Tive um brutal déjà vu enquanto via as curtas do Pasolini. Remeteu-me para outros Pasolinis (o que é normal), para Chaplin [mesmo antes da citação explícita, o que também é normal (não a citação, mas a minha remissão)], para Tati e, como sempre, para a primeiríssima vez que fui, pela mão do meu Pai, ao Nun'Álvares (ao cinema) ver o Jour de Fête. Mas mais do que isso: é a remissão para um certo humor primitivo (não confundir com primário), humilde, "rural" (na paisagem e no desprendimento dos mais simples), de desgraçados e pobretanas a lutar pela sua dignidade (se, como alguém disse, a felicidade não é alegre, a luta pela dignidade triste não é). A provar que a riqueza mais importante é, de facto, a de espírito.
Dizer que o cinema é assombração ou dizer que é déjà vu é uma e a mesma coisa.
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