quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

near you




(LP Moments, 1971)



"I want to be near you
I want to hear what you have to say
As long as I'm near you
Nothing will seem to pass away
Long as I'm near you, longing to hear you
Long as I'm near you"








(One Week, 1920, Buster Keaton)


Minha nossa senhora, quanta graça...

(para contrabalançar aquele intertítulo inicial onde se lê que "Wedding bells have such a sweet sound but such a sour echo"...)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

I guess this was you





(A Mulher Canhota, 1978, Peter Handke)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019





(The Bridges of Madison County, 1995, C. Eastwood)

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Changing Face of Feminity in 60’s Taiwan - no Fantasporto



... para as traseiras de Taiwan. Começou ontem o Fantasporto e, com ele, a mostra “Changing Face of Feminity in 60’s Taiwan”. Special thanks to Yi-Wen Amy Huang and Zoey Wu for their kindness and generosity

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

about us






"It might not be the right time
I might not be the right one
But there's something about us I want to say
'Cause there's something between us anyway…"

refuse to do


 
 
(LP Studio, 2015)



"that's what I refuse to do
don't make me dance
dance with another"

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

as águas de Godot




(lindíssima-íssima Maria Ribeiro em Vidas Secas, 1963, Nelson Pereira do Santos)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

it's gonna scare 'em



(Easy Rider, 1969, D. Hopper)


"Of course, don't ever tell anybody that they're not free, 'cause then they're gonna get real busy killin' and maimin' to prove to you that they are.
 
Oh, yeah, they're gonna talk to you, and talk to you, and talk to you about individual freedom. But if they see a free individual, it's gonna scare 'em".

Fantas 19



O Fantasporto começou ontem e há texto no ípsilon de sexta sobre a mostra “Changing Face of Feminity in 60’s Taiwan”. Para depois não perguntarem “Ei, o Fantas, já não vou lá desde que o Sporting foi campeão, como é que aquilo tá?”, que tal irmos ao Rivoli ver o “Easy Rider”, amanhã o “The Shining”, na quinta o “A Clockwork Orange” e sexta o “Alien” (o originalérrimo)? Sim, sim, são mesmo estes os filmes que lá vão passar nos próximos dias.
 
As coisas podem já não ser como quando gostávamos muito delas (não é o meu caso, mas sei e compreendo essa impressão entre muita gente), mas também não o voltarão a ser se não quisermos saber do assunto. Até lá, pois então

o que não me sai da cabeça




A última vez que vi Rodney King - texto no ípsilon da sexta-feira passada:
 
 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

there's a burning



 
 
(LP Ye Shall Receive Power, 1981)

eternamente (2)

 
 
 
Em Fevereiro de 2013:
 
"A amizade como inquebrantável esperança, como última salvação para a vida - ao menos espiritual - de um homem. Prova de que as relações humanas podem surpreender quando menos esperança (justamente) nela depositamos, ou quando pensamos já tudo ter vivido e nada mais de iluminante esperar para as nossas vidas - no caso, a personagem interpretada por Bruno Ganz não espera mesmo nada, pois já sabe, desde o início do filme, que irá ser internado em breve, mu...ito provavelmente como destino final. No filme de Angelopoulos, essa vitalidade que a amizade sempre encerra resulta do encontro entre um velho e uma criança, cujos contornos (geracionais, nomeadamente) lhe imprimem uma certa dimensão transcendental, como de um milagre se tratasse: a dado passo, temos a sensação de que este velho e esta criança são o último velho e a última criança no mundo, derradeiros seres humanos caminhando de mão dada e amparando-se mutuamente. A metáfora não é disparatada, pois que nem um nem outro, ainda que por circunstâncias distintas, têm alguém. Ele, velho e solitário, preso à dor da perda da mulher e condoído pelo alheamento da filha, vive na sua melancolia solipsista; o miúdo, por sua vez, é um imigrante desterrado num país sobre o qual nada sabe senão a rejeição e a marginalidade. Deste circunstancialismo 'geográfico' associado à questão da imigração se podendo extrair, ainda, uma outra putativa amizade, a saber, a que une (pode unir) diferentes povos e culturas, o que tem ressonâncias acrescidas atendendo ao concreto contexto cultural em causa (a questão dos Balcãs, figurada pela criança albanesa, tema, de resto, por demais explorado no cinema de Angelopoulos)".
 
Escrevi isto quando me convidaram para pensar num filme que, de alguma forma, pudesse representar o significado e a riqueza de uma amizade. Não sendo o filme mais icónico de Bruno Ganz, A Eternidade e Um Dia é o primeiro que me vem à cabeça sempre que penso nele. Ganz está presente, como poucos (Tati, Mastroianni, poucos mais), no meu universo cinéfilo mais pessoal, afectivo, e muito ligado ao meu próprio mergulho nos filmes. Ouvir a sua voz em off no último filme do von Trier foi das experiências mais reconfortantes que tive numa sala de cinema nos últimos meses.
 
“All passed by so quickly. This suspect pain... my stubbornness to want to learn,to want to know... then the darkness... the silence around me... the silence. All made me believe that before the end of winter with the ethereal silhouettes of the boats and their sudden breakthroughs in the sky, with the lovers along the promenade in the declining sun, and the hypocritical promise of the spring, all made me believe that before the end of winter... …My only regret, Anna... but is it only one?... is not to have finished anything. I left it all as a draft, shattered words here and there”.

eternamente





(LP Mechelas, 2018)


"LINDO COMO SER ALGUÉM
QUE É LIVRE
QUANDO TEM ALGUÉM"

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019




(Alphaville, 1965, JLG)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

primos e casados














(L'Age d'Or, 1930, L. Buñuel)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

kutchi-kutchi




 
 
(LP Dairundi, 1984, Kutchi-Kutchi)

ainda mais




(The Shop Around The Corner, 1940, E. Lubitsch)


"Vou já dar a volta à conversa humanista (mesmo com H grande) a que The Shop Around The Corner se tem prestado, para lhes perguntar se conhecem mais algum filme que acabe com uma mulher a pedir a um homem que lhe mostre as pernas. E, depois, o homem a mostrá-las mesmo a ela e a nós, com a câmara colocada cá em baixo, para não perdermos pitada desse arregaçar de calças. Em aplauso à grandeza (ou à beleza) da visão, um beijo em close-up e a fusão com a palavra fim. Se conhecem, digam-me já porque eu nunca vi. (…) Nestas coisas do desejo - e Lubitsch o sabe melhor do que ninguém - há que dar tempo ao tempo. E esse tempo dilata-se tanto quanto o jogo do gato e rato dos dois, espectadores e sabedores, como eles. Nunca pensávamos era só ter direito a ver umas pernas de homem.
(…)
Pode-se ter visto muito. Mas certamente nunca se viu uma tal consanguinidade entre os melhores e os piores sentimentos, entre a verdade e a simulação. Se já por isso sabíamos que Lubitsch era um fingidor, nunca o vimos fingir tão sinceramente. E por isso também chega a fingir que é dor a dor que deveras sente. The Shop Around The Corner inventaria o poema de Pessoa se ele não tivesse sido já inventado. Mas é diferente em palavras ou em imagens. Porque estas fingem ainda mais e doem ainda mais".
 
J. Bénard da Costa

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

salada de fruta no ípsilon


 
 
Mamão e Poison Fruit no Ípsilon da última sexta-feira. Que legau!
 
 
"São, de facto, os 'Ecos da Mata' secretamente penetrando a urbe, título da penúltima faixa que podia ser título de todo o disco, desse modo rimando com o Rio de Janeiro, esse lugar metade cidade, metade selva em que o disco foi gravado – ou vice-versa, os ecos da cidade embrenhando-se na selva, Mamão como o Fitzcarraldo de Werner Herzog a entrar de mansinho no matagal amazónico enquanto vai simultaneamente dando e recebendo música…"
 

domingo, 10 de fevereiro de 2019

até vi estrelas



(Raiders of the Lost Ark, 1981, S. Spielberg)

sábado, 9 de fevereiro de 2019

uma arma e uma miúda, como dizia o outro



(Spione, 1928, Fritz Lang)



(e um cigarro, claro, toda a gente sabe que uma miúda e um cigarro são meio caminho andado para nunca mais se voltar)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

que a sua primeira fantasia foi, na verdade, como a mexicana noite de há dias: na casa-de-banho, sentada, eu de pé, coisa meio cubista nas formas, expressionista no abismo penso enquanto a oiço e me pergunto onde é que os filmes que estou sempre a ver ficam entre o real e a fantasia. três, a conta que deus fez, três níveis que nos ofereceu de bandeja e ainda assim dele se queixam, como se fosse coisa pouca

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

lumière








(Mektoub, My Love: Canto Uno, 2017, A. Kechiche)


DIEU EST LA LUMIÈRE DU MONDE
DIEU DONNE SA LUMIÈRE À QUI IL VEUT

é a dita cuja


 
 
(LP Hat Trick, 1973)

dieu donne sa lumière à qui il veut

de repente, ali estou eu em frente ao mar com um rapaz dinamarquês que nunca vi mais gordo a questionarmo-nos sobre se a beauty do mar existe por si só ou apenas porque nós assim a nomeamos. se, acaso nenhum homem existisse, o mar seria belo na mesma. seria? lembra-me o eva, não apenas pelo estatura, o rabo de cavalo, a barba aloirada, também pelo modo como escuta, como mexe lentamente o pescoço em direcção ao chão enquanto pensa naquilo que lhe dizem. a forma como se admira lentamente com uma ideia e acrescenta a sua opinião. e o cheiro... o cheiro! steen, não é sting o cantor, como o meu pai no seu macarrónico, carinhoso, inglês dirá. olhamos o mar, o meu irmão em diante a dar aos braços e a tentar pôr-se em cima de uma tábua de serotonina. passa um canito, passam dois, chamo mas não me ligam. levo a língua aos lábios para sorver o último resquício do chocolate, take one, these are the best croissants in porto, oh, thank you, man, naquele jeito humilde, trengo. começa a fazer-me lembrar uma pilha de gente: o mccord que mal conheço, o grande silvino, amigo dos meus pais, cujos verões se faziam de bicicleta entre o porto e oslo, o primeiro ambientalista a fazer uma manifestação em portugal com uma máscara de gás na cabeça!!, oiço o meu pai. e depois oiço-o a ele, que conheceu o meu irmão em atenas quando não havia ainda tábua, a falar-me de como está farto da grécia antiga, que se vai pôr a escrever livros. romances? yeah man... kind of, fantasia, ficção científica...
 
o steen… em 20 minutos que não se repetirão talvez nunca mais, rimo-nos da surf church que eu descobri precisamente através do eva, que, no dia de natal, no mar, perguntou àquela mulher mais bonita que as próprias algas que maneira era aquela de mexer o rabo quando apanha a onda. que lata… mas deve ter achado piada, ficaram a falar o resto da manhã… americana, casada, não sei quantos filhos, criou a surf church ali ao lado, e claro que eu e o lucas ficamos curiosos para ir lá bater à porta. penso naquele filme, o do surfista crístico, do outro lado da ressureição, já não sei qual deles falou comigo primeiro, se o filme se a tábua. o steen… para depois confessarmos que sim, que ambos acreditamos que deus, ou qualquer ideia disso próxima, bem poderá estar ali, naquelas ondas, nas partículas de luz que neste momento se apressam a ir descansar. o casal a que há pouco perguntei por isqueiro pede-me agora que lhe tire uma fotografia, que eu espere porque é para nos sentarmos de costas e o mar ficar-se a ver à frente, sim senhor. minutos depois, serei eu a oferecer-me para tirar uma ao pequeno júlio e à sua mãe e à sua irmã de que agora não me recordo dos nomes, tão bonito o júlio, lembra-me o celso, claro. o steen, com uma bonomia incrédula no rosto, pergunta-me pelo o que se passou, mas não se passou nada, só aquela mãe e os filhos todos com um ar tão vivo que eu tive de arranjar um pretexto para lhes falar e acreditar que eram gente de carne e osso… pergunta-me pela krista, esse amor nascido entre dois strangers on a train, o meu irmão fala-lhe das coincidências extraordinárias dessa história, o portugal finlândia aqui no porto com ela no dia dos namorados e o steen, virando o rosto para mim que estou no banco de trás, diz arrastadamente, cheio de graça, I think I don't believe you, man… mas acredita, steen, foi mesmo assim, ela era finlandesa mas até português falava, há coisas que contadas
 
20 minutos assim, completamente out of the blue… comemos umas tangerinas já em casa na companhia da minha mãe. small oranges, diz ela, e despedimo-nos, have a good flight man, it was a pleasure. dieu donne sa lumière à qui il veut não lhe digo mas penso.

la contessa, incontro


 
 
(LP Musica Per Commenti Sonori Tratta Dal Film 'Love Birds', 1969)


há tempos, apanhei um "meme" qualquer por aí em que se dizia que a Terra talvez fosse, afinal, apenas o "inferno" de um outro planeta (o "hell on earth" dos mobb deep ganhando, portanto, todo um outro significado, penso agora). na sua desfaçatez, na sua leviandade, muito sumo naquela imagenzita na qual tenho pensado desde então. talvez estes dois minutos e um segundo tenham sido, quem sabe, o derradeiro brinde desse incógnito e segregador planeta na hora de nos apartar para todo o sempre.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

the warmest colour








(Mektoub, My Love: Canto Uno, 2017, A. Kechiche)
 
 
Engraçado como os azuis estão tão puxados nestes fotogramas quando o filme é tão cromaticamente quente. Suponho que blue seja mesmo the warmest colour...

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Mektoub, My Lucas



(L., S. da Dinamarca e F.; Porto, 03-02-2019)

sábado, 2 de fevereiro de 2019

all these years always knew










(Raiders of the Lost Ark, 1981, S. Spielberg / Johnny Guitar, 1954, Nicholas Ray)

always knew















(Raiders of the Lost Ark, 1981, S. Spielberg)