O meu artigo sobre o concerto - épico - de Valete no Hard Club já está disponível on-line, na rdb.
"Noite política, com certeza, com Valete a tocar o álbum que o consagrou, definitivamente, como um rapper político e contraditório (todo o radicalismo vive paredes meias com a contradição, como se sabe), espécie de Immortal Technique português. A autoconsciência de que é, hoje, uma espécie de instrutor ou pedagogo para uma geração politicamente acéfala (pós-modernista, para usar um eufemismo), e a seriedade (porventura excessiva) com que a encara, ficou bem patente no número de vezes que, depois de uma música ou de um discurso, dizia “isto é sério, isto é uma cena séria”. «Anti-Herói», «Revelação», «Subúrbios», «Monogamia», «Canal 115» (com Bónus e Adamastor, em ambiente de festa) foram das faixas mais calorosamente recebidas (só faltou «Serviço Público») num HC que atingiu o seu clímax com a inevitável «Roleta Russa», oportunidade para Valete introduzir um novo e divertido refrão: “Sexo sem control(o) é roleta russaaa…”. Mas a noite não teria sido política se Valete não tocasse o hino que o lançou como artista fracturante: com grande parte da plateia aos saltos, «Fim da Ditadura» eclodiu como se de um petardo se tratasse, e, a certa altura, a voz do público quase se sobrepunha à do próprio Valete".
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