Pousei a câmara e voltei a pegar na caneta - a versão completa do meu artigo sobre "O ANIMAL CORDIAL", filme da Gabriela Amaral Almeida que tive o prazer de ver este ano no Festival do Rio, foi publicada na Cinética, revista brasileira que acompanho há alguns anos e na qual tenho, por isso, um gosto especial em colaborar.
Distribuidoras portuguesas, para quando o filme em sala?
"Mas se as personagens não estão cientes dessa radical paridade ou nivelamento que o filme imprime ...ao espaço, elas acabam por ir sentindo isso 'na pele': como uma cebola, o filme vai-se descascando, ou melhor, vai 'descascando' progressivamente os dois protagonistas principais – paradigmática relação de poder entre patrão (Inácio) e empregada (Sara, num enorme desempenho de Luciana Paes) –, que, da indumentária convencional normatizada (ele de camisa, ela de farda), passam a estar nus, nada mais os distinguindo socialmente dali em diante. Os corpos vão-se desnudando à medida que as 'roupagens' simbólicas vão caindo, até à nudez total, como os homens das cavernas – o grau zero do relacionamento humano, livre de normas e convenções (de, apetece dizer, 'Boas Maneiras')".
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