"(...) o que me importa não é fazer um balanço dos prós e dos
contras, que indicasse o que nesses filmes resistiu ao tempo e o que neles se
encontra já calcificado (se jogássemos esse jogo, ganharias nas calmas). O que
me importa, sim, é dizer-te que, revendo-os hoje, descubro que me relaciono com
eles do mesmo modo que me relaciono com alguns dos meus amigos de infância
(entre eles, tu): os nossos interesses já não são os mesmos, mas – apesar dos
defeitos que possamos descortinar uns nos outros – não somos capazes de fingir
que não nos conhecemos para ficarmos bem na fotografia tirada por um terceiro.
Até pode ser que não nos fique bem, mas – para o bem e para o mal – ainda não
aprendemos a fazer de outra forma: nem eu, nem tu".
Belo texto e belíssima conclusão (sinto-a como se fosse minha, ainda que o Bud Spencer não faça parte do meu imaginário infantil) do Vasco Baptista Marques no À pala de Walsh (clicar).
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