quinta-feira, 2 de junho de 2016

Crónica "I wish I had someone else's face" #4: Eu sou eu e as minhas máscaras



Há dias, revi o Breakfast at Tiffany's e, tal como da primeira vez, fiquei novamente impressionado com a cena das máscaras (acima).Vai daí, a minha última crónica no À pala de Walsh, publicada ontem, fala precisamente sobre todo o "baile de máscaras" da Hepburn e companhia. Ah, também falo da Cameron Diaz e de como ela foi um dos mais deliciosos seres femininos que já pisou este chão.
 
Para ler aqui (clicar).
 
 
"A cena sublimadora de todo este ambiente de ocultação e dissimulação (...) dá-se por força da literalidade, sem necessidade do recurso à metáfora. Nesse maravilhoso dia em que Holly e Paul alternam na escolha de coisas para fazer que o outro nunca tenha feito (quanta beleza e juventude nisto…), decidem entrar numa loja com o propósito de roubar algum artigo, acabando por sair cada um com uma máscara no rosto sem serem descobertos (...). Ela, com uma máscara de um gato, ele, de um cão – um cão, não um rat ou um super-rat como aqueles a que a Holly-gata se refere e está habituada a perseguir. Como se, ao colocarem uma máscara “a sério” por cima da máscara social “falsa” (...), anulassem esta última, do choque entre as duas não restando máscara alguma e se repusesse, assim, a verdade (ao menos entre eles os dois…). Não por acaso, é com essas máscaras de cão e gato postas (...) que o sentimento intrinsecamente verdadeiro que os une vem, finalmente, ao de cima, o amor entre os dois cristalizado nesse beijo já dentro do prédio".
 
[Excerto]

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