2023 - That's all folks!

notes to self

O Mestre Jardineiro **

Rimini **

Consentimento ***

Maestro ***

Fechar os Olhos **

Dias Perfeitos *

May December ****

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Crash ****

A Dangerous Method ****

M. Butterfly ****

A History of Violence **

Virgens Suicidas ***

Mishima: A Life In Four Chapters ****

Aurora (Murnau) ***

Suzhou River (Lou Ye) ***

Terminator **

2023 - U KNOW MOVIES, THEY SET U UP…

1 – III Guerra Mundial, Houman Seyyedi
2 – The Fabelmans, Steven Spielberg
3 – Mishehu Yohav Mishehu (Alguém Vai Amar Alguém, 2021), Hadas Ben Aroya
4 – Killers of the Flower Moon, Martin Scorsese
5 – May December, Todd Haynes
6 – Tár, Todd Field
7 – Maestro, Bradley Cooper 
8 – The Whale (A Baleia, 2022), Darren Aronofsky
9 – Babylon, Damien Chazelle
10 – Falcon Lake, Charlotte Le Bon

Menções honrosas (sem ordem): Mascarade (2022) de Nicolas Bedos, Retratos Fantasmas (Kleber Mendonça Filho), No Verão Passado (Catherine Breillat), Consentimento (Vanessa Filho), Ice Merchants (João Gonzalez), Great Yarmouth: Provisional Figures (2022) de Marco Martins, Jeanne du Barry (Jeanne du Barry – A Favorita do Rei, 2023) de Maïwenn.

Decepções (todos os que amamos nos dão alguma em determinado momento): Víctor Erice, Wenders, Woody Allen, Moretti (este último mesmo confrangedor a espaços).

*

O melhor filme de 2023 ainda não foi feito: chama-se “A actriz Marine Vacth no filme Mascarade” e encontra-se dependente de financiamento à produção. Assim sendo, e tal como no ano anterior, a nossa primeira escolha vem do Irão. Um filme, pelo que nos temos vindo a aperceber, pouco ou nada visto por cá (embora tenha merecido honras de capa no Público). Sintetizando: trata-se, a alguma distância, do melhor dos filmes iranianos desta nova geração de cineastas que a distribuição portuguesa tem sabido acolher nos últimos anos. Um portento operático, um documento complexíssimo, com a particularidade de se distanciar de alguns dos lugares habituais (quando não comuns) associados à tradição iraniana. Não que precisasse, mas, visto à luz da guerra actual entre o Estado israelita e o Hamas (na qual o Estado iraniano, esse que já negou o Holocausto, sempre intervém de forma mais ou menos subterrânea), as reverberações de um iraniano, muçulmano, na pele de Hitler em plena Endlösung der Judenfrage são ainda mais fascinantes. Tendo estreado em data posterior ao fecho das urnas em 2022, Os Fabelmans recupera agora o seu merecido lugar. A fechar o pódio, um filme… israelita, por sinal também muito pouco visto entre nós. Alguém Vai Amar Alguém é o golpe de asa de uma ainda jovem cineasta (que no filme anterior ensaiava um encontro sexual entre uma mulher israelita, interpretada por ela própria, e um rapaz palestiniano) interessada em sondar as profundidades do amor e do sexo, seguindo, nestes neo-puritanos dias, uma única regra: a curiosidade. Chapeau! Num ano fraquíssimo para o cinema de terror, o melhor horror movie (a música de Marcelo Zarvos…) – ou, mais rigorosamente, home invasion movie – é de Todd Haynes (e a ele e às suas actrizes pertencem a verdadeira cabeça de Jano do ano, mesmo se não filmando uma estátua de duas faces como no canhestro esboço de Víctor Erice…).

A latere:

1. ​Algum do melhor cinema que vimos este ano repousa numa série: Treme (2010-2013), mais uma brilhante criação de David Simon (apenas pecando por uma quarta e desnecessária temporada) para juntar a The Wire (2002-2008), The Deuce (207-2019), Show Me a Hero (2015) ou The Plot Against America (2020).

2. Um pequeno cadeau de Noël. Quem já esteve de alguma forma ligado à produção ou realização de um filme, sabe o quão complexa e desgastante é a etapa da mistura de som. Sidney Lumet resumiu-a assim: “Life has a cruel way of balancing pleasure with pain. To make up for the joy of seeing Sophia Loren every morning, God punhishes the director with the mix.” (in Making Movies, Vintage, 1995).

Os melhores filmes de 2023 – À pala de Walsh (apaladewalsh.com)

Tioga Pass

(LP Black Classical Music, Yussef Dayes, 2023)

2023 - DISCOS

Francisco Noronha 

1. Três Anos de Escorpião Em Touro, Felipe Sambado
2. Afro Fado, Slow J

3. Utopia, Travis Scott

4. The Age of Pleasure, Janelle Monáe

5. Soul,PRESENT, Q

6. Tanto Faz, Tácio

7. Diabos m’ Elevem, Riça

8. Round Trip, Statik Selektah

9. Antídoto pra todo tipo de veneno, Gabriel o Pensador

10. Imagine This Is A High Dimensional Space Of All Possibilities, James Holden

Menções honrosas (sem ordem):  To What End (Oddisee), La Grande Désillusion (Benjamin Epps), O Cão Que Encontrava Trufas (Farrusco), Playing Robots Into Heaven (James Blake), Sundown (Eddie Chacon), Brand New Life (Brandee Younger), For That Beautiful Feeling (Chemical Brothers), Desire, I Want to Turn Into You (Caroline Polachek), Bordado (MÃODOBRA), Jackman (Jack Harlow), King's Disease III (Nas), Dedos Finos (Vludo), 95 MINDJERES (Nídia), Falling or Flying (Jorja Smith), Black Classical Music (Yussef Dayes), Biografia de Uma Consciência (Ace), Signature (Joell Ortiz & L’Orange), Art of the Craft (JustVibez x Negro Justice), Ilustre Desconhecido (Mundo Segundo)

Francisco Noronha | PÚBLICO (publico.pt)

Mesmo com alguns erros de casting, eis um dos momentos mais altos da música portuguesa em 2023. A investigação sonora de Slow J segue dentro de momentos.

Afro Fado no Público da última sexta-feira.

Link: Afro Fado: a investigação sonora de Slow J prossegue dentro de momentos | Crítica | PÚBLICO (publico.pt)

artigo no Y

Que um país minúsculo tenha visto florescer uma tão diversa paleta de músicos, eis algo que, se não for da ordem do milagre, será, certamente, da do belo.

40 anos em discos: para uma paisagem do hip-hop português - no Público da última sexta-feira

Link: 40 anos em 12 discos: para uma paisagem do rap português | Música | PÚBLICO (publico.pt)

1930-2023

meu querido amor, meu herói fordiano.

ensinaste-me o Bushidō e a anatomia do corpo humano: uma coluna vertebral.

… e sobre aquela nossa história predilecta... Podes crer que a gente se encontra.
 

Américo Francisco Alves
1930-2023
Longa Vida