Viva!
As primeiras impressões de uma viagem surgem normalmente quando damos os primeiros passos pelo lugar que nos irá acolher.
As minhas primeiras impressões foram outras e antes de chegar ao meu porto seguro. Viajar em lowcost tem as suas vantagens: além dos evidentes preços-pechincha, somos ainda poupados a certas coisas. Como segurança, por exemplo. Ou, pelo menos, à "segurança" que é operada nos vôos não-lowcost. Com efeito, a relação tempo de espera nos aeroportos-preço de uma viagem até à Finlândia não compensa a opção por Ryanairs, Easy Jets e coisas do género. Por isso mesmo a opção recaiu por uma companhia "normal". Como já não viajava há muito nestes tipo de companhias, qual foi o meu espanto quando me assaltaram. De alto a baixo. Literalmente. Primeiro foi a mochila. Depois o casaco. Depois o forro polar. Depois a camisola. Os headphones. A marmita. O cinto (!!). E, pecado dos pecados, trazia uma garrafa de água comigo. Inconcebível! É que se até 750 mililitros, a sede é tolerável, mais do que isso é... reprovável! E por isso proibido. Ora durante todo o assalto, o meu ar incrédulo e patético chocou os ladrões, que me revistavam com um evidente ar trocista. Afinal de contas, o possível criminoso ali era eu! Terminado este acto bárbaro, ainda estupefacto, vi serem-me devolvidos os meus pertences. Ao que parece, estavam totalmente "limpos". Deixaram-me então embarcar. Atordoado, arrastei-me de malas nas mãos, com as fraldas de fora, até à máquina voadora.
O fantasma das cuecas rotas chamado "terrorismo" está, de facto, em todo o lado. É-nos apresentado pelos senhores da "paz mundial", apodera-se calmamente dos nosso pensamentos e passa a passear tranquilamente nas nossas preocupações.
E aqui estou. Com uma temperatura que nos faz andar constantemente de pingo no nariz, joelhos a tremer e cara séria. Atenção: cara séria para os não acostumados. Os nativos, pelo contrário, enchumaçados até às orelhas, passeiam como nós na maioria do ano: bem-dispostos e descontráidos. Em Roma sê romano: assim o fiz. Gorro, luvas, cachecol, um sém-número de camisolas e dois bons pares de meia. Sinceramente, gosto deste tempo. Paradoxalmente, acaba por ser acolhedor.
Moi Moi!
1 comentário:
obviamente tu nunca foste apalp..errr, revistado, por uma assistente de aeroporto jeitosa.
é de certa forma sufocante, eu sei, eu também já notei a grande diferença, mas se eles dizem que os tipos são malucos por espetaar com avioes em paredes, eu jogo pelo seguro.
talvez a grande solução passe por se voltar a fazer viagens de barco a uma escala maior...
fico à espera das notícias da Estónia.isso sim é que me interessa, agora esse país das maravilhas que é a finlandia, de tão perfeito, chega a ser monótono, não?
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