so many stories..."
Sexta-feira passada no ípsilon:
Nasceu no Spanish Harlem – onde viu, com 8 anos apenas, James Brown a uns escassos metros de si –, viveu na China e na Turquia e, quase 40 anos depois de ter começado a cantar, foi à Finlândia gravar um disco de soul absolutamente clássico. Carlton Jumel Smith é uma daquelas luzes de bondade como há poucas.
Link: https://www.publico.pt/2019/08/07/culturaipsilon/noticia/existem-homens-maiores-vida-1881870?fbclid=IwAR36Lez6EVC7z4P_23xc25Q8VZ6bIewm5TQALV7LoS7ecQq7Jxl1ak0Y1pc
segunda-feira, 5 de agosto de 2019
notes to self
El Bruto (L. Buñuel) ***
Abismos de Passión (L. Buñuel) ***
Nazarín (L. Buñuel) ****
Robinson Crusoe (L. Buñuel) **
sábado, 3 de agosto de 2019
Subscrever:
Mensagens (Atom)