segunda-feira, 10 de março de 2008

"Sozinho em casa com as crianças, o Tio decidiu mascarar-se para as divertir. Ao cabo de uma longa espera, como ele nunca mais aparecia, as crianças desceram e viram um homem mascarado a meter as pratas num saco.
- Oh! Tio - exclamaram deliciadas.
- Então, gostam da minha máscara? - perguntou o Tio, tirando a máscara.
Este é o silogismo hegeliano do humor. Tese: o Tio disfarça-se de ladrão (divertimento das crianças); antítese: era um ladrão (divertimento para o leitor); síntese: era mesmo o Tio (gozar o leitor). Era deste super-humor que Rex gostava de pôr na sua obra; e dizia ele, era coisa bastante nova".

in Riso na Escuridão, Vladimir Nabokov

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