Novamente com mais tempo, voltei a escrever sobre música. A minha crítica sobre o primeiro disco de originais de Blasph, Frankie Diluvio Vol. 1, acabadinho de sair, já está disponível na RDB, aqui ao lado.
“Frankie Diluvio” notabiliza-se, sobretudo, para além da mestria na punchline (há coisas que só mesmo Blasph sabe cuspir com obscenidade e classe em doses iguais), na recuperação, em termos sónicos, do G-Funk com que Dr. Dre, nos idos de 90, revolucionou o hip-hop a partir da California, dando à luz a sonoridade com selo west coast (e que Dâm-Funk tem vindo a reciclar com o seu sedutor electro-boogie): samplagem do funk endiabrado tocado por gente como os Parliament e os Funkadelic (igualmente audíveis nos álbuns de alguns dos seu mais famosos membros, com George Clinton e Bootsy Collins à cabeça) acompanhada de baixos a rebentar pelas costuras (fat bass, não há melhor forma de o dizer) e, como pedra de toque, finas linhas melódicas tecidas pelos então inovadores – ao menos no mundo do hip-hop em sentido estrito (a bem dizer, os Kraftwerk já lhes tinham dado bom uso antes) – sintetizadores (a que Timbaland e companhia deu novos contornos, quase sempre de mau gosto, no hip-hop da primeira década dos anos 2000).
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