Sábado, meio da tarde, toca a campainha. Estranho o facto, mas desloco-me para atender. Do outro lado, a senhora apresenta-se como Augusta, que está acompanhada pela Olímpia. Prefiguro duas senhoras nos seus 70 anos. Perguntam-me se podem fazer umas perguntas. Estou quase a a agradecer e a dizer que o produto - não sei sequer qual - não me interessa, mas, por simpatia, digo que sim.
"Acha que os mortos podem voltar a viver?"
Depois do impacto, penso em responder-lhes que sim, que me acontece de presenciar isso mesmo todas as semanas, em salas escuras com um um grande ecrã luminoso. Receio, no entanto, que não haja abertura nesse sentido (quem é o excêntrico, afinal?) e opto por uma resposta mais prosaica. "Olhe, à primeira vista, eu diria que não....". Dou especial ênfase ao à primeira vista. Do outro lado, recebo, como resposta, compreensão e uma citação da Bíblia - "Mas sabia que, na Bíblia, ...".
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