Mais do que as exposições do Paul Klee e do Richard Hamilton, a minha curta estadia em Londres valeu, sobretudo, por uma dúvida e uma certeza: a dúvida de ter visto, da rua, a Stacy Martin a jantar; e a certeza de a Tea Falco (sim, sim, a Tea Falco) ter passado por mim uns dois segundos antes de eu pôr o meu pé (o esquerdo, só pode, tamanho o azar) na camioneta que me levou de volta ao aeroporto para me vir embora. Estava sozinha, bela e decadente como no último Bertolucci: lábios de um vermelho pintadíssimo, gorro gasto, cabelos desgrenhados, olhar - que se cruzou, por acaso, com o meu, e não é delírio - agressivo, postura punk de don't give a shit. Io e te, pensei cá para os meus botões, enquanto alguém atrás de mim na fila já resmungava: "come on, man!".
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