"Nas Humanidades e nas Ciências Sociais, a sobrevalorização dos artigos decorre, também, de outros factores, com consequências bem gravosas. Por um lado, tal exagero encontra-se directamente associado a uma ideia bem provinciana de que será possível reduzir o conhecimento a uma espécie de grande base de dados de consulta electrónica, incluindo nela as próprias revistas. Trata-se, no fundo, da tradução da ideia pacóvia de que "está tudo na Internet", logo, a nossa presença ou se faz através desse meio ou não se faz. Ora, não haverá aqui, mais um vez, uma enorme confusão? É que disponibilizar livros ou artigos em formato digital não implicará nunca colocá-los no mesmo plano. Por outro lado, importa desfazer uma espécie de fascínio pelo quantitativo: mais concretamente, o número de ocorrências, enquanto autor ou objecto de uma citação, dificilmente pode ser tomado como indicador de um contributo para a inovação. De tudo isto, fica arredado o pensamento individual, de autor, desenvolvido, durante anos a fio, num livro, bem como a responsabilidade de julgar pela qualidade e não pela quantidade".
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