sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Tervetuola Suomi!


Viva!

As primeiras impressões de uma viagem surgem normalmente quando damos os primeiros passos pelo lugar que nos irá acolher.
As minhas primeiras impressões foram outras e antes de chegar ao meu porto seguro. Viajar em lowcost tem as suas vantagens: além dos evidentes preços-pechincha, somos ainda poupados a certas coisas. Como segurança, por exemplo. Ou, pelo menos, à "segurança" que é operada nos vôos não-lowcost. Com efeito, a relação tempo de espera nos aeroportos-preço de uma viagem até à Finlândia não compensa a opção por Ryanairs, Easy Jets e coisas do género. Por isso mesmo a opção recaiu por uma companhia "normal". Como já não viajava há muito nestes tipo de companhias, qual foi o meu espanto quando me assaltaram. De alto a baixo. Literalmente. Primeiro foi a mochila. Depois o casaco. Depois o forro polar. Depois a camisola. Os headphones. A marmita. O cinto (!!). E, pecado dos pecados, trazia uma garrafa de água comigo. Inconcebível! É que se até 750 mililitros, a sede é tolerável, mais do que isso é... reprovável! E por isso proibido. Ora durante todo o assalto, o meu ar incrédulo e patético chocou os ladrões, que me revistavam com um evidente ar trocista. Afinal de contas, o possível criminoso ali era eu! Terminado este acto bárbaro, ainda estupefacto, vi serem-me devolvidos os meus pertences. Ao que parece, estavam totalmente "limpos". Deixaram-me então embarcar. Atordoado, arrastei-me de malas nas mãos, com as fraldas de fora, até à máquina voadora.
O fantasma das cuecas rotas chamado "terrorismo" está, de facto, em todo o lado. É-nos apresentado pelos senhores da "paz mundial", apodera-se calmamente dos nosso pensamentos e passa a passear tranquilamente nas nossas preocupações.

E aqui estou. Com uma temperatura que nos faz andar constantemente de pingo no nariz, joelhos a tremer e cara séria. Atenção: cara séria para os não acostumados. Os nativos, pelo contrário, enchumaçados até às orelhas, passeiam como nós na maioria do ano: bem-dispostos e descontráidos. Em Roma sê romano: assim o fiz. Gorro, luvas, cachecol, um sém-número de camisolas e dois bons pares de meia. Sinceramente, gosto deste tempo. Paradoxalmente, acaba por ser acolhedor.

Moi Moi!

1 comentário:

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

obviamente tu nunca foste apalp..errr, revistado, por uma assistente de aeroporto jeitosa.
é de certa forma sufocante, eu sei, eu também já notei a grande diferença, mas se eles dizem que os tipos são malucos por espetaar com avioes em paredes, eu jogo pelo seguro.
talvez a grande solução passe por se voltar a fazer viagens de barco a uma escala maior...

fico à espera das notícias da Estónia.isso sim é que me interessa, agora esse país das maravilhas que é a finlandia, de tão perfeito, chega a ser monótono, não?