Estive ontem à conversa no Curtas com Anabela Moreira e João Canijo, André Santos, Rita Barbosa e Gabriel Abrantes, no âmbito dos Encontros com Realizadores da Competição Nacional. Hoje, estarei a moderar o debate com Carlos Amaral, Diogo Costa Amarante e Pierre-Marie Goulet, todos eles também com filmes em Competição Nacional. Apareçam.
Deixo também aqui o meu último texto que escrevi para o festival, sobre um dos filmes de que mais gostei nesta edição: Por Diabos (2016), de Carlos Amaral.
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Por Diabos
Que sopro de frescura e
originalidade se encontra neste último filme de Carlos Amaral – que competiu no
festival em 2013 com “Longe do Éden” –, uma espécie de “etnoficção” na qual a
história detectivesca da busca por uma mulher desaparecida se cruza com um
olhar antropológico sobre as tradições do Entrudo num vilarejo de Trás-os-Montes.
O mistério do desaparecimento confunde-se, assim, com o mistério das tradições
e crenças milenares associadas aos “Caretos”, assim se gerando um enorme
caldeirão místico (“O diabo a quatro” é expressão que aqui assenta como uma
luva) favorecido quer pelo recurso a imagens de arquivo e a fotografias da
desaparecida, quer pela banda-sonora (as cordas sempre a apurar o ambiente de
mistério).
À narração em off, espécie de diário da investigação, somam-se os diversos “testemunhos”, desde um historiador, passando pelos habitantes da vila e até à própria desaparecida (neste caso, em modo “epistolar”), tudo gravado numa cassete cuja fita vemos a ser reproduzida, naquele que é mais um híbrido piscar de olhos à ficção e ao documentário e uma forma de despistar, com graça, o espectador.
À narração em off, espécie de diário da investigação, somam-se os diversos “testemunhos”, desde um historiador, passando pelos habitantes da vila e até à própria desaparecida (neste caso, em modo “epistolar”), tudo gravado numa cassete cuja fita vemos a ser reproduzida, naquele que é mais um híbrido piscar de olhos à ficção e ao documentário e uma forma de despistar, com graça, o espectador.
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