Queixamos-nos da chuva e pedimos sol sem nos lembrarmos que a primeira é capaz de interromper o caminho de regresso de duas pessoas a casa e obrigá-las a abrigarem-se numa soleira, debaixo de um varandim velho, na entrada de um prédio com madeira a descascar. Nesse momento, os cabelos já se molharam (as pontas, sobretudo), os casacos grossos que vestem estão húmidos e ambos respiram ofegantemente, as maçãs dos rostos rosadas. Olharão para a rua como quem olha um mundo exterior que entretanto se formou, falsamente averiguando as intermitências da chuva. Depois talvez sorriam e.
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