quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Unforgiving


(LP F.L.A.W.Napoleon Da Legend & Giallo Point, 2025)

Sábado à Noite


(Baile À La Baiana, Seu Jorge, 2025)

Fluorescent Light


                             
                             (LP What Of Our Nature, 2025, Haley Heynderickx e Max García Conover)

Mr. Marketer


(LP What Of Our Nature, 2025, Haley Heynderickx e Max García Conover)

Urchin/The Tramp


Urchin, mas podia chamar-se... The Tramp (na verdade, os dois termos possuem, originalmente, o mesmo sentido). Bonita a forma como Harris Dickinson subtilmente empresta ao corpo de Mike a mesma graça, a mesma elegante fragilidade (a silhueta esguia, uma magreza bailarina), até queerness, de Chaplin (a primeira personagem queer do cinema). Coisa física, mesmo, que, pedra de toque, só emerge quando Mike não está under the influence. Uma pureza, ou inocência, que desaparece quando as substâncias tomam conta do seu corpo e impõem uma outra (bravia, musculada) masculinidade (não é por acaso que é na saída nocturna com duas amigas que essa fisicalidade mais se manifesta). Há, aliás, uma posição corporal característica de Chaplin - sentado, as pernas e os braços esticados, as costas das mãos entrelaçadas pelos dedos, o sorriso envergonhado - que, pelo menos por uma vez, Mike adopta. A cena em que é seduzido na caravana por Andrea, contra a sua hesitação inicial, é o belíssimo resumo desse amoroso tolhimento do seu corpo.

Tal como todo o Tramp, a rua é o lugar privilegiado de Mike. E, exactamente como em The Circus (1928), onde Chaplin também reparte uma sande com a namorada, Mike é perseguido pela polícia por roubar... um relógio e uma carteira. Estamos ainda, portanto, no domínio dos lumpen-ladrões, embora - alterações "sociologicamente" cirúrgicas da realização - o larápio robinwoodesco de Chaplin dê aqui lugar a um larápio que, movido pela dependência, rouba alguém socialmente solidário e genuinamente preocupado consigo (e que, materialmente confortável e bem-vestido, é, aspecto importante no que de complexo empresta ao filme e sinaliza da transformação do tecido social, negro).

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

I Know Sorrow


(LP Ned Doheny, 1973)


A local vision appeared at my door
Shining like an open road
I know that place, that road
And where it all goes
Still a man must cling to something
Until he really knows
Now I know sorrow
The feeling comes and goes

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025


Um aspecto interessante, porque inusitado, em Keeper é o modo relativamente insistente como Osgood Perkins ocupa, em determinados planos, metade da imagem (por vezes um pouco mais) com um elemento (um objecto, corpo, uma parede, ou algo simplesmente indefinível) em desfoque, criando uma superfície que, lisa e escura, mancha – melhor, perturba, como uma presença forçada - a secção em foco (mas não aplicando, o gesto aqui é mais orgânico e sofisticado, o split screen). O exemplo do plano acima nem será dos melhores, mas simplesmente o que de mais aproximado se encontra na net.
São estes, e não os planos “arquitectónicos” (mato em tudo o que é horror film, mais ou menos “de autor”, dos últimos 15 anos), que mais chamam a atenção num filme cujos primeiros 40 minutos, pese embora as marcas de género (a “viagem”, a “casa”, etc.), são deveras entusiasmantes pelo não alinhamento com o guião habitual. Durante esse período, sobretudo não se tendo lido a sinopse (religião que há muito professo), as cenas no interior da casa parecem reconduzir o filme, afinal, para um estudo relacional do casal (com uma gravidade remotamente bergmaniana) e do seu estranhíssimo, até indecifrável, mal-estar (nomeadamente, o do elemento feminino, as suas expectativas e traumas). Duas pessoas, praticamente desconhecidas uma da outra, frágeis e ansiosas nas suas tentativas-erro do passado, a tentarem, enfim, ser felizes - ou seja, outro filme que não um horror film. Pena que depois a coisa encarreire num simbolismo folk e forçadamente (ou superficialmente, o que vai dar ao mesmo) feminista, como, também no terror, é o prato do dia (o Men de Alex Garland, panfletário logo no título, há-de ser o filme-charneira deste filão).

terça-feira, 25 de novembro de 2025

notes to self

O Agente Secreto ***
Depois da Caçada ****
Foi Só Um Acidente ***
Sorry, Baby **
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Sofia ou A Educação Sexual ***
American Psycho ***
Solo Sunny ***
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[séries]
Narcos (1.ª e 2.ª Temporadas) ***
Band of Brothers ***

Day In The Sun (Gettin' Wit U)


(LP Cabin In The Sky, De La Soul, 2025)

Kiyomizu-Dera



(LP When The World Was One, Matthew Halsall & The Gondwana Orchestra, 2014)

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Earth


(LP The Elements, Joe Anderson e Alice Coltrane, 1974)

terça-feira, 18 de novembro de 2025

artigo no Y



ERA UMA VEZ UMA FAMÍLIA NO CHILE - texto e entrevista no último Ípsilon (versão + curta no papel; versão completa on-line)

Retrospectiva Dominga Sotomayor, 16 Nov-19 Dez, Batalha Centro de Cinema
"A família é o habitat natural dos filmes da chilena, dona de um olhar delicado, contemplativo, sobre os silêncios e os não-ditos entre aqueles que partilham quatro paredes – ou quatro portas, não passassem as personagens, casais (juntos, separados, viúvos) e filhos que partem sempre de uma posição de perda (ou na iminência disso), largos períodos dentro do carro. A um ponto tal que só no cinema iraniano nos lembramos de igual protagonismo. Não é por acaso: Abbas Kiarostami é um dos cineastas de eleição de Dominga, O Sabor da Cereja, no qual germinou a sua curiosidade em fazer cinema, um dos seus amuletos. Mas onde no cinema de Abbas e compatriotas o carro desempenha um lugar de protecção, um refúgio onde é possível pensar e sonhar resguardado da opressão dos ayatollahs, no caso da chilena, a viagem é outra. 'A minha primeira memória de infância é das muitas horas no banco de trás do carro' [...]".


quinta-feira, 13 de novembro de 2025


(Porto, 11-11-2025)

terça-feira, 11 de novembro de 2025


(O Agente Secreto, K.M.F, 2025)

Talvez o mais americano dos cineastas vivos (com absoluta certeza o mais americano dos cineastas não-americanos), KMF é, por estes dias, dos poucos com um sentido tão engenhoso e, mesmo, espectacular de mise-en-scène. O Agente Secreto, pese embora as fragilidades do argumento, é um prazer imenso de se ver. Passei praticamente o filme inteiro a imaginar como seria o corte seguinte ou como se filmaria a entrada de um carro no plano (e que bem que se filmam carros aqui, haja alguém).

(The Apprentice, A. Abbasi, 2024)


"Filme de acção" psicológico, mental mesmo, imparável, sempre com uma toada semi-gótica, decadentista, de fundo. Lúgubre é o ambiente do princípio ao fim: ou seja, ao mesmo tempo que "A Star is Born", a sensação, na verdade, está muito mais perto de um amortalhar, de um funeral. E com um travo ligeiramente independente ou experimental (na câmara, na cor, ritmo, no acting) que não sentia no cinema americano há algum tempo. Talvez a última vez tenha sido no The Girlfriend Experience do Soderbergh. Ao mesmo tempo, estranhamente ou não, pensei no Welles (não fosse ele um dos maiores experimentalistas). Filmaço.


(Suspense, L. Weber e P. Smalley, 1913 / The Shining, S. Kubrick, 1980)

Curioso como, em Suspense, o assassino, apesar de empunhar uma faca numa das mãos, estronca a porta com a mão livre. No filme de Kubrick, tudo se torna mais gritante (e não por ser um filme sonoro): em vez da mão, o machado; em vez de a protagonista ser a pura ideia de Intrusão (como em Suspense, onde a esposa está aos pés da cama, logo, fora de campo), aqui, prevalece a vítima que, de olhos arregalados, é colocada na profundidade. Enfim, também no terror - i.e., no Medo - fomos, insaciáveis, precisando sempre de mais e mais.

Stick Man


(LP The Hermit, Jordan Patterson, 2025)

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Rainy Sunday Afternoon


(LP Rainy Sunday Afternoon, The Divine Comedy, 2025)

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Survivors Remorse


(LP The Reinvention, DJ Premier & Ransom, 2025)

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Divine


(LP Love Notes, Monie Love, 2025)

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

notes to self

The Smashing Machine ***
Batalha Atrás de Batalha **
Lavagante **
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Antes da Revolução (Bertolucci) **
O Profeta (Risi) ***
Terra Treme ***
O Incompreendido (Comencini) ***
O Leito Conjugal (Ferreri) ****
Alpes (Lanthimos) ***
The Apprentice (A. Abbasi) ****
The Social Network (Fincher) ***
Scream (W. Craven) **
--------------------------------------
[séries]
***** The Wire *****

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Eternal Flame


(LP Everything, The Bangles, 1988)

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Lonely At The Top


(LP Lonely At The Top, Joey Badass, 2025)

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

It Never Rains in Southern California


(LP It Never Rains in Southern California, Albert Hammond, 1972)

terça-feira, 14 de outubro de 2025



Como falar na “andersonização” de alguém que, depois de “Paul” e “Thomas”, já tem “Anderson” no nome? Explicitando, então: eis a wes-andersonização de Paul Thomas Anderson.

Como nos produtos em série de Wes, One Battle After Battle perfila-se como um objecto sem alma, algo particularmente inusitado depois desse portento lírico e juvenil que tinha sido Licorice Pizza. Personagens não existem; antes actores conhecidos a fazerem de actores conhecidos a fazerem algo engraçado numa colecção de cenas-vinhetas conclusivamente sinalizadas com a punchline da praxe. Colecção ou caderneta em que o cromo Di Caprio faz do actor conhecido Di Caprio a fazer de um stoner desengonçado e ex-resistente vagamente “anti-fascista”; Del Toro a fazer do actor conhecido Del Toro a fazer de um excêntrico sensei protector de imigrantes e desafortunados: Sean Penn a fazer do actor conhecido Sean Penn a fazer de um militar facho, homoerótico, obcecado por mulheres negras.
É uma figuração (literalmente, atenta a carência de dimensionalidade) que obedece a um protocolo de familiaridade com o espectador, um piscar-de-olho a solicitar que este reconheça e se reconheça: “Olha o Di Caprio! Olha o Del Toro! Olha o Sean Penn!”. Bonecos desenhados por quem sabe de antemão que o espectador vai clicar com eles, assim se "ganhando" a cena logo à partida.
Colateralmente, inusitada também a forma como se desperdiçam actores: Wood Harris, sim (o grande Avon Barksdale de The Wire), mas, sobretudo, Alana Haim (essa mesma, a de Licorice, e espectadores haverá que só agora tomem conhecimento da sua presença), que terá um ou dois escandalosos minutos de filme (se tanto). Para quê?

Cenas supérfluas, perfeitamente destacáveis umas das outras, que não estão a fazer nada senão servir o propósito do gag ou de número de stand-up: para que servem exactamente as cenas da ressurreição de Sean Penn, do seu gaseamento ou aqueloutra em que o hitman latino-americano tem um súbito remoque de consciência e se decide a matar os hitmans brancos e salvar a miúda? Isto para nos pouparmos à cena final da carta...

segunda-feira, 13 de outubro de 2025



Encontrei-me com The Wire em 2011. Nesse primeiro Verão depois de terminar o curso, as férias por Marrocos tiveram a companhia do seu fabuloso ensemble de actores todas as noites. Ao fim da terceira temporada, fiz uma pausa que, inesperadamente, durou até... este ano. Monumento da história da televisão a que só são equiparáveis Sopranos e, parcialmente, algumas peças de David Simon (The Deuce, Treme, Show Me a Hero).

A separação custa muito - a minha, deles, sim, mas sobretudo aquela que a vida fatalmente opera entre eles próprios. So long, kids... Para sempre no meu coração.


Quiçá o mais interessante em The Smashing Machine seja a forma inusitada, até desconcertante, como recusa conscientemente a grandiloquência (essa que Brady Corbet, contemporâneo de Safdie, não hesitaria em exercitar) num género de filme e de protagonista que a reclamam a todo o tempo. É deliberada a tomada de parte pela modéstia e pela simplicidade (aqui também entendida como produtora de verdade), o que, se pode frustrar e impregnar o filme de uma significativa superficialidade, não deixa de ser admirável enquanto gesto de contenção, avesso à ambição e à megalomania dramáticas (o que também possui a sua dose de alívio nos tempos hiperbólicos que vivemos). A escala é, irredutivelmente, humana - mesmo que o espectador até o possa desejar, o protagonista não será nunca, afinal, "bigger than life".

É disto paradigmático o modo como Safdie filma a passagem do seu protagonista pelo rehab: se a memória não me falha, dois, unicamente dois planos gerais do exterior da clínica de desintoxicação, um com Kerr a entrar, outro a sair. Cenas túrbidas de Kerr lutando com a "tentação" de reincidir nos opiáceos? Nenhuma, naturalmente.

Down For You


(LP Infinite, Mobb Deep, 2025)

Don’t Remind Me


(LP Pretty Idea, Amber Mark, 2025)

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Tradin' War Stories


(LP All Eyez On Me, 1996)

Hidden gems...

Now look at me, straight Outlaw Immortal
Never gave a fuck because I was nobody's daughter
Outlawing from my tits to my clits, don't try to figure
Because the murderous tendencies in my mind can't be controlled nigga
So who's the bigger, who's the quickest killer?

quarta-feira, 8 de outubro de 2025


Para quê a voz off em La Terra Trema?... Apenas o didactizando, fazendo-o refém da redundância... E logo num filme cuja découpage (enquadramento, escala e angulação, campos e contras, alguns movimentos de câmara) e (não-)actores estão tão, tão próximos do mudo (de Murnau aos soviéticos). Proximidade que, de resto, lhe empresta um lirismo - um "expressionismo", então - que vai subterraneamente, graciosamente, destabilizando a norma neo-realista.
Que filme seria o de Visconti apenas com intertítulos...

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Nice To Each Other


(LP The Art of Loving, 2025)

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Man I Need


(LP Man I Need, Olivia Dean, 2025)

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Calm


(LP Cover Girl, 2025)

Vacancy


(single, Ari Lennox, 2025)

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Cover Girl


(LP Cover Girl, 2025)

My Best Step


(LP Cover Girl, Lady Wray, 2025)

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Reportagem Senegal no Público


SENEGAL: SOB O FRONDOSO ABRAÇO DAS BAOBAB

Reportagem de último sábado no Público/Fugas: versão mais curta em papel, versão longa e dois textos adicionais no on-line. Texto e fotografias meus. Boas leituras! ;)


P.S.: Agradecimentos à minha querida amiga e companheira de viagem Sara Rego, que registou pacientemente por escrito algumas entradas do meu diário de bordo quando o cansaço falou mais alto.


*
Como o camaleão, totem de um dos seus ancestrais e resistentes povos animistas pré-colonização, o Senegal vai-se dissimulando entre o ocre e o verde, a aridez da planície e as húmidas montanhas, o areal e os labirínticos deltas fluviais...


LINKS:


terça-feira, 23 de setembro de 2025

l'avventura


Real and Innocent


(LP Beat Tape III, Benny Sings, 2025)


Are you looking for something
Something real and innocent
Nothing is certain
So there's nothing to regret

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Over


(LP Love Made Trees, 2025)

Lessons


(LP Love Made Trees, Loaded Honey, 2025)

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

JP and Me


(LP Mr. Luck & Ms. Doom, The Delines, 2025)

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Small Talk


(EP En Route, Oddisee, 2025)

Tomorrow Can't Be Borrowed


(EP En Route, Oddisee, 2025)

Thankful For


(EP And Yet Still, Oddisee, 2024)

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

notes to self

O Agente Secreto ***
Hard Truths ****
Sirat **
Eddington ***
Apanhado a Roubar ***
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E.T. *****
O Grande Engarrafamento ****
Wild at Heart ***
Umberto D. ****
Tropa de Elite ***
The Beach **
Umberto D. ****
A Cara Que Mereces ***
A Mulher-Macaco ****

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Live Forever


(LP Adult Contemporary Hip Hop, Arrested Development, 2025)

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Forward Ever! Adult Contemporary Hip Hop!



(LP Adult Contemporary Hip Hop, Arrested Development, 2025)

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Speed Of Love


(LP Star Line, Chance The Rapper, 2025)

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Future Memories


(LP Unlearning Vol. 2, Evidence, 2025)

terça-feira, 26 de agosto de 2025

La Sigo Amando


(LP Piensa En Mi, Junior & Jorge, República Dominicana, 1997)

Volver, Volver (Tenerife)


(LP El Rey, Pedro Vargas, México, 1974)

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Just an Illusion


(LP In The Heat Of The Night, Imagination, 1982)

domingo, 10 de agosto de 2025

Digan Lo Que Digan


(LP Un Muchacho Como Yo, Palito Ortega, Venezuela, 1967)

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Tu Me Acostumbraste


(LP Estela Raval y El Trio Los Panchos  - Tu Me Acostumbraste, Argentina, 1973)

Déjame Vivir (Menorca)



(LP Rocío Dúrcal - Canta a Juan Gabriel Volumen 6, Rocío Dúrcal, Espanha, 1984)

Zabriskie Point


O Agente Secreto


talvez o mais americano dos cineastas vivos (com absoluta certeza o mais americano dos cineastas não-americanos), Kleber Mendonça Filho é, por estes dias, dos poucos com um sentido tão engenhoso e, mesmo, espectacular de mise-en-scène. O Agente Secreto, pese embora as fragilidades do argumento, é um prazer imenso de se ver. passei praticamente o filme inteiro a imaginar como seria o corte seguinte ou como se filmaria a entrada de um carro no plano (e que bem que se filmam carros aqui, haja alguém).

hard truths (2)


1. ainda sobre Hard Truths. o filme continua aqui. o que agora sobressai é o facto de as "hard truths", ao contrário do que o título aparentemente promete, poderem bem não ser sequer aquelas de que as personagens conversam, lamentam, choram no filme. por exemplo: sabemos que tanto no caso da mãe das duas irmãs, como no caso de uma delas, o homem, o pai, é ausente. nunca saberemos mais do que essa minimal epígrafe; fala-se mas, na verdade, não se fala sobre ela. outra: terá o marido de Pansy sido sempre o paz-de-alma, pachorrento e paciente que testemunhamos no filme? ou haverá acontecimentos para trás na sua vida conjugal e com o filho que expliquem o desprezo tão grande, rancoroso e até vingativo que Pansy lhe vota (e que ele, num raro momento de descontrolo, retribui ao atirar o ramo de flores que o filho havia dado à mãe para o chão)? só dois exemplos... há um Passado demasiado silencioso, demasiado determinante, a espreitar.

2. nem de propósito, sobre o facto, que comentei há dias, de nunca sabermos aquilo (música? outra coisa? noise... cancelling?) que Moses escuta nos headphones: não me lembro, nos últimos anos, de uma banda-sonora tão forte como a de Hard Truths. autêntica personagem do filme: misteriosa, secreta, insinuante, dramática (no sentido original). mas também assustadora: há nela um fundo de terror.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

hard truths


Nunca saberemos aquilo (música ou outra coisa? E na primeira hipótese, que música?) que Moses escuta nos seus headphones (mas será que... ouve mesmo alguma coisa? Ou apenas... noise cancelling?). Gosto de pensar que será o ruído de aviões serenamente planando nos céus.

Já não apanhava o Mike Leigh desde o Another Year, outra peça soberba.

quinta-feira, 24 de julho de 2025

New Africa


(LP Eyes Open, Youssou N'Dour, Senegal, 1992)

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Harbour


(LP Pompeii, Cate Le Bon, 2022)

The Light


(LP Reward, Cate Le Bon, 2019)

terça-feira, 22 de julho de 2025

“A razão, meu amigo, é a superstição mais ingénua de todas. Isso, pelo menos, já foi geralmente aceite na nossa época.”

(A Revolta de Atlas, Ayn Rand, 1957, trad. Isabel Baptista)

terça-feira, 15 de julho de 2025

Daisies


(LP Swag, J. Bieber, 2025)

segunda-feira, 14 de julho de 2025

notes to self

A Prisioneira de Bordéus **
Tardes de Solidão *
A Vida Luminosa ***
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A Flor do Meu Segredo (Almodóvar) ***
Carne Trémula (idem) ****
Volver (idem) ***
Deep Cover (B. Duke) ***
Boa Sorte, Leo Grande **
Millenium Mambo ***
2001 Odisseia no Espaço ****
Os Náufragos da Ilha de Tortuga (Rozier) **
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[séries]
Penguin ***

quarta-feira, 9 de julho de 2025

O meu país é este


(LP Entretenimento?, Carlão, 2018)

You Can Call Me Al


(LP Graceland, Paul Simon, 1986)

terça-feira, 8 de julho de 2025


(os meus 10 para o New York Times)

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Ritual (Rise of Chief Adjuah)


(LP Ancestral Recall, Christian Scott, 2019)

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Only One


(single, 2015)

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Matrimónio



                                            (LP A Minha Vida, A Minha História, Santocas, Angola, 2011)

Waditrokia


(LP A Minha Vida, A Minha História, Santocas, Angola, 2011)

Todo Meu Viver


(LP Os Kiezos com Zecax, Angola, 1987)



Manifestação "Não queremos viver num país do medo"

Porto, 16 Junho 2025


RESISTIR
SOLIDARIEDADE
ANTI-FASCISMO

terça-feira, 17 de junho de 2025

Only One


(single, 2015)

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Senegal - Crónica no Público em breve


À suivre… Crónica SENEGAL (e Guiné…!) em breve no Público (texto e fotografias)

Jërëjëf…
❤️

terça-feira, 13 de maio de 2025

Entrevista com Fabrice Aragno no Público



Godard, Parte II: Roxy meets Gumbo… OU entrevista com Fabrice Aragno, cineasta e colaborador de Godard até ao último dia, no Público.
À propos da exposição “Tendo em linha de conto os tempos actuais”, em Serralves.

notes to self

Cão Preto ***
A Savana e a Montanha *
The Shrouds ***
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Um Amor de Perdição (M. Barroso) ***
Um Herói Anónimo (A. Giraudie) ***
Entre Tiniebras (Almodóvar) ***
Matador (Almodóvar) **
Átame! (Almodóvar) ***
A Lei do Desejo (Almodóvar) ***
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[séries]
White Lotus Temp. 1 **
White Lotus Temp. 2 ***
White Lotus Temp. 3 **
Adolescence **
Mad Men ****

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Guiss Guiss


(Cheikh Ndiguel Lô, LP Né La Thiass, Senegal, 1995)

Godspeed


artigo na Revista Electra





Na exposição "Tendo em Linha de Conto os Tempos Atuais | Jean-Luc Godard - Obra Plástica", em Serralves, desvendam-se as primeiras aventuras e interesses de um dos maiores (mas secretos) artistas do último século. Esse que, com apenas 19 anos, um dia escreveu: “No cinema, não pensamos, somos pensados”.

Novo número da Electra já nas bancas com texto meu sobre Godard e exposição (versão bilingue pt-ing). Boas leituras!


Excerto: aqui