quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Já tinha dado notícia do primeiro single, "Caminho de volta", do novo álbum de Virtus, prontinho a sair em Janeiro. Agora é a vez de "De que forma". Pelas amostras, e a não ser que Virtus seja um cruel ilusionista, UniVersos será um dos grandes discos do hip-hop português de 2012 (elogios a uma escala maior, que já me apetece fazer, deixo-os, por prudência, para momento pós-audição) e da música portuguesa, em geral.
Esperemos, agora, que a crítica lhe preste a devida atenção, a mesma com que brindou, por exemplo, o grandioso álbum de Haloween (até, pasme-se, o B Fachada o apontou como um dos discos do ano!) , "A Árvore Kriminal" (de que, muito injustamente, ainda não falei aqui). É que o hip-hop português funciona, em termos mediáticos, um pouco à imagem do cinema português: só se fala nele, quase sempre, para dizer trivialidades bacocas ("ai e tal, a vossa música é, tipo, música de intervenção, né?"; ou "vocês inspiram-se nas ruas para falar do que sentem, para espalharem a vossa mensagem?") e a propósito de exemplares péssimos ("Call girl" no cinema, por exemplo, e uma série de porcarias, NGA e afins, no hip-hop), o que só contribui para uma desinformação brutal, massificada, que só afasta, está bom de ver, potenciais ouvintes. Mas isto é assunto para um ensaio com pés e cabeça, o qual teria o maior gosto (já não o tempo, receio) em fazer se alguma alma caridosa, eventualmente editora de um publicação interessante, o entendesse pertinente. Enquanto milagres desses não acontecem, oiçamos:



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

isn't that what we all do?



Novo teledisco dos The Roots, em jeito de curta-metragem:




Undun (2011), The Roots.

em bom português: vai-se andando

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

tanta coisa para nada



O que é mais terrífico em A Rosa Púrpura do Cairo (1985, Woody Allen) é que, tanta coisa, tanta coisa, e, no fim, acabamos por preferir a realidade à fantasia, ao sonho. É uma lição, um soco no estomâgo, a moral da história com que o filme nos censura (ou parodia, vai dar ao mesmo). Malditos humanos.

declaração de amor


Play it again, Sam (1972), Herbert Ross.


Nancy: "You like movies because you are one of life’s great watchers. I’m not like that, I’m a doer, I want to participate. I want to laugh, We never laugh together".
Francisco: Fuck you, Nancy. I feel you, Allan.

domingo, 25 de dezembro de 2011

undun




Será a prenda de mim para mim: Undun, o novo disco, fabuloso (audição prévia ilegal assim o garante), dos The Roots (se eu tivesse uma banda preferida, que não tenho, ela seria, com alto grau de probabilidade, a dos rapazes de Philadelphia).

hard christmas



Dilated Peoples - "The Platform", álbum homónimo, 2000.


O Hard Club decidiu fazer o papel de Pai Natal e presenteou-nos com a presença dos Dilated Peoples, dia 20 Janeiro, no Porto. Segurem-se.

sábado, 24 de dezembro de 2011

transe



Quanto mais o tempo passa e eu me ponho a pensar em "Transe" (2006, de Teresa Villaverde), mais o tenho por monumental. É o que se chama, creio eu, de uma lenta e intensa degustação.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Os senhores do P3 entenderam, numa atitude que ainda lhes poderá vir a custar a carreira no melhor jornal português, mas isso é lá com eles, que alguns dos textos que lhes enviei teriam dignidade para ser publicados e assim o fizeram. O último que lá publiquei (a par de outros dois, respeitantes a dois filmes do Fellini e do W. Allen, e que são versões mais reduzidas do que aqui escrevi) é relativo ao filme "Sangue do Meu Sangue", de João Canijo, e consiste num excerto, modificado aqui e ali, do texto original que publiquei neste blog. Se tiverem interesse e paciência (esta última é uma substância muito rarefeita entre os internautas), dêem uma vista de olhos por aqui. Se nunca tiveram, peço desculpa pelo incómodo e, para a próxima, como diz a minha Mãe, meto a viola no saco.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

primos em segundo grau

A A Árvore da Vida e Melancholia comungam de vários aspectos. Enquanto o primeiro celebra a vida, o segundo é um ensaio elegíaco (ainda que belíssimo, o que é uma ironia daquelas). Ambos fazem da estética visual a sua maior força: são verdadeiras obras-primas enquanto construções pictóricas, dotadas de uma intensidade e de um perfeccionismo que nos enchem, fazem transbordar, os olhos. Depois, ambos falam do fim, mesmo que em tons distintos. O filme de Malick debruça-se sobre o fim de uma época (Texas, anos 70), de uma família (e, além daquela família em concreto, de um tipo de família, conservadora mas vibrante nas suas contradições) e, acima de tudo, do fim da infância - da inocência da meninice, do tempo das ilusões e da fantasia (esta parte é-me particularmente cara, já agora). Ou, dito de outro modo, do fim de um tempo (que já não volta mais, bla-bla-bla, já sabemos todos como é, poupemo-nos a esse suplício). Melancholia, por sua vez, aponta o foco para o fim do mundo, da humanidade, embora, na mesma passada, e quase como que justificando esse grande desfecho universal, apresente outros fins ou desmoronares mais localizados: da família, do amor, da burguesia ou, mais latamente, dos convencionalismos que pautam as relações humanas (eles não pertencem só à burguesia, desenganem-se os mais ingénuos). Como se dissesse: se tudo acabou (a genuinidade e a bondade das coisas) ou se deixou viciar, para quê continuarmos aqui? Arrebente-se com tudo. Como me disse um amigo, e vou roubar-lhe a ideia mesmo nas suas barbas, Von Trier teve a arte e o engenho de fundir ideias mundanas sobre nós, homens, com um argumento absolutamente inverosímil (a colisão de um planeta chamado Melancholia com a Terra) sem que o resultado final tivesse o aspecto disso mesmo: de algo inverosímil.
Além disto, e esta é a parte que menos vos interessa, os filmes de Malick e Lars Von Trier partilham da particularidade de ambos me terem feito sair da sala bastante mal disposto e, não há direito, com uma enorme vontade de os rever. Fi-lo com A Árvore da Vida, mas continuo de pé atrás com Melancholia.

Conclusão: são os dois melhores filmes deste ano, só partilhando o pódio com o Road to Nowhere, do Monte Hellman (um filme em tudo semelhante - estou a gozar).

domingo, 18 de dezembro de 2011


Essential Killing (2011), de Jerzy Skolimowski.

Não sei se Essential Killing é o filme do ano, mas de que esta é a cena cinematográfica de 2011 ninguém terá dúvidas.

sábado, 17 de dezembro de 2011

alive



Depois de ver um filme iraniano, de seu nome Close Up (1990), do Kiarostami, o Godard disse uma parvoíce que entretanto ganhou honras de parangona cinéfila: "O cinema morreu".
Pois bem: resta-lhe ver, passados 11 anos, um outro filme iraniano, Uma Separação, de Ashgar Farhadi, para corrigir o dislate (ainda vai a tempo do perdão, nós desculpamo-lo pelos grandes filmes que já nos deu).

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

eu avisei-vos

Eu já tinha falado dele e não estava a brincar:



"Why even try", do bombástico Timez Are Weird These Days (2011), de Theophilus London.

Quando fecho os olhos e oiço, vejo tudo roxo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

quem sabe

"Ou então estamos já, quem sabe, na transição para um politeísmo de novo tipo. Deus morreu, vivam os deuses: pequenos, quotidianos, quase instantâneos e frágeis. Humanos".

Belo artigo, este do João Teixeira Lopes: "O sagrado quando menos se espera".

domingo, 11 de dezembro de 2011

os filmes que não vimos em 2011



Faltam o "Carancho", o "Post-Mortem", o "Restless", etc., mas não se pode ter tudo.

Por isso, já é uma excelente prenda esta a que o Cineclube da Faculdade de Direito da UP nos oferece: "You, the Living" (Roy Andersson, 2007) e "Essential Killing" (Jerry Skolimowsky, 2010) serão exibidos esta terça-feira, numa sessão dupla com direito a lanchezinho de borla (só para contrariar os arautos da austeridade que dizem que "ninguém dá nada a ninguém" e parvoíces desse género).

Estão todos convidados! E não cobramos mais pela boa disposição. Até lá!

sábado, 10 de dezembro de 2011



O editorial da penúltima edição da Wax Poetics (n.º 48, Setembro deste ano) é um dos melhores que já li do André Torres. É precedido por uma afirmação do Theophilus London: "There are magazines and blogs that were all over This Charming Mixtape when it came out, but they aren't covering me now, when they should be... They want to hype the next big thing but don't stay with that artist as the grow (...)".

Então, entra o André Torres. Reza assim:

"It's interesting to hear newcomer Theophilus London, who owes much of his initial buzz to these magazines and blogs, express his true feelings about media today. Even as magazine publisher myself, I couldn't agree with him more. But sadly, this is the state of music writing. Real journalism has been replaced with "feeding the beast". Churning out a people hundred words on the next bing thing is a daily operation, and everyone's tripping on themselves to get there first. That's never been our thing: we've always put quality over quantity. But at the end of last year, I pondered this past decade at Wax Poetics and began lookong foward to the next. I'm hopeful about the future of hip-hop and music in general. But when I went back looking through the issues of Wax Poetics, I found that over the years, many of the new artists we were convering weren't getting as much ink as they were when we first started".

Depois, mais à frente, sobre Nina Simone:

"Nina Simone was a true musical pioneer who knew all too well the strugles involved in the freedom of Black expression. A classicaly trained child prodigy scarred by systematic racism early in life, she became a true voice for civil rights at a time her peers simply didn't. But it was the devastation from the racism that fueled Simone into using her voice to spread the truth, challenging listeners to think for themselves.

(...)

She was Black power before there was Black power. Just as she hoped, Simone's "To Be Young, Gifted, and Black" (...) has become the unoficial Black National Anthem for a generation of whom "Lift Every Voice and Sing" falls flat. This is protest music at its rawest, and Simone brought the noise like no other".

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

eu repito: re-pu-bli-ca-nis-mo

"But if the EU might well qualify [como legitimada democraticamente] by liberal standards, it would definitely fail by the criteria of republican democracy. On the output side, the Union's capacity to promote the common good is constrained by the extremely high consensus requerirements of EU legislation. They prevent effective collective action in response to many problems that member states could not deal with nationally. The notorious inability to regulate competition over taxes on company profits and capital incomes is just one example.

(...)

The constraints of consensual decision making cannot be significantly relaxed as long as the peoples of twenty-seven member states lack a collective identity that could legitimate Europe-wide majority rule. And even if citizens were to develop a sense of common solidarity and a stronger attachment to the European polity than to their own nation state (perhaps in response to external challenges from American, Russia, or China), they would presently lack all the societal and institucional prerequisites of input-oriented democracy: no Europe-wide media of communication and political debates, no Europe-wide political parties, no Europe-wide party competition focused on highly salient European policy choices, and no politically accountable European government that must antecipate and respond to the egalitarian control of Europe-wide election returns. There is no theoretical reason to think that these deficits should be written in stone. But at present, input-oriented republican legitimacy cannot be claimed for the Union.
While these stylised diagnoses may be somewhat overdrawn, they suggest a prima facie plausible interpretation of current disputes over the existence of a "European democratic deficit".

Fritz W. Scharpf, "Legitimacy in the Multi-level European Polity", in Petra Dobner/Martin Laughlin (eds.), The Twilight of Constitutionalism?, Oxford: Oxford University Press, 2010, pp. 94 e 95.

lá em cima

Podia dizer várias coisas sobre o novo filme de Lars Von Trier, umas menos cinematográficas que outras. Por exemplo: que nunca vi uma mulher em depressão tão sexy como a Kirsten Dunst (sim, à frente mesmo da Monica Vitti e da Jeanne Moreau). Ou: que os jardins de Melancholia me lembraram, perversamente, os de Marienbad (em Resnais). Também: os cavalos, filmados à Tarkovsky (em Andrei Rublev), sinalizadores da interação homem-mãe natureza. E até: que, suspeito, não seria só Justine que já estaria ciente da inevitabilidade do fim do mundo, mas, também, a sua mãe (note-se como Justine é, no capítulo segundo do filme, uma mimetização da sua progenitora).

Mas o que mais me apraz escrever sobre o filme é mesmo no que toca à radical ironia que o perpassa: durante duas horas, são mais que muitos os planos em que as personagens olham persistentemente, com ar curioso e naif, para o céu. "Olhar para cima" é, como se sabe, um aforismo do quotidiano cujo sentido é o da necessidade de continuarmos em frente, ultrapassarmos os obstáculos, contornarmos as dificuldades da vida e a aparente invencibilidade da desgraça. No fundo, como se no céu, lá em cima, na morada de um Deus qualquer, se nos oferecesse a resposta, a saída para os nossos problemas terrenos. Pois bem: quando, no filme de Von Trier, os homens olham para cima, para o céu, nada mais vêem, afinal, que a sua morte, o fim da sua existência, enfim, o desaparecimento da humanidade. Mas, o que é pior, vêem-no sem o saberem, com olhos de encantamento, como se Melancholia se tratasse de um astro como outro qualquer e o devessem apreciar como sempre o fazem os homens desde que perceberam que não vivem sozinhos numa coisa a que chamaram de "espaço": com admiração, assomo, quase com vontade de lhe tocar para se assegurarem de que é... real. Tão real como o fim de tudo (e, como já alguém escreveu, é este um filme sobre o fim: não só do mundo, mas, outrossim, do amor, das convenções sociais, da família, etc.) É seco, é irónico, é cruel. Assim é Melancholia do primeiro ao último minuto.











anything you want



"Anything you want", Belleruche.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

nunca aceites doces de estranhos



O Mundo no Arame (1973), R. W. Fassbinder

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

quo vadis



"Habemus Papam" não é, definitivamente, um filme maior de Nanni Moretti (tal como "Midnight in Paris" também não o era na carreira de Woody Alen, mas eu não percebo nada disto).

Ainda assim, o que de melhor "Habemus Papam" tem é a sua cena final e, justamente, o seu último plano (se não estou em erro, admito que sim). A saída do cardeal Melville da varanda papal e, com ela, a recusa do poder, da assunção do papel de líder e condutor de uma religião de massas, constituem a figuração alegórica do vazio que vivemos presentemente a uma escala que extrapola a mera esfera da fé. A ausência de líderes, de referências últimas ou absolutas, é um sintoma crónico do vácuo dos nossos tempos, naquilo que proverbialmente se expressa pela asserção de que "já não há grandes homens". Não há símbolos inquestionáveis, homens de carne e osso em quem possamos confiar para o comando do destino de determinada instituição ou ideia. Não se confunda isto, obviamente, com figuras paternalistas e totalitárias. Trata-se, afinal, da carência de personalidades que, pelo seu mérito, inteligência ou sagacidade, saibam inspirar e influenciar os homens, na sua individualidade, e a colectividade em tempos difíceis. Por isso é que ouvimos dizer, a todo o momento, que já não há "grandes estadistas" ("o Churchill é que era"), "grandes políticos", etc.. E, nesse capítulo, o filme de Moretti constitui também um ponto de interesse pelo olhar que dedica ao homem que, no caso concreto, duvida das suas capacidades para tamanha empreitada, bem como daquilo (valores) que esta última genuinamente representa. O homem tem medo de liderar um conjunto de valores porque duvida da sua veracidade ou os valores esfumam-se porque não há personalidades que os saibam proclamar? Provavelmente, as duas coisas.
Piccoli é, simultaneamente, o anti-herói e o anti-papa. Ele já recolheu ao interior do edifício e a câmara continua a focar a varanda ladeada pelos venustos cortinados encarnados. Uns segundos depois, a "corte" papal, embaraçada, recua também, desaparecendo do plano. Esse vazio glorioso, imponente, é filmado por largos segundos. Para dentro da varanda, nada vemos, a não ser um escuro indecifrável, como que uma interrogação plástica de sentido único: quo vadis modernidade?

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Xavier




Escrevi, há uns tempos, que "Sangue do meu Sangue", o filme de João Canijo, me parecia pouco honesto, senão mesmo falseador, no retrato que fazia da portugalidade contemporânea e do "ser português", e isso porque se deixava cair numa etiquetização fácil, ostensiva e superficial do nosso país e suas gentes. A esse propósito, falei de filmes de Teresa Villaverde ou de João César Monteiro como exemplos, no extremo oposto, de olhares - ainda que cinematográficos e, portanto, do domínio diegético - sóbrios e muitíssimo mais verosímeis sobre este lugar chamado Portugal.
A estes dois nomes, aos quais podia aditar outros (Pedro Costa, Manoel de Oliveira, etc.), acrescento um outro - o de Manuel Mozos, cujo filme Xavier (filmado em 92, mas estreado apenas em 2003) só veio reforçar o entendimento que retive de "Sangue do meu Sangue": o de que, com uma simplicidade desarmante, podemos captar uma realidade, uma cultura, de um modo muito mais sério e verdadeiro quando o deixamos respirar, por si, em frente a uma câmara, ao invés de extrairmos dele, à força, quase o violentando, as sua marcas mais epidérmicas, as pontas dos icebergs menos interessantes de um mais vasto e complexo mundo.

De resto, Xavier é um filme fabuloso, belíssimo, um tesouro do cinema português que é, paradoxalmente (ou não tanto assim...), expressão máxima do destino trágico (produção e exibição) a que muitos filmes portugueses estão votados. É um filme que tem o condão de nos continuar a fazer pensar nas personagens (um soberbo Pedro Hestnes à cabeça, e toda uma geração de então novos actores, hoje "telenovelizados"), suas vidas e nas relações entre si. É tudo tão vívido que nos fica a sensação de que aquele universo permanece activo mesmo depois de se abrirem as portas da sala de cinema, de que aquelas vidas, com os seus alentos e desventuras, persistem em animar um lugar, uma comunidade, enquanto nós, voyeurs de ocasião, continuamos paralelamente com a nossa vida, volta e meia voltando a acompanhar os seus passos. O filme acabou, mas saímos da sala menos sós.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

crescer é um lugar estranho

Quando deixamos de ser nós a solicitar a atenção dos nossos pais e se dá o inverso.