(Un mauvais fils, 1980, Claude Sautet)
Da minha janela vejo o Bósforo todos os dias: divisões e correntes, agitações e marés. Tal como no homem, tal como no mundo.
domingo, 31 de dezembro de 2017
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
sim, vou passar ao meu marido, ele explica-lhe melhor, e disseste-o, porquê, esqueceste-te, hábito?, sim, hábito, provavelmente algum afecto remoto, ou ainda com todo o afecto, são aquelas coisas que ficam incrustadas no subconsciente, é o que dizem os filósofos, ou os médicos, ou seja, que se tornam parte de nós, mesmo que, espera, mesmo que já não sejam parte de nós? sim, não, a palavra é uma coisa, a ideia é outra, o afecto diferente das duas. disseste-o: ao meu
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
ípsilon - Roy Woods e Sp Deville
O Ípsilon da última sexta faz um excelente balanço-reflexão de 2017. Não deixar de ler!
Nos discos, escrevo sobre "Say Less" de Roy Woods e "Black Gipsy" de Sp Deville, ambos nas minhas escolhas deste ano (http://obosforo.blogspot.pt/2017/12/2017-discos.html?m=1).
Boas leituras!
Roy Woods: https://www.publico.pt/2017/12/23/culturaipsilon/critica/made-in-toronto-1796558
Sp Deville: https://www.publico.pt/2017/12/22/culturaipsilon/critica/o-homem-dos-descobrimentos-sonicos-1796560
2017 - CINEMA
Já foram revelados os filmes de 2017 que mais tocaram os corações-cabeças (ou cabeças-corações?) dos colaboradores do À pala de Walsh e respetivas anotações sobre essas escolhas.
Podem ler aqui: http://www.apaladewalsh.com/2017/12/os-melhores-filmes-de-2017/
O meu ano de 2017 (COMMERCIAL SCREENINGS IN PORTUGAL ONLY):
1. Paterson, Jim Jarmusch
2. Manchester by the Sea, Kenneth Lonergan
3. Rester Vertical, Alain Guiraudie
4. A Fábrica de Nada, Pedro Pinho
5. Get Out, Jordan Peele
6. Moonlight, Barry Jenkins
7. Personal Shopper, Olivier Assayas
8. Split, M. Night Shyamalan
9. Lumière! L’aventure commence, Thierry Frémaux
10. Fátima, João Canijo
2. Manchester by the Sea, Kenneth Lonergan
3. Rester Vertical, Alain Guiraudie
4. A Fábrica de Nada, Pedro Pinho
5. Get Out, Jordan Peele
6. Moonlight, Barry Jenkins
7. Personal Shopper, Olivier Assayas
8. Split, M. Night Shyamalan
9. Lumière! L’aventure commence, Thierry Frémaux
10. Fátima, João Canijo
- New feature in 2017 I loved the most: Dragonfly Eyes, Xu Bing
- New short in 2017 I loved the most: She’s Beyond Me, Toru Takano
- New feature co-directed with Catarina David in 2017 I loved the most: Não Consegues Criar O Mundo Duas Vezes
Sirk... Fassbinder... Action!
(All That Heaven Allows, 1955, DS / Lola, 1981, RF / Wonder Wheel, 2017, WA)
Notas soltas:
1. Um pormaior: no filme do Sirk e do Allen, a mulher protagonista é captada, na grande maioria das variações cromáticas, sob tons azuis (uma das grandes excepções está na imagem acima, em que tanto a Jane Wyman como a Winslet estão "avermelhadas"), pois ambas estão/são "blue", claro; pelo contrário, no "Lola", a Barbara Sukowa é quase sempre - para não dizer sempre - captada sob tons vermelhos. Talvez - ou sem dúvida - porque esta última tem a força, a determinação, o Poder (é disto que falam, afinal, todos os filmes do Fassbinder) que as outras - mais constristadas, derrotadas, "acabadas" - não têm. O Desejo percorre os três filmes, mas Lola é a única mulher que não o reprime, daí o vermelho desenfreado, tórrido, enfim, "saturado" - o psicológico (da composição das personagens) e o plástico (da luz) a coincidirem. Resta saber (não me recordo) se, nestas cenas acima dos filmes do Sirk e do Allen, as mesmas não correspondem a momentos pontualmente fortes, "de poder", das personagens (eventual justificação, então, para o vermelho).
2. Outro exemplo com interesse para aqui: "Il mistero di Oberwald", visto há pouco. As variações cromáticas são ainda maiores e, tudo leva a crer, menos esquemáticas - elas "afectam" mais personagens (não apenas as principais) e, mesmo em relação a cada uma delas, há alterações ("variações de variações", então) durante o próprio filme. Aqui, numa das cenas iniciais, a Vitti está "blue", em todos os sentidos (existencialmente prostrada; romanticamente “morta”; o fantasma do marido, morto há 10 anos e cuja data ela celebra num jantar impossível a dois com o retrato dele como presença espectral). Mulher “blue”, mas de um azul complexo, aguado, talvez: melancólica, mas simultaneamente dura e intratável no relacionamento pessoal com terceiros – e, não obstante, prestes a ser devorada pela conspiração tecida pela sua sogra e o Conde (chefe das polícias do reino). Com o desenrolar do filme, não só Vitti vai crescer e fortalecer-se emocionalmente, como enrijecer a sua posição na decisão dos destinos da coroa – e, por isso, não a vemos nunca mais, salvo erro, sob filtro azul (não me recordo, porém, se outra cor, eventualmente o vermelho, lhe será colado)... Até que morrerá numa cena inegavelmente evocativa do “Rancho Notorious” (e, claro, de Shakespeare e “Romeu e Julieta").
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
2017 - DISCOS
Como escrevi numa lista de filmes de 2017 (a publicar em breve), e adultero agora para o efeito, estas seriações, se forem importantes para alguém, são-no, acima de tudo, para nós próprios, nós que mapeamos grande parte dos nossos afectos, relações e memórias, enfim, que relacionamos aquilo que nos aconteceu durante o ano (durante a vida…) com os discos que ouvimos. Não são "os melhores discos do ano" (isso interessa-me tanto como os livros recomendados pelo Mark Zuckerberg); são os discos do meu ano.
Sobre aqueles que escrevi, deixo o link.
1. "The Iceberg", Oddisee (https://www.publico.pt/…/criti…/o-prodigioso-oddisee-1764297)
2. “Yesterday’s Gone”, Loyle Carner (https://www.publico.pt/…/decorem-este-nome-loyle-carner-176…)
3. “Boo Boo”, Toro y Moi (https://www.publico.pt/…/o-homem-no-espaco-prossegue-a-sua-…)
4. “ISON”, Sevdaliza / “DAMN.”, Kendrick Lamar (http://www.rimasebatidas.pt/kendrick-lamar-damn/)
5. “H.E.R. Vol. 2”, H.E.R. / “Rap Album Two”, Jonwayne
6. “4:44”, Jay Z (https://www.publico.pt/…/para-jayz-a-idade-e-um-posto--de-o…) / “Dopp Hopp”, The Doppelgangaz (https://www.publico.pt/…/o-estranho-caso-dos-doppelgangaz-1…)
7. “Galanga Livre”, Rincon Sapiência / "Layla’s Wisdom”, Rapsody (https://www.publico.pt/…/cri…/young-gifted-and-black-1789943)
8. “Fitxadu”, Sara Tavares / “The Art of Slowing Down”, Slow J (https://www.publico.pt/…/demorar-para-misturar-melhor-17659…)
9. “Say Less”, Roy Woods / “Morning After”, dvsn (https://www.publico.pt/…/os-rapazes-do-rb-que-se-seguem-179…)
10. “Sonder Son”, Brent Fayaz / “Home”, Illa J (https://www.publico.pt/…/noti…/voz-para-que-te-quero-1777756)
2. “Yesterday’s Gone”, Loyle Carner (https://www.publico.pt/…/decorem-este-nome-loyle-carner-176…)
3. “Boo Boo”, Toro y Moi (https://www.publico.pt/…/o-homem-no-espaco-prossegue-a-sua-…)
4. “ISON”, Sevdaliza / “DAMN.”, Kendrick Lamar (http://www.rimasebatidas.pt/kendrick-lamar-damn/)
5. “H.E.R. Vol. 2”, H.E.R. / “Rap Album Two”, Jonwayne
6. “4:44”, Jay Z (https://www.publico.pt/…/para-jayz-a-idade-e-um-posto--de-o…) / “Dopp Hopp”, The Doppelgangaz (https://www.publico.pt/…/o-estranho-caso-dos-doppelgangaz-1…)
7. “Galanga Livre”, Rincon Sapiência / "Layla’s Wisdom”, Rapsody (https://www.publico.pt/…/cri…/young-gifted-and-black-1789943)
8. “Fitxadu”, Sara Tavares / “The Art of Slowing Down”, Slow J (https://www.publico.pt/…/demorar-para-misturar-melhor-17659…)
9. “Say Less”, Roy Woods / “Morning After”, dvsn (https://www.publico.pt/…/os-rapazes-do-rb-que-se-seguem-179…)
10. “Sonder Son”, Brent Fayaz / “Home”, Illa J (https://www.publico.pt/…/noti…/voz-para-que-te-quero-1777756)
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NÃO PERDER DE VISTA (SEM ORDEM):
"More Life", Drake (http://www.rimasebatidas.pt/drake-more-life/); All Amerikkkan Bada$$”, Joey Badass (https://www.publico.pt/…/a-amerikkka-radiografada-por-joey-…); “The Space Between”, Majid Jordan; “4eva Is a Mighty Long Time" (SEGUNDO DISCO), Big K.R.I.T.; “Stracciatella & Braggadocio”, Blasph; “Flower Boy”, Tyler, the Creator; “Blkswn”, Smino; “Freudian”, Daniel Caesar; “About Time”, Sabrina Claudio; “Cut Of Cloth”, Alexandria; “Black Gipsy”, Sp Deville; “Radio Silence”, Talib Kweli; “Fin”, Syd; “The Saga Continues”, Wu-Tang Clan; "Ctrl", SZA; "At What Cost", GoldLink; "The Never Ending Story", J.I.D..
quarta-feira, 20 de dezembro de 2017
Na imprensa
Com o reboliço todo, esqueci-me de deixar aqui as duas entrevistas que demos a propósito do nosso filme Não Consegues Criar O Mundo Duas Vezes, uma para a Time Out (papel) e outra para o P3 (link: http://p3.publico.pt/cultura/filmes/24982/porque-o-rap-tambem-conta-historia-do-porto).
Novidades sobre o filme em breve!
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
domingo, 10 de dezembro de 2017
sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
Cinética - "O Animal Cordial"
Pousei a câmara e voltei a pegar na caneta - a versão completa do meu artigo sobre "O ANIMAL CORDIAL", filme da Gabriela Amaral Almeida que tive o prazer de ver este ano no Festival do Rio, foi publicada na Cinética, revista brasileira que acompanho há alguns anos e na qual tenho, por isso, um gosto especial em colaborar.
Distribuidoras portuguesas, para quando o filme em sala?
"Mas se as personagens não estão cientes dessa radical paridade ou nivelamento que o filme imprime ...ao espaço, elas acabam por ir sentindo isso 'na pele': como uma cebola, o filme vai-se descascando, ou melhor, vai 'descascando' progressivamente os dois protagonistas principais – paradigmática relação de poder entre patrão (Inácio) e empregada (Sara, num enorme desempenho de Luciana Paes) –, que, da indumentária convencional normatizada (ele de camisa, ela de farda), passam a estar nus, nada mais os distinguindo socialmente dali em diante. Os corpos vão-se desnudando à medida que as 'roupagens' simbólicas vão caindo, até à nudez total, como os homens das cavernas – o grau zero do relacionamento humano, livre de normas e convenções (de, apetece dizer, 'Boas Maneiras')".
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
With You
("With You", álbum Velvet Portraits, 2016, Terrace Martin)
"Let's be seen together / Loving each other"...
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
Não Consegues Criar O Mundo Duas Vezes
O nosso filme - da Catarina, meu, João Almeida (mestre e milagreiro do som!), da Rita Macedo, Guilherme Silva, Inês David e Pedro Sancho Pires (captando e cortando vozes, ruídos e... aviões), do André Santos ("Não tenham medo do preto, cai bem no filme!" - grafismo, obrigado pela paciência!), do Eduardo Romão ("A incentivar os putos como mandam as leis", Dealema dixit) e do José Vaz (autor do lindo cartaz, mil obrigados pela paciência, foi muita, we know it) e da Moira Difelice (tradução do slang mais difícil e exigente à face da terra!) - teve direito a duas enchentes nos dias 30 Novembro 1 Dezembro no Cinema Passos Manuel, no festival Porto Post Doc.
Foram dois dias com o coração aos saltos - condizente com um filme que, para o bem e para o mal, foi feito com o coração. Qual cinema-de-guerrilha!, isto é cinema-de-coração... (não confundir com "decoração") - shout out para o rapper-na-sombra e irmão emprestado Pedro França, que foi ver o filme duas vezes (- "Que estás aqui a fazer?! Não viste o filme ontem??" - "Yup, vim ver outra vez"). À sua maneira, o França contrariou aquela ideia tola que dá título ao filme...
Agora vamos descansar, dançar, descansar, dançar, descansar, e, depois de tudo feito por esta ordem, daremos as próximas novidades sobre o filme!
Respect
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