Bósforo
Da minha janela vejo o Bósforo todos os dias: divisões e correntes, agitações e marés. Tal como no homem, tal como no mundo.
quarta-feira, 15 de outubro de 2025
It Never Rains in Southern California
terça-feira, 14 de outubro de 2025
Como falar na “andersonização” de alguém que, depois de “Paul” e “Thomas”, já tem “Anderson” no nome? Explicitando, então: eis a wes-andersonização de Paul Thomas Anderson.
segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Encontrei-me com The Wire em 2011. Nesse primeiro Verão depois de terminar o curso, as férias por Marrocos tiveram a companhia do seu fabuloso ensemble de actores todas as noites. Ao fim da terceira temporada, fiz uma pausa que, inesperadamente, durou até... este ano. Monumento da história da televisão a que só são equiparáveis Sopranos e, parcialmente, algumas peças de David Simon (The Deuce, Treme, Show Me a Hero).
Quiçá o mais interessante em The Smashing Machine seja a forma inusitada, até desconcertante, como recusa conscientemente a grandiloquência (essa que Brady Corbet, contemporâneo de Safdie, não hesitaria em exercitar) num género de filme e de protagonista que a reclamam a todo o tempo. É deliberada a tomada de parte pela modéstia e pela simplicidade (aqui também entendida como produtora de verdade), o que, se pode frustrar e impregnar o filme de uma significativa superficialidade, não deixa de ser admirável enquanto gesto de contenção, avesso à ambição e à megalomania dramáticas (o que também possui a sua dose de alívio nos tempos hiperbólicos que vivemos). A escala é, irredutivelmente, humana - mesmo que o espectador até o possa desejar, o protagonista não será nunca, afinal, "bigger than life".