Há momentos singelos e felizes como este: inícios de 2000 e sou, novamente, aquele miúdo extasiado, de boca aberta, num final da tarde na FNAC de Santa Catarina. Há muito fumo, rapazes e raparigas com roupas muito largas, mochila às costas, as cabeças abanam liturgicamente ao som de uma caixa mágica. Têm os olhos fixos de quem bebe a palavra e os rostos sérios, próprios de quem testemunha o nascimento de uma coisa, uma cultura, talvez, nova, totalmente nova. Nunca vi estas pessoas, têm brincos, os braços pintados, barbas estranhas, bonés. A música acaba e saio, o meu mundo em pantanas.
Underground, she said.
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