Era muito tarde, mas a manhã não vinha, e ainda bem porque nós continuávamos a querer a escuridão: com o mapa reflectido no ecrã do telefone, mostrámos um ao outro as ruas das casas onde crescemos com os nossos pais, as escolas onde tínhamos estudado, as cidades bonitas dos nossos países em que já estivéramos e, sobretudo, aquelas que não conhecíamos. Depois eu disse que estava cansado de falar em inglês, ela também, e voltámos àquele assunto da tarde: somos absolutamente os mesmos quando falamos noutra língua que não a nossa? Nunca tinha pensado nisso, respondeu ela, mas daqui a uns meses já vou ser exactamente eu mesma para ti.
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