Heimat - Crónica de Uma Nostalgia (2013), Edgar Reitz.
Sei, com a mesma certeza que tenho duas mãos e dois olhos, que Heimat nunca sairá de mim. Tal como este Antonioni ou aquele Bodganovich nunca saíram nem sairão. Diferentes na forma e na narrativa, têm em comum - em menor dose o de Antonioni, porventura - o facto de serem filmes "totais", no sentido em que abarcam a vida toda: as emoções todas, as questões todas (as existenciais e as mais corriqueiras), as fases biológicas todas (desde o primeiro dia em que nascemos ao dia que vamos a enterrar).
Crónica de uma nostalgia. Quão certeiro, trágico, maravilhoso é este título. Através dele, a câmara de Reitz é como se fosse o olhar de Deus: o que é nostálgico, aqui, é a própria "vida", o dia-a-dia dos homens, e é Deus que o narra, é Deus o cronista.
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