Talvez não seja do domínio comum, mas algum do hip-hop mais fresco e irreverente (ou "fora-da-caixa", como agora se diz a propósito de tudo e de nada) alguma vez feito em Portugal saiu de uma cidade de 50 mil habitantes chamada Évora - e, em particular, da Sistema Intravenoso, que, depois da Matarroa e juntamente com a Monster Jinx, é a label independente com mais graça do país. "Dentes de Ouro & Flow de Platina" (2011) é um dos mais divertidos, javardos e inteligentes discos... que tenho nos ouvidos, clássico de um género musical que, até há uns anos, insistia em levar-se demasiado a sério (embora eu também o ame quando ele se leva a sério, ora pois). Fiz uma entrevista com o Marcos Valle (a sair em breve) e, nem de propósito, é nesse álbum do Pródigo e do Víruz que a "Mentira" é samplada-transformada na "Gira" - "Espero que esta noite não acabe paraplégico / Já 'tou com o sombrero / Parece que 'tou no Mérricow!".
Não Consegues Criar O Mundo Duas Vezes foi exibido ontem em Évora, ao ar livre, na Praça do Sertório, às 22h, no âmbito do festival Artes à Rua.
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