Valendo fundamentalmente pelas suas espantosas landscape (chega-se a avistar África), Erice é um vilória simpática no cume de um grande monte.
Lá de cima vemos uma imensidão assustadora de montanhas, mar, ilhas, casas. Quase como que num avião. Quando lá estive, o nevoeiro que persistia acrescentava um certo espiritualismo ao azul, verde e castanho que se espraia defronte dos nossos minúsculos olhos.
Penso em Erice e penso em muita coisa... interrogações, medos... alguns sorrisos também. Não estava num momento particularmente positivo. A vista que tinha à minha frente, de tão poderosa que era, creio ter engolido algumas das coisas más que me passavam pela cabeça. Aliás, isso é uma das coisas que nos últimos tempos tenho aprendido. Espantarmo-nos e apreciarmos algo (uma paisagem, um fenómeno, um ser,...) brutal da Natureza é um antídoto para pensamentos depressivos. Porque, pela sua força e beleza, pela ligação umbilical que com ela temos, nos impede de alienar do lugar onde vivemos. Dá mais sentido a esse mesmo lugar e à nossa existência nele mesmo. Não sei se me fiz entender da melhor forma - aliás, acho que nem eu me fiz entender bem a mim próprio quanto a esta experiência...
Em poucas palavras: este sítio ganhou um sentido muito especial na minha vida...