domingo, 19 de julho de 2009

grow

"O sabor do verdadeiro conhecimento está definitivamente associado, na minha mente, ao terreno baldio que havia no fim do bairro para onde fui transplantado quando tinha cerca de 10 anos. (...) o mundo estava repleto de maravilha e mistério e só quando estávamos a tiritar de frio no terreno baldio falávamos a sério e sentíamos uma necessidade de comunicar que era simultaneamente agradável e aterradora.
A maravilha e o mistério da vida, que são sufocadas em nós quando nos tornamos membros responsáveis da sociedade! Até sermos forçados a trabalhar, o mundo era muito pequeno e vivíamos na sua margem, na fronteira, digamos, do desconhecido. Um pequeno mundo grego, ainda assim suficientemente profundo para proporcionar toda a espécie de aventura e especulação. E não era assim tão pequeno, pois reservava as mais imensas possibilidades. Não ganhei nada com o alargamento do meu mundo, pelo contrário, perdi. Quero tornar-me cada vez mais infantil e seguir além da infância, na direcção oposta. Quero seguir exactamente o percurso contrário à linha normal de desenvolvimento, entrar num estado de superinfantilidade que será absolutamente louco e caótico, mas não louco e caótico como o mundo que me rodeia".

Henry Miller, Trópico de Capricórnio

3 comentários:

direitoÀcena disse...

Em grande medida, a infância é confortável e segura porque "nos é dada" e não construída por nós.

A passagem adulta para o outro lado das terras de ninguém dá-nos -com acertos e/ou com enganos - a possibilidade da escolha dos trilhos. E, apesar da responsabilidade, essa possibilidade tem um encanto único que acaba por saber sempre a vitória.

O desafio é conseguir o enxerto de um mundo no outro: manter a loucura mesmo depois da passagem do terreno baldio.

ln

Francisco disse...

porque nos é "dada", de facto.

Cristina disse...

NOTAS SOLTAS
O amor é como a guerra, facil de começar e dificil de terminar.

O que é uma mulher difícil? Fiz uma ronda via sms a uma dúzia de homens e recebi várias respostas previsíveis e uma brilhante. As repostas óbvias incluíam: uma mulher difícil é aquela que nunca sabe o que quer; a que nunca está satisfeita; a que não gosta de sexo; a que embirra por tudo e por nada; a que vive a queixar-se. A resposta brilhante foi: uma mulher difícil é uma mulher que não sabe aquilo que eu quero.

Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las. Ter a noção exacta de nossas próprias vidas, ao invés de ter a noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que se deseja saber. Difícil é estar preparado para escutar a resposta.
MR