"Pode-se dizer que Delphine é uma personagem apanhada no que Huysmans chamou melancolia. 'A vítima da melancolia mantém com o espaço a mais dolorosa das relações. Ou lhe falta espaço, ou o espaço lhe sobeja. Tem horror à finitude dele, mas a sua infinitude aterroriza-a da mesma maneira. Daí a busca melancólica das viagens e das distâncias: ao desorientado, as viagens prometem um fim, aos cativos uma evasão'. Talvez seja por isso que, entre uma segunda-feira, 2 de Julho, e uma segunda-feira, 6 de Agosto, Delphine tanto procure nas viagens o que quer e não sabe o que é".
João Bénard da Costa, à propos de Le Rayon Vert (1986, Eric Rohmer).
Sem comentários:
Enviar um comentário