Da minha janela vejo o Bósforo todos os dias: divisões e correntes, agitações e marés. Tal como no homem, tal como no mundo.
quarta-feira, 6 de junho de 2018
ípsilon - "KOD", de J. Cole
No Ípsilon da última sexta-feira, continuo a acompanhar a obra de J.Cole, talvez a grande - a "única" - mácula na programação do dia 20 Julho do Super Bock Super Rock, verdadeiro histórico pelos nomes de hip-hop/R&B que concentra.
"Integralmente produzido pelo próprio Cole (e tende-se a esquecer o seu virtuosismo neste departamento), 'KOD' – que, tal como '4YEO', não inclui qualquer convidado – prolonga a excelência dos arranjos (samplados e tocados) que já campeavam em '4YEO'. Algo imedia...tamente perceptível no trompete de 'Intro”, nas teclas de 'Photograph' (dedos de Ron Gilmore), no baixo de Nates Jone em 'Once an Addict' (incursão biográfica sobre a figura materna, ela própria uma ex-alcoólica e consumidora de crack) ou, ainda, nas cordas de 'The Cut Off' (soberba voz distorcida de kiLL edward, alter-ego de Cole que se crê corresponder ao seu abusivo padrasto), talvez o mais belo momento de todo o disco, condensador, aliás, da atmosfera jazzisticamente melancólica (e vice-versa) que tem caracterizado os seus últimos trabalhos: 'I know Heaven is a mind state, I've been a couple times / Stuck in my ways so I keep on falling down', dessacralização curiosa vinda de um rapper cristão (mas não menos existencialista) como Cole".
On-line: https://www.publico.pt/2018/06/03/culturaipsilon/critica/que-a-dependencia-e-uma-besta-1832406
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