Sim Noronha, pelos vistos a biblioteca do Capitólio tem um Corão, que em tempos pertenceu a Thomas Jefferson, que serve para o efeito. Em 2007, Keith Ellison, o primeiro muçulmano nomeado para o Congresso, "jurou" com a mão sobre este Corão. Mas houve polémica.
eu pergunto o que ia suceder com um ateu... será que ele ia ter de jurar pelo seu livro favorito? pela sua mulher? pelo seu homem? pelos filhos? pelas plantas e criancinhas do mundo? ou por si mesmos?
Guilherme, não sabia! De todo o modo, a minha interrogação era menos uma dúvida real e mais uma crítica a todo o espírito do "GOD bless america". O discurso do Obama deve fazer tantas referências a Deus como o do presidente do Irão. Por outro lado, faz-me alguma confusão, e creio que também fará para quem é crente, um homem falar de um deus, que se presume único e universal, e depois, à parte, diririgir-se ao "mundo muçulmano".
Daniela, Essa é outra questão muito boa. E estas?: 1) o primeiro presidente politeísta; 2) o primeiro presidente solteiro; 3) o primeiro presidente divorciado; 4) o primeiro predisdente divoricado e enamorado com uma loira de atributos voluptuosos. É que já enjoa toda a cena da american happy family e da first lady. A América precisa de um/uma presidente com o tipo de vida familiar a que hoje os psicólogos-sabedores chamam de "disfuncional".
Jurar com a mão sobre um livro religioso, seja ele qual for, já é coisa que me faz muita muita confusão.
A título de curiosidade, já ouviram falar de Michael Newdow? Bem, este americano, jurista e ateu, conseguiu levar ao Supremo a discussão acerca do conteúdo do Pledge of Allegiance: desde 1954 que foram introduzidas no texto as palavras "one Nation under God" (Eisenhower considerou a frase uma prova de dedicação dos EUA ao «Deus todo-poderoso») - I Pledge Allegiance to the flag of the United States of America and to the Republic for which it stands, one Nation under God, indivisible, with liberty and justice for all. O que o Sr. Newdow afirma é que, considera ser uma violência a escola obrigar as crianças a recitar o Pledge com este conteúdo. O Supremo acabou por não avaliar sequer a questão por entender que, deveria ser a filha, através do seu representante, a levantar o problema (não percebo. como pai, não tem o direito de dar à criança a educação que entende?). Portanto, estando Newdow separado e sem a custódia da miúda, não tinha legitimidade suficiente para a representar. Já a mãe, que o poderia fazer, pensa que a redacção do Pledge não apresenta qualquer problema. Este caso já faz correr tinta nos jornais desde 2002, mas no dia 18, talvez devido à cerimónia de juramento de Obama, saiu um artigo sobre esta e outras questões relacionadas com o GOD americano no JN. Se quiserem dar uma vista de olhos na edição online: http://jn.sapo.pt/Domingo/Interior.aspx?content_id=1073397
Penso que juraria sobre a Biblia à mesma, é um símbolo de uma Nação, é história, é "momento"...
Até o ateu juraria sobre a Biblia, o significado do juramento não é tanto o gesto (o tocar nesse livro dito sagrado) mas sim a palavra, esse dom que toca no mais íntimo ser que faça parte de um TODO....
Um muçulmano,ateu gritaria com todo o ensejo ardente do coração o amor à América por ser presidente, por ser o homem por quem todos esperam algo...
Diria à mesma GOD bless america, sendo o seu Deus, não tanto essa transcendência mas os valores a que se estaria a submeter: Equidade, Bondade, Rigor, Bom, Belo, Amor, Verdade, todo esse mesmo desejo ardente, que alguns personoficam no mesmo rosto (esse DEUS) e outros personificam em vários valores (pessoas?)... não será como Caeiro que pos e bem a dúvida:
" Se deus é as rosas, as árvores, as flores etc... pq não lhe chamar de rosas, árvores, flores e não de Deus? (citado de cor, não o original)
* penso que essa "dúvida de ocasião" não é dúvida, é apenas complicar um "desejo humano", por aquilo que quer que seja, nos impele a abraçar uma Nação e conduzi-la, aceitando, tal qual escravo, o peso nos ombros e caminhando com ela...
O juramento né o gesto, é a palavra, repito, e mais que isso é o significado, o gesto...
A questão não é "jurar à mesma". É precisamente o oposto: é não querer jurar com a mão sobre a Bíblia. E não sendo um indivíduo cristão, deve-lhe ser dada a possibilidade de não jurar sobre nada. Eu não sei se um ateu ou muçulmano gritaria com todo o coração. Isso já são floreados preditivos teus. O que eu acho é que a necessidade do transcendente num acto político pode mexer com os espíritos de muita gente. E concerteza que deve haver muitos americanos a quem incomoda toda esta cena teatrológica. Eu sentir-me-ia incomodado se o nosso Presidente da República, no acto do poder, dissesse alguma coisa do mesmo género.. Queria eu lá saber das palavras e do simbolismo. Sou sensível, que queres? :) Por outro lado, gestos há muitos. Que não implicam bíblias, Deuses e metafísicas. E o mais engraçado é que Obama até os tem. Eu sei que o acto, mais do que doutrinário, é simbólico. Mas se fossemos a manter todos os simbolismos do tradicionalismo, haveria muitas coisas que tornariam este mundo um lugar um pouco mais desagradável.
Se um homem ou mulher, crente ou não crente, um dia chegasse à presidência dos EUA e ignorasse as referências a Deus, e as substituísse pela palavra "homem", que mal trazia isso ao mundo? "Que os homens abençoem a américa"... porque são eles que a fazem. Acreditar nos homens e no que temos connosco, na nossa realidade, para construir na nossa realidade. Mas bem, aqui já entrávamos no materialismo. E não me apetece lol
Deus abençõe a américa = os homens abençõem a américa = o Amor abençõe a américa = a união abençõe a américa = esse anelo da fraternidade abençõe a américa = o quer que seja abençoe a américa!
Não é a palavra, é o significado... não me quiseste entender! x)
Outra coisa: Há muitas figuras na história que tomaram como valores a "Equidade, Bondade, Rigor, Bom, Belo, Amor, Verdade" (e todos os que tu quiseres) para semear o ódio e a miséria. Eu não gosto muito de todo esse show off axiológico. São gostos, pronto.
permitam-me uma piada de mau gosto... quando for o primeiro-presidente gay, será que ele vai jurar com a mão sobre um frasco de lubrificante ou de vaselina? se for uma piada de excessivo mau gosto, podes apagar francisco. mas apeteceu-me deixar este desabafo que me inquieta xD
10 comentários:
Sim Noronha, pelos vistos a biblioteca do Capitólio tem um Corão, que em tempos pertenceu a Thomas Jefferson, que serve para o efeito.
Em 2007, Keith Ellison, o primeiro muçulmano nomeado para o Congresso, "jurou" com a mão sobre este Corão.
Mas houve polémica.
eu pergunto o que ia suceder com um ateu... será que ele ia ter de jurar pelo seu livro favorito? pela sua mulher? pelo seu homem? pelos filhos? pelas plantas e criancinhas do mundo? ou por si mesmos?
Guilherme, não sabia! De todo o modo, a minha interrogação era menos uma dúvida real e mais uma crítica a todo o espírito do "GOD bless america". O discurso do Obama deve fazer tantas referências a Deus como o do presidente do Irão.
Por outro lado, faz-me alguma confusão, e creio que também fará para quem é crente, um homem falar de um deus, que se presume único e universal, e depois, à parte, diririgir-se ao "mundo muçulmano".
Daniela, Essa é outra questão muito boa. E estas?: 1) o primeiro presidente politeísta; 2) o primeiro presidente solteiro; 3) o primeiro presidente divorciado; 4) o primeiro predisdente divoricado e enamorado com uma loira de atributos voluptuosos. É que já enjoa toda a cena da american happy family e da first lady. A América precisa de um/uma presidente com o tipo de vida familiar a que hoje os psicólogos-sabedores chamam de "disfuncional".
P.S. - Eu gosto do Obama. :)
Jurar com a mão sobre um livro religioso, seja ele qual for, já é coisa que me faz muita muita confusão.
A título de curiosidade, já ouviram falar de Michael Newdow?
Bem, este americano, jurista e ateu, conseguiu levar ao Supremo a discussão acerca do conteúdo do Pledge of Allegiance: desde 1954 que foram introduzidas no texto as palavras "one Nation under God" (Eisenhower considerou a frase uma prova de dedicação dos EUA ao «Deus todo-poderoso») - I Pledge Allegiance to the flag of the United States of America and to the Republic for which it stands, one Nation under God, indivisible, with liberty and justice for all.
O que o Sr. Newdow afirma é que, considera ser uma violência a escola obrigar as crianças a recitar o Pledge com este conteúdo.
O Supremo acabou por não avaliar sequer a questão por entender que, deveria ser a filha, através do seu representante, a levantar o problema (não percebo. como pai, não tem o direito de dar à criança a educação que entende?). Portanto, estando Newdow separado e sem a custódia da miúda, não tinha legitimidade suficiente para a representar. Já a mãe, que o poderia fazer, pensa que a redacção do Pledge não apresenta qualquer problema.
Este caso já faz correr tinta nos jornais desde 2002, mas no dia 18, talvez devido à cerimónia de juramento de Obama, saiu um artigo sobre esta e outras questões relacionadas com o GOD americano no JN. Se quiserem dar uma vista de olhos na edição online: http://jn.sapo.pt/Domingo/Interior.aspx?content_id=1073397
Apoio a da família disfuncional. Assim sim, a América seria revolucionária.
Penso que juraria sobre a Biblia à mesma, é um símbolo de uma Nação, é história, é "momento"...
Até o ateu juraria sobre a Biblia, o significado do juramento não é tanto o gesto (o tocar nesse livro dito sagrado) mas sim a palavra, esse dom que toca no mais íntimo ser que faça parte de um TODO....
Um muçulmano,ateu gritaria com todo o ensejo ardente do coração o amor à América por ser presidente, por ser o homem por quem todos esperam algo...
Diria à mesma GOD bless america, sendo o seu Deus, não tanto essa transcendência mas os valores a que se estaria a submeter: Equidade, Bondade, Rigor, Bom, Belo, Amor, Verdade, todo esse mesmo desejo ardente, que alguns personoficam no mesmo rosto (esse DEUS) e outros personificam em vários valores (pessoas?)... não será como Caeiro que pos e bem a dúvida:
" Se deus é as rosas, as árvores, as flores etc... pq não lhe chamar de rosas, árvores, flores e não de Deus? (citado de cor, não o original)
* penso que essa "dúvida de ocasião" não é dúvida, é apenas complicar um "desejo humano", por aquilo que quer que seja, nos impele a abraçar uma Nação e conduzi-la, aceitando, tal qual escravo, o peso nos ombros e caminhando com ela...
O juramento né o gesto, é a palavra, repito, e mais que isso é o significado, o gesto...
Henrique,
A questão não é "jurar à mesma". É precisamente o oposto: é não querer jurar com a mão sobre a Bíblia. E não sendo um indivíduo cristão, deve-lhe ser dada a possibilidade de não jurar sobre nada.
Eu não sei se um ateu ou muçulmano gritaria com todo o coração. Isso já são floreados preditivos teus. O que eu acho é que a necessidade do transcendente num acto político pode mexer com os espíritos de muita gente. E concerteza que deve haver muitos americanos a quem incomoda toda esta cena teatrológica. Eu sentir-me-ia incomodado se o nosso Presidente da República, no acto do poder, dissesse alguma coisa do mesmo género.. Queria eu lá saber das palavras e do simbolismo. Sou sensível, que queres? :)
Por outro lado, gestos há muitos. Que não implicam bíblias, Deuses e metafísicas. E o mais engraçado é que Obama até os tem.
Eu sei que o acto, mais do que doutrinário, é simbólico. Mas se fossemos a manter todos os simbolismos do tradicionalismo, haveria muitas coisas que tornariam este mundo um lugar um pouco mais desagradável.
Se um homem ou mulher, crente ou não crente, um dia chegasse à presidência dos EUA e ignorasse as referências a Deus, e as substituísse pela palavra "homem", que mal trazia isso ao mundo? "Que os homens abençoem a américa"... porque são eles que a fazem.
Acreditar nos homens e no que temos connosco, na nossa realidade, para construir na nossa realidade. Mas bem, aqui já entrávamos no materialismo. E não me apetece lol
Txikia,
Vou ler a noticia!
Um abraço
Deus abençõe a américa = os homens abençõem a américa = o Amor abençõe a américa = a união abençõe a américa = esse anelo da fraternidade abençõe a américa = o quer que seja abençoe a américa!
Não é a palavra, é o significado... não me quiseste entender! x)
Pois, está bem... eu é que nao quis entender-te.
Outra coisa: Há muitas figuras na história que tomaram como valores a "Equidade, Bondade, Rigor, Bom, Belo, Amor, Verdade" (e todos os que tu quiseres) para semear o ódio e a miséria.
Eu não gosto muito de todo esse show off axiológico. São gostos, pronto.
permitam-me uma piada de mau gosto... quando for o primeiro-presidente gay, será que ele vai jurar com a mão sobre um frasco de lubrificante ou de vaselina?
se for uma piada de excessivo mau gosto, podes apagar francisco. mas apeteceu-me deixar este desabafo que me inquieta xD
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