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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Erice

A vila (não estou certo do qualificativo) de Erice foi, na minha curta existência - penso poder dizê-lo - um dos lugares mais bonitos onde já estive.
Valendo fundamentalmente pelas suas espantosas landscape (chega-se a avistar África), Erice é um vilória simpática no cume de um grande monte.
Lá de cima vemos uma imensidão assustadora de montanhas, mar, ilhas, casas. Quase como que num avião. Quando lá estive, o nevoeiro que persistia acrescentava um certo espiritualismo ao azul, verde e castanho que se espraia defronte dos nossos minúsculos olhos.
Penso em Erice e penso em muita coisa... interrogações, medos... alguns sorrisos também. Não estava num momento particularmente positivo. A vista que tinha à minha frente, de tão poderosa que era, creio ter engolido algumas das coisas más que me passavam pela cabeça. Aliás, isso é uma das coisas que nos últimos tempos tenho aprendido. Espantarmo-nos e apreciarmos algo (uma paisagem, um fenómeno, um ser,...) brutal da Natureza é um antídoto para pensamentos depressivos. Porque, pela sua força e beleza, pela ligação umbilical que com ela temos, nos impede de alienar do lugar onde vivemos. Dá mais sentido a esse mesmo lugar e à nossa existência nele mesmo. Não sei se me fiz entender da melhor forma - aliás, acho que nem eu me fiz entender bem a mim próprio quanto a esta experiência...
Em poucas palavras: este sítio ganhou um sentido muito especial na minha vida...













domingo, 11 de janeiro de 2009

por falar em quebra-cabeças...


Sei la - Gabriel O Pensador

Sei lá, tanta coisa eu tenho aqui pra te dizer...
Tanta coisa eu tenho em mim pra falar pra você.
Tanta coisa eu tinha mas não tenho mais, tanta coisa que ficou pra trás, mas agora vai.
Agora vai ficar meio ridículo, como todas as cartas de amor, que eu nunca te escrevi.
Agora, se você tivesse aqui, se você quisesse ouvir, agora, se você pudesse me seguir, eu ia te levar pra conhecer todo aquele sentimento que eu não soube te dizer.
Se você pudesse vir, se você pudesse ver, aqui dentro, onde o tempo não soprou o vento que faz esquecer, eu ia dizer tudo de uma vez...
Não sei, eu acho que eu não ia dizer nada.
Ou fazia tudo ao mesmo tempo, gritando o meu silêncio na nossa voz calada.

Um lábio sabe mais que um sábio diz saber.
Sei lá... A língua lambe mas não sabe o que dizer.
Sei lá... A lábia fala mas não faz acontecer.
Sei lá... E o silêncio fica imenso sem você.

Vem aprender, deixa a vida ensinar.
Se a vida não souber a gente pode improvisar.
Se você tivesse aqui pra me ajudar, trazendo o seu perfume pra desentristecer meu ar...
Ah, que perfume bom, Djavan no som, o gosto bom do seu batom...
Um sonho quando é bom não devia ter fim.
E quando vira pesadelo fica tão ruim.
A sua imagem na imaginação, mas sem você na cama é sempre a mesma solidão.
A solidão que dói, a solidão que mói, a solidão que me destrói.

Refrão

Antes, o som do silêncio era excitante, só que sem você é sufocante.
Dizem que o amor deixa a gente mais completo, mas eu sou metade, só metade sem você por perto.
E se você consegue rir me vendo chorar, eu não preciso saber.
Vira o seu riso pra lá.
Mas se você prefere me ver numa boa, por que não?
Pode te dar mais prazer do que me ver no chão.
Se você passar por cima assim você me pisa, com essa pose de desprezo, com esse peso que me pira e que me tira toda chance de recuperação.
Que piração: tô na procura por uma cura pro meu coração.
E na loucura da procura eu procurei você, e fiz uma procuração.
É, pro coração, pra curar o coração e deixar o cara são...
Pronto pra outra lição.


Sei Lá [Seja Você Mesmo (Mas Não Seja Sempre O Mesmo), 2001], Gabriel O Pensador