sexta-feira, 4 de abril de 2014

o Bresson que há em mim


Au Hasard Balthazar (1966), Robert Bresson.

Nunca tinha pensado nisto, mas agora que ando a escrever - e a recuperar algumas ideias, com o tempo desbotadas - sobre o Bresson, dei-me conta que este meu post é muito bressoniano - ou melhor, que essa coisa da obsessão por um rosto que é uma folha em branco escancarada para as coisas e para as palavras, o mistério e a neutralidade límpida reflectores de serenidade e de um certo desligamento solipsista em relação ao mundo tem muito da filosofia dos "modèles" (curiosamente, certos modelos, entenda-se das passerelle, não deixam de ostentar um rosto rigidamente blanche, neutro, como, creio, o Bresson apreciaria). Não é que seja relevante, mas não sei exactamente o que isso diz de mim.

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