(LP 5-30, 2014)
"ela comenta,
lamenta e quer que eu a (a)guarde
lamenta e quer que eu a (a)guarde
enquanto
lentamente a saudade aumenta no quarto
e ela emenda
dá-me uma agenda e quer que eu (a)guarde
mas se eu me prendo
pode ser que me arrependa mais tarde
ou aprendo a gostar
ou tentamos tar
mais tempo a apostar na gente
ou sou exigente
ou dou-te um filho bastardo
mas eu sou mais - tarde no estúdio a investir
no meu futuro
estúpido pa existir
ser diligente
e eu adoro que
tu me adores sem o lençol no teu corpo
até fechar os estores há o meu sol
que vem da minha ponte
que vem da minha ponte
o risco da amargura
pôr toda a ternura em confronto
pôr toda a ternura em confronto
e ver-te numa moldura e para a ruptura
ainda não tar pronto
(…)
existe o medo que ela desista
e eu ficar o gajo chato que ela fala à sua nova conquista
que "os homens são uma merda" é o discurso que espalha
e nós só queremos que não nos caia uma dama toscaia
que nos distraia e mais tarde nos traia
que eu saia da saia da mãe e regresse ca tralha
agora é difícil encontrar alguém que me vicie
ficar calmíssimo até à calvície e tu grisalha
não foram precisos nós, entre nós havia um laço
até que algum de nós o violasse
e agora tentas mas não podes tirar o que passámos um dia
saudades das fotos que nós nunca tirámos, eu queria
e eu dispenso a desavença e perdemos a cabeça
e cada sentença vai sentir-se, a ver se eu diria
'queres um amigo ou um boy que te acompanhe?
queres estar comigo ou queres estar com alguém?'
(…)
a dúvida cai
como chuva grossa
o ânimo vai
mergulha numa poça
a minha esperança
trava na insegurança"
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