Escrevi a minha crítica a Blume in Love (1973) sem ter visto Harry and Tonto (1974), o que me poupou o dilema de, caso o tivesse feito, ter que escolher entre os dois. Harry and Tonto é um filme lindíssimo, comovente, enternecedor, sobre aprender a envelhecer (a viver, portanto), sobre a necessidade de nos adaptarmos às vicissitudes que fazem os dias, acima de tudo, um filme de alguém (Mazursky) dotado de um olhar profundamente tolerante, amigável, sobre os outros, por mais diferentes que sejam de nós. Creio que a a isto se chama de... humanismo. Foi, enfim, o que tentei dizer na minha crítica quando me referi a Mazursky como alguém complemente apaixonado "pelas pessoas nas suas idiossincrasias mais profundas e mais comezinhas". Um dos melhores filmes que vi este ano (em sala/casa).
O Roger Ebert sumaria a coisa melhor que eu:
The road becomes a strange and wonderful place for Harry, mostly because of his own resilient personality. He’s played by Art Carney as a man of calm philosophy, gentle humor, and an acceptance of the ways people can be. He is also not a man in a hurry. When he can’t carry Tonto onto an airplane, he takes the bus. When the bus can’t wait for Tonto to relieve himself, he buys a used car and picks up hitchhikers. (...) Harry and Tonto drift on West toward the Pacific, and we begin to get the sense that this hasn’t been your ordinary road picture, but a sort of farewell voyage by a warm and good old man who is still, at seventy-two, capable of being thankful for the small astonishments offered by life. The achievement is partly Mazursky’s, partly Carney’s.
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