terça-feira, 26 de julho de 2016

eu, os meus amigos e os filmes

"(...) o que me importa não é fazer um balanço dos prós e dos contras, que indicasse o que nesses filmes resistiu ao tempo e o que neles se encontra já calcificado (se jogássemos esse jogo, ganharias nas calmas). O que me importa, sim, é dizer-te que, revendo-os hoje, descubro que me relaciono com eles do mesmo modo que me relaciono com alguns dos meus amigos de infância (entre eles, tu): os nossos interesses já não são os mesmos, mas – apesar dos defeitos que possamos descortinar uns nos outros – não somos capazes de fingir que não nos conhecemos para ficarmos bem na fotografia tirada por um terceiro. Até pode ser que não nos fique bem, mas – para o bem e para o mal – ainda não aprendemos a fazer de outra forma: nem eu, nem tu".
 
Belo texto e belíssima conclusão (sinto-a como se fosse minha, ainda que o Bud Spencer não faça parte do meu imaginário infantil) do Vasco Baptista Marques no À pala de Walsh (clicar).

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