"NOVEMBER" no Ípsilon da última sexta: o "pecado original" (para citar o Cardeal) de SiR é o de ter feito, em 2015, um disco formidável chamado "Seven Sundays", inevitável ponto de partida (e comparação) para a escuta dos seus trabalhos subsequentes, que, infelizmente, nunca cumprem as expectativas. Todavia...
"Um dos motivos reside, desde logo, no facto de este ser um álbum demasiado de beats, reflectindo esse contemporâneo fenómeno que é o de o R&B ser predominantemente pr...oduzido a partir de portáteis por produtores de hip-hop tout court (torná-lo mais melódico ou samplar mais instrumentos não o converte automaticamente em R&B ou em soul) (…). Se esta realidade, no que de democrático e inventivo implica, é, obviamente, de louvar, tem o inconveniente de redundar, muitas vezes, na construção de instrumentais rígidos e pouco adequados às nuances que o R&B (…) exige ao longo de uma canção. É justamente o que aqui se sente, a predominância de canções excessivamente cadenciadas, em que a batida é referência demasiado central (porque determinante das restantes coordenadas), pelo caminho sublinhando a traço grosso a repetição do loop nuclear (com o risco de monotonia associado). (...) Ficarmo-nos por aqui seria, contudo, tremendamente injusto para um álbum (…) com uma canção do calibre de 'Something Foreign', piano pesaroso por cima de uma bateria exausta, e onde ao refrão maravilhoso de SiR se junta um Schoolboy Q (…) que já não víamos nesta forma há algum tempo (combinando versos erotizantes com uma disposição métrica mediante a qual explora, de modo sonoramente gingão, quatro diferentes terminações fonéticas da rima: 'u', 'aive', 'aique', 'ou')".
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