sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

notes to self



Rat Film *
Benedetta ***
The Card Counter ***
Mães Paralelas ****
Roda da Fortuna e da Fantasia ***
West Side Story *
Destello Bravío ***
---------------
Dumbo ***
Maria do Mar ***
Ten Skies **
Toute la mémoire du monde ****
Nuit et Brouillard *****
Happiness (T. Solondz) ***
O Tio Boonmee que se lembra das suas vidas anteriores ***
Bunker (S. Aguilar) **
Jaime (A. Reis) **
In the street (H. Levitt) ****
The wonder ring (S. Brakhage) ****
Bridges go round (S. Clarke) ****
Twenty four dollar island (R. Flaherty) ***
Walden (J. Mekas)***
Sunday (D. Raisin) ***
A Movie (B. Conner) ****
Home Stories (Mathias Muller e Dirk Schaefer) ***
Vanity Tables of Douglas Sirk (M. Rappaport) ****
Passage à l'acte (M. Arnold) ***
De l'origine du XXIe siècle (Godard) ***
Jackie Chan - How to do action comedy (T. Zhou) ***
Gestos do Realismo (M. Leitão) **
Shapes of Rage (A. Martin e C. Alvarez) ***
Transformers (K. B. Lee) *
Double Strenght (B. Hammer) **

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Only for tonight



(LP Magic Mirror, 2021)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

2021 - RAPPER'S DELIGHT

1. Donda (K. West)
2. Unlearning Vol. 1 (Evidence)
3. TAO (Shad)
4. Soulful Distance (Devin The Dude)
5. All The Brilliant Things (Skyzoo)
6. Imaginary Everything (L’Orange e Namir Blade)
7. Conversation Peace (Damu the Fudgemunk)
8. Doe or Die 2 (AZ)
9. Bushido (Mello Music Group)
10. Big Sleepover (Big Boi)
11. King's Disease II (Nas)
12. The Hour Of Khrysis (Khrysis)
13. Finding Inspiration Somehow (Gift of Gab)
14. The Color Blu(e) (Blu)
15. Arroz (Frank T) / Bface - Egoritmos
16. Rule of Thirds (Planet Asia)
17. Don’t go tellin’ your Mama (Topaz Jones) / A Beautiful Revolution, Pt. 1 & 2 (Common)
18. DPG 4 Life (Tha Dogg Pound)
19. Blacklight (Apollo Brown e Stalley)
20. A Martyr's Reward (Ka)
21. Faygo Baby (Kipp Stone) / South Sinner Street (Solemn Brigham)
22. Autograph (Joell Ortiz)
23. The Off-Season (J. Cole)
24. The Algorithm (Snoop Dogg)
25. Keith's Salon (Kool Keith)
26. Roteiro Pra Aïnouz, Vol. 2 (Don L)
27. Soil (Hiero)
28. Nino Green (Kaimbr e Sean Born) / Stellar Mind (Beneficence e Confidence)
29. Exodus (DMX)
30. Frequency (Lewis Parker)

2021 - CANTIGAS DE AMIGO (PT/LSFN)



1. Independência (Paulo Flores)
2. A Flor da Urtiga (Maria Reis)
3. O Homem Que Viu O Sol (Smoked Hills)
4. Shaitan (Roke)
5. Portal (Marcus Amadeus)
6. Vida Dupla (Rapaz Ego)
7. Assim Como Vai (Sitah Faya e spock)
8. The beginning, the medium, the end and the Infinite (IKOQWE)


Outros (sem ordem): Viver Sensivelmente (Silly), Home Alone (Dirty Bungalow), Limites (Each1), 20.000 Éguas Submarinas (Rui Reininho), Olhos de Vidro (Tekilla), Sem Título (M.A.C.), Rafeiro (Stray), Requiem (Melo D)

2021 - JAMS



Ho Ho Ho... Muito para ler no Ípsilon da última sexta-feira. Merry Funky Xmas


1. Donda (K. West)
2. Music (Benny Sings)
3. Pink Noise (Laura Mvula)
4. Smiling With No Teeth (Genesis Owusu)
5. Unlearning Vol. 1 (Evidence)
6. Independência (Paulo Flores)
7. TAO (Shad)
8. Soulful Distance (Devin The Dude)
9. Seven (Cameron Graves)
10. If It's Any Constellation (Issy Wood)
 
 
Outros (sem ordem): Small Things (Nick Hakim e Roy Nathanson), We Are (Jon Batiste), Daddy's Home (St. Vincent), El Madrileño (C. Tangana), Prosthetic Boombox (Cola Boyy), American Lullaby (Dean Friedman), Open Arms to Open Us (Ben Lamar Gay), In Plain Sight (Neal Francis), An Evening With Silk Sonic (Silk Sonic), Drones (Terrace Martin), BLK VINTAGE (BLK ODYSSY), Colourgrade (Tirzah), Shelley FKA DRAM (Shelley), Love Suite (Contour), Jam & Lewis: Volume One (Jimmy Jam e Terry Lewis), Purest Form (James Francies), Still Sucks (Limp Bizkit), Somewhere Different (Brandee Younger), Sgt Culpepper (Joel Culpepper), Beat Tape II (Benny Sings), Heaux Tales (Jazmine Sullivan), Son (Rosie Lowe e Duval Timothy), Buscando La Vida (Henry Cole & Villa Locura), Talk Memory (BadBadNotGood), Batidas, Rimas e Filmes (Radiola Santa Rosa), VWETO III (Georgia Anne Muldrow), Desafío Candente (Gustavo Cortiñas), Submarine (Wesley Joseph), Intra-I (Theon Cross), Primordial Waters (Jamael Dean), Roseville (Har Mar Superstar), Magic Mirror (Pearl Charles), Black Metal 2 (Dean Blunt), Going Normal (Matt Martians), Big Sleepover (Big Boi), Furto (Vasconcelos Sentimento)

*

Ao contrário das salas de cinema, que, depois de uma longa modorra, conheceram entusiasmante recta final (a grande banda-sonora do ano pertence a A Noite Passada em Soho), 2021 testemunhou um trajecto francamente descendente no que aos discos diz respeito. Sintomaticamente, a esmagadora maioria dos discos capaz de nos roubar um momento de júbilo foi lançada até Setembro/Outubro — por exemplo, Donda. Nem uma pandemia deita abaixo Kanye West, e não falamos apenas na música — em tempo de covid, o americano passou a auto-encenar-se com máscaras grotescas, esquizóides, fascinantes (as fotografias de West captadas por transeuntes na rua, lojas ou aeroportos são do mais espectacular que a pandemia nos deixará em imagens). Algum tempo depois, aparecia com a ex-mas-afinal-ainda-mulher Kim Kardashian nas passadeiras vermelhas, os dois tapados de preto dos pés à cabeça pela mesma altura em que os talibãs recapturavam o Afeganistão e o mundo se apavorava, como se fosse em sua casa (uma home invasion pela TV…), com o regresso das burqas. Um iconoclasta permanentemente reconfigurando a cultura popular cuja longa (e rara) entrevista no programa Drink Champs, em todo o seu excesso (e humor), veremos nos próximos anos samplada por meio mundo.

Uma das grandes revelações do ano (a outra é Genesis Owusu) vem de Birmingham (terra dos Duran Duran, The Streets, Dexys Midnight Runners…). Leia-se revelação cum grano salis, na medida em que Laura Mvula (inglesa de pai jamaicano e mãe de São Cristóvão, no Caribe), com formação clássica em composição, já foi em tempos a next big thing da música inglesa: em 2013, assinava pela RCA (EP She), cujo êxito lhe valeria Sing To The Moon (2013) e The Dreaming Room (2017), ambos com o selo da Sony. E ainda houve arte e engenho para compor para Antony & Cleopatra, apresentada pela Royal Shakespeare Company. Até que… Até que, com apenas sete linhas de um e-mail, ficou a saber que a Sony agradecia os seus préstimos, mas que, enfim, “best regards”, era chegada a hora de zarpar. A inglesa abanou, mas não caiu, e Pink Noise, agora com o beneplácito da Atlantic, não só é o seu melhor disco (como um filho de Michael Jackson e Grace Jones) como se constitui num retumbante tour de force de uma cantora de raiz jazz e gospel por território eighties.

Após dois anos manifestamente vigorosos, o hip-hop (inclusivamente o português) atravessou um período de serviços mínimos que, com umas quantas excepções, trabalho notável algum gerou (obviamente que algumas publicações, especialistas em Política e Contabilidade das Visualizações, se apressam as incluir as patetadas trap nas suas escolhas, mas isso é outra história). Uma delas é Unlearning Vol. 1, do também fotógrafo Evidence. O californiano, passe o eufemismo, não tem tido uma vida fácil (em pouco tempo morreram-lhe a mãe e, logo de seguida, a namorada e mãe do seu filho ainda no berço), e o primeiro tomo desta aparente nova série prossegue o seu introspectivo Budō, um des-nascer em sotto voce, profundo, penetrante (e que nos deve fazer reavaliar se a estética drumless beat, hoje dominante no underground nova-iorquino, não teve origem, afinal, em Los Angeles…). Outros trabalhos para guardar: BLK VINTAGE (BLK ODYSSY), Small Things (Nick Hakim e Roy Nathanson), Colourgrade (Tirzah), Shaitan (Roke), Shelley FKA DRAM (Shelley), American Lullaby (Dean Friedman), O Homem Que Viu O Sol (Smoke Hills), All the Brilliant Things (Skyzoo).

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

2021 - FLICKS



1. Tre piani (N. Moretti)
2. Madres paralelas (P. Almodóvar)
3. Benedetta (P. Verhoeven)
4. Undine (C. Petzold)
5. Bergman Island (M. Hansen-Løve)
6. The Card Counter (P. Schrader)
7. Last Night in Soho (E.  Wright)
8. Halloween Kills (D. G. Green)
9. Malignant (J. Wan)
10. Rifkin’s Festival (W. Allen)


Outros (sem ordem): Minari , La Flor, First Cow, France, Titane, The Human Voice, Miss Marx, Roda da Fortuna e da Fantasia.


O critério adoptado é o de sempre: filmes estreados apenas e só em sala. Carpir o encerramento das salas decorrente da pandemia e depois, na reabertura, ver estreias em casa é peditório para o qual, se alguém já deu, só desperdiçou os tostões necessários para um bilhete de cinema (até os sites que contabilizam as estreias passaram a incluir os néteflicses e quejandos nas suas listas; se não os podes vencer, não te juntes mesmo a eles). Sim, foi um ano que começou mal: ainda se ouviam os ecos das Janeiras e eis que as salas, já de si túmulos fantásticos, se amortalhavam. Depois da reabertura, poucos motivos de regozijo. Só foram chegando mesmo no último semestre, trimestre até, primeiro timidamente (A Ilha de Bergman, Maligno), depois com estrondo (Almodóvar, Moretti, Verhoeven). A Flor poderia ser uma empreitada formidável, as primeiras duas partes (e, em parte, as últimas duas) para isso apontam; depois, vem a redundância, o vazio de ideias, a mesmidade de soluções. É pena. 2021 terminou com Dumbo (1941) (e com a enésima constatação de que a memória é uma cousa tão consistente como um gelado ao sol) – em sala, claro, a da Casa das Artes (Cineclube do Porto). Pela primeira vez desde a estreia de L’arrivée d’un train à La Ciotat (1896), não foi possível mandar calar os faladores na sala – “Oh, Mãe! É um elefante no ar…!”… Casa das Artes onde, aliás, é por estes dias possível visitar a exposição "Mário Bonito: Experimentação do Moderno", por ocasião dos 100 anos do nascimento do cineclubista, cinéfilo, artista e arquitecto portuense. Imperdível. 2022, andiamo!



terça-feira, 21 de dezembro de 2021



(LP Scary Monsters, 1980)

Fashion



(LP Scary Monsters, 1980)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021




(LP No Protection, 1987)

We built this city



(LP Knee Deep In The Hoopla, 1985)






30 ANOS DE THE LOW END THEORY: dossier A Tribe Called Quest + Entrevista Cheryl Boyce-Taylor (poeta, mãe de Phife Dawg)

+ Crónica o que me passa pela cabeça, com Last Night in Soho e Barco Rabelo (1960, Adriano Nazareth)


Links:

Uma tribo à boleia do ritmo | Música | PÚBLICO (publico.pt)

No quarto do filho de Cheryl Boyce-Taylor | Entrevista | PÚBLICO (publico.pt)

Cinema em sala e no museu | Crónica | PÚBLICO (publico.pt)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021



NOS 30 ANOS DE THE LOW END THEORY...

DOSSIER A Tribe Called Quest e entrevista a Cheryl Boyce-Taylor, poeta, mãe de Phife Dawg e autora de "Mama Phife Represents: A Memoir", lançado este ano - sexta-feira no Ípsilon

*

Desde o primeiro dia, uma ideia de busca, procura, aventura… O que os uniu foi isso: a curiosidade pelas tribos que pudessem encontrar pelo caminho, ou, como eles lhes chamaram, pelos paths of rythm. E foram várias: a do jazz, a da poesia, o afrocentrismo, os hippies, a cultura popular, o humor, a História… De todos eles os Tribe foram compinchas, mesmo quando a amizade no interior do grupo perigava. Push it along!

Golden Brown



(LP La Folie, 1981)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

souvenir



(LP Architecture and Morality, 1981)


 

(Nunca percebi aquele plano. Dezembro 2021)




(Maria do Mar, 1930, J. L Barros / From Here to Eternity, 1953, F. Zinnemann)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

You to Me Are Everything




(LP Real Thing, 1976)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Oh it's such a long, long way to Pasadena




(LP Hero, 1975, John Paul Young)


 

(Madres Paralelas, 2021, P. Almodóvar)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

 "Em cima da cama da Rainha, (...) onde a loura, frágil inquilina ocupava apenas um cantinho, estava estendida meia dúzia de camisas de noite, diferentes no corte, na matéria do tecido, na intenção moral. A mais aparatosa delas, pesada de textura e com muito realce de bordado, rígida a ponto de se aguentar de pé sem necessidade de suporte, mostrava, a certa altura, um orifício debruado, e por cima, uma cruz encarnada, e esta legenda em letras escuras: 'Vade retro, Satanás'. A Rainha apontou para ela.
- Achas que vista esta? Todos os confessores a aconselham, e sei de algumas das minhas damas que as usam parecidas.
- Com essa rigidez, senhora, será um embaraço tirá-la. Além disso, essa legenda afugenta o mais afoito.
(...)
- E o senhor acredita que Deus se preocupa se o Rei e a Rainha fornicam nus ou em camisa?
O jesuíta fitou-o, perplexo; a seguir perguntou-lhe, ousadamente:
- Excelência, o senhor acredita em Deus?
O Inquisidor-mor sorriu ternamente, mas o seu sorriso transformou-se num esgar triste.
- Há muitos livros escritos sobre Deus, mas cabem todos numa palavra: ou sim, ou não".

(Crónica do Rei Pasmado, Gonzalo Torrente Ballester)



 

(Adua e le compagne, 1960, A. Pietrangeli / Mulheres de Ginza, 1955, K. Yoshimura)

terça-feira, 30 de novembro de 2021

One Time Love




(LP Superbad, 1987, Chris Jasper)

segunda-feira, 29 de novembro de 2021



(EP Melody/Fantasy, 1983, Plustwo)

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Isto às vezes parece um pesadelo


E não disse mais nada. Beijo-lhe a cabeça. Isto. Os beijos do cumprimento da praxe ou um abraço eram coisas que até esse momento jamais havíamos trocado.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

notes to self



A Metamorfose dos Pássaros **
Halloween ***
A Ilha de Bergman ***
Três Andares ****
O Menino da Ama ***
Mulheres de Ginza ***
Cada um na sua cova ****
A Noite Passada em Soho ***
-------------------------------------
Metáfora ou a tristeza virada do avesso *
Re-Animator **
Tokyo Giants ****
As Estátuas Também Morrem ***
A Story for the Modlins ***
O Auge do Humano ***
O Som em Redor ***
La Noire de... ***


(Last Night In Soho, 2021, E. Wright)

terça-feira, 16 de novembro de 2021


 

Estereoscópio original do século XIX.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021


A descoroçoante cena final de O Menino da Ama (1955, Tomotaka Tasaka) bem joga com a dualidade que o filme, subtilmente, vai estabelecendo entre campo/cidade (num filme pretensamente "político" feito hoje, seria algo da ordem do grito, maniqueísta e demagógico). Na cidade, Hatsu, a Ama, chega para ser, como a sua boca não se cansa de articular, “criada”, “para servir”. E, porém, durante largos minutos, não consegue entrar na casa-fortaleza dos patrões (algum humor aqui, esboço de uma comédia de enganos malgré tout...). É rejeitada, as portas não se lhe abrem; desprezo, indiferença, ofensa são os cartões de visita (o miúdo cumprimenta-a com um tiro de fisga...). Veio para servir e, todavia, não lho permitem, retorcida proibição de vassalagem que só a prepotência concede. Mais tarde, quando o miúdo parte em busca da Ama até à sua distante e agreste aldeia (Akita), as portas estão escancaradas de carinho e atenção (ainda a vassalagem, o culto da tradição e da hierarquia, extensível, como é sabido, às relações de trabalho no arquétipo da empresa japonesa do pós-guerra). As diferenças de uma e outro no acto de penetração em território desconhecido fica por demais evidente (isto é, resultam da mise-en-scène, nunca são “ditas”, outra das qualidades que um filme de hoje em dia não tem inteligência para exercitar). E não só: na cidade, pais desatentos, distantes, e seus filhos mimados, a figura masculina dominante; em Akita, o clã sob tutela matriarcal (contrariando-se a ideia do urbano como lugar “progressista” de uma maior igualdade entre homens e mulheres), miúdos e graúdos em franca cumplicidade.
… Nessa última visita ao miúdo na escola, Hatsu não lhe diz ao que vem. Não se despede. O miúdo, depois de tudo o que viveu com e por ela, não se abstém de a destratar. Novamente. “Se não tinhas nada de especial para dizer, não valia a pena teres vindo”. A classe exploradora (a patroa, tacanha, não se abstém de tirar o mais que consegue da criada pagando-lhe o menos possível) não muda; ou melhor, e como já ouvimos noutros filmes, é preciso que as coisas mudem para que tudo fique na mesma. Uma tomada de consciência, um desencanto resignado com a torpeza das relações humanas naquele pátio de escola árido, vazio do buliço das crianças. Mas, em verdade, não apenas isso (ou não apenas a classe exploradora que não muda...): também o reconhecimento de uma certa dose de responsabilidade da Ama – da “Vítima” – na perpetuação do status quo, visível no modo perfeitamente inexplicável, perfeitamente absurdo, como se abstém de esclarecer o motivo para o casaco do marido da patroa estar no armário do seu quarto (facto que a patroa toma como roubo).
Mas ainda sobre o miúdo na escola… Talvez não... Quiçá tenha justamente pressentido (ou ouvido das conversas dos pais) que se tratava da derradeira despedida e, em negação, finge, "representa" o seu papel (o que lhe cabe na hierarquia social), joga o jogo para ignorar a realidade… Como se, resgatando a sua original posição de superioridade e subjugação, enfim dissesse: Não, não te autorizo a partir, preciso de ti...

sexta-feira, 12 de novembro de 2021


 

5 anos de sons e imagens... Right on brotha


Isto não é bom, isto é muito bom | Crítica | PÚBLICO (publico.pt)

nativo



(LP Toda a gente pode ser tudo, 2016)



"O meu coração bate
Às vezes não sei o caminho que isto leva
Bate
Muitas vezes leva uma pessoa a ficar cega

Na tribo de balança
Nativo da ilha de São Tomé
Onde eu tive uma dança
Mantive-me activo na minha fé
Com um sorriso diferente
P'ra ti, toda a gente
Pensativo, não vivo
Sem o meu livro que me dá as folhas"


 

(Tre Piani, 2021, N. Moretti)

segunda-feira, 8 de novembro de 2021



(LP Easter, 1978)


"Baby was a black sheep baby was a whore
Baby got big and baby get bigger
Baby get something baby get more
Baby baby baby was a rock n roll nigg​er
Oh look around you all around you
Riding on a copper wave
Do you like the world around youAre you ready to behave
Outside of society they're waitin for me
Outside of society that's where I want to be
 
Lenny!
 
Baby was a black sheep baby was a whore
You know she got big. Well she's gonna get bigger
Baby got a hand got a finger on the trigger
Baby baby baby is a rock n roll nigg​er
Outside of society that's where I want to be
Outside of society they're waitin for me
 
Those who have suffered understand suffering
And thereby extend their hand
The storm that brings harm
Also makes fertile blessed is the grass
And herb and the true thorn and light
 
I was lost in a valley of pleasure
I was lost in the infinite sea
I was lost and measure for measure
Love spewed from the heart of me
I was lost and the cost
And the cost didn't matter to me
I was lost and the cost
Was to be outside society
Jimi Hendrix was a nigg​er
Jesus Christ and Grandma too
Jackson Pollock was a nigg​er
Nigg​er nigg​er nigg​er nigg​er
Nigg​er nigg​er nigg​er
Outside of society they're waitin' for me
Outside of society if you're looking
That's where you'll find me
Outside of society they're waitin for me"

quarta-feira, 3 de novembro de 2021






(Re-Animator, 1985, Stuart Gordon)



(LP The Secret of Association, 1984, Paul Young)

terça-feira, 2 de novembro de 2021

 "«Corre por aí, é certo», prosseguiu, «uma teoria que diz que amar é andar em procura da sua própria metade... Mas o que a minha teoria diz é que não há amor de uma metade ou de um todo - a não ser, evidentemente, que por acaso se trate do Bem! Pelo contrário, as pessoas consentem até em amputar os seus pés e as suas próprias mãos se virem que essas partes do corpo lhes são nocivas... Não, o que cada pessoa estima não é, creio, o que faz parte de si (a menos que por 'aparentado' e 'parte de si' se entenda o Bem e o mal, como alheio...), dado que aquilo que os homens amam de verdade não é outra coisa senão o Bem. Ou não achas que é isso?»".

(O Banquete, Platão)

sexta-feira, 29 de outubro de 2021



(LP The Leader, 1983, Fonzi Thornton)

quinta-feira, 28 de outubro de 2021



(LP The Leader, 1983, Fonzi Thornton)

Maybe it's gon' come tonight



(LP Donda, 2021)



Here go all your problems again (I thank God)
Three, two, one, you're pinned (I thank God)
Uncle now he back in the pen' (Hallelujah)
Auntie shut down again
Did she finally come to life? (Thank you, Jesus)
Ever wish you had another life?
Ever wish you had another life?
Ever wish you had another life?
 
Don't you wish the night would go numb?
I've been feelin' low for so long
I ain't had a high in so long
I been in the dark for so long
Night is always darkest 'fore the dawn
Gotta make my mark 'fore I'm gone
I don't wanna die alone
I don't wanna die alone
I get mad when she gone
Mad when she home
Sad when she gone
Mad when she home
Sad when she gone (Loosen right now, the spirit that wants to run)
Floatin' on a silver lining (In the name of Jesus)
Yeah, you know where to find me, ridin' on a silver lining
And my God won't deny me, tell the Devil, "Get behind me"
And all the stars are aligned, lift me up every time
You know exactly where to find me

Hallelujah (Thank you, Jesus)
Hallelujah (Yes)
Hallelujah...
 
Did those ideas ever really come to life?
Make it all come to life
Make it all come to life
Prayin' for a change in your life
Well, maybe it's gon' come tonight
 
Sadness settin' in again
Three, two, one, you're pinned
Uncle right back in the pen'
Tell me how auntie been
Took your thoughts and penciled 'em in
Should've wrote 'em down in pen
And maybe they'll come to life
And maybe they'll come to life
Sadness settin' in again
Three, two, one, you're pinned
Uncle right back to the pen'
Tell me how auntie been
Thoughts, you had penciled 'em in
Probably should've wrote 'em in pen
And maybe they'll come to life
They could finally come to life
They could finally come to life
 
You know where to find me, they cannot define me
So they crucify me, how so fazed when I leave?
Come and purify me, come and sanctify me
You the air that I breathe, the ultra-ultralight beam
Brought a gift to Northie, all she want was Nikes
This is not about me, God is still alive, so I'm free
Floatin' on a silver lining, floatin' on a silver lining
So when I'm free, I'm free


[Thanks, Sam...]

Neptuno




quarta-feira, 27 de outubro de 2021

On third street



(LP Missin' Twenty Grand, 1982, David Lasley)


sexta-feira, 22 de outubro de 2021


(Halloween Kills, 2021, D. G. Green)


"I always thought Michael Myers was flesh and blood, just like you and me, but a mortal man could not have survived what he's lived through. The more he kills, the more he transcends into something else impossible to defeat. Fear. People are afraid. That is the true curse of Michael. (...) You can't defeat it with brute force. (...) It is the essence of evil. The anchor that divides us. It is the terror that grows stronger when we try to hide. If they don't stop him tonight, maybe we'll find him tomorrow. Or next Halloween, when the sun sets and someone is alone. You can't close your eyes and pretend he isn't there. Because he is".

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

 


(O Despiste, 2019)

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

notes to self



Maligno ***
Má sorte no sexo ou porno acidental **
Cry Macho **
Rifkin's Festival ***
France ***
007: Sem Tempo Para Morrer *
First Cow - A Primeira Vaca da América **
Titane **
-------------------------------------
Pauline na Praia (Rohmer) ***
Madame de... (
Ophüls) ***
O Prazer (Ophüls) ****

segunda-feira, 11 de outubro de 2021


(Rifkin's Festival, 2020, W. Allen)

quinta-feira, 7 de outubro de 2021



"That’s equivalent to what Ernest Hemingway called 'The sweat on a wine bottle': if you don’t enjoy how those beads of sweat look, you know, when you pour the white wine out and you taste it, and how your partner looks, and how the sunlight comes through... You missed it”.

(Albert Murray in Jazz, 2001, Ken Burns)

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

hungry heart



(LP The River, 1980)



"Everybody's got a hungry heart
Everybody's got a hungry heart
Lay down your money and you play your part
Everybody's got a hungry heart

Everybody needs a place to rest
Everybody wants to have a home
Don't make no difference what nobody says
Ain't nobody like to be alone"

terça-feira, 28 de setembro de 2021



(LP The Best Of Me, 1998, Andrea Martin)


(longas)
Cronaca di un amore ****
I Vinti ***
La signora senza camelie ****
Le Amiche ****
Il Grido ****
L'Avventura ****
La Notte ****
L'Eclisse ****
Il Deserto Rosso ***
Blow-up *****
Zabriskie Point ****
Chung Kuo, Cina ****
The Passenger *****
Il mistero di Oberwald ***
Identificazione di una donna **
Al di là delle nuvole **
-----------------------------------
(curtas; some missing)
Gente del Po ***
N.U. ***
L'amorosa menzogna ***
Sette canne, un vestito ***
Superstizione ***
Tentato suicido **
Il provino ***
Inserto girato a Lisca Bianca ***
Kumbha Mela **
Roma *
Lo sguardo di Michelangelo ***
Il filo pericoloso delle cose **
-----------------------------------
(speciale)
Fare un film è per me vivere (1995, Enrica Fico) ***

segunda-feira, 27 de setembro de 2021


(Le Plaisir, 1952, M. Ophüls)

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

I know you know it doesn't mean that much to me




(LP The Original Soundtrack, 1975, 10cc)

blow-up



(LP The Original Soundtrack, 1975, 10cc)


"She doesn't need money, she doesn't need diamonds
She's lookin' for pretty things
She doesn't want romance, she doesn't need finance
She's looking for rendezvous
But every time she's going down
She never looks around
I'll wait and watch her with my lens
Until she brings the curtain down
'There behind the keyhole' with my fisheye
I'm back in the darkroom, I'm covered in fixer
I'm making a photograph
I'll send her some postcards, in glorious colour
I'm keeping the negatives
I'll form a letter from the news
With different type from different lines
I'll tell the world about her
I'll mail the People and the Times
«Ooh, it'll be so scandalous for the both of them... but mainly her!»
She showed them her husband, he ordered a dozen
He thought they were fabulous
The one with the ---, the two of the ---
And three of the ---
He sold her to Hefner, who put her in Playboy
He gave her a centre-fold
I made a real blunder, she made it in movies
I made her a superstar"

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

chutes and ladders



(LP FREE MUSIC, 2019, Matt Duncan)

terça-feira, 21 de setembro de 2021





(Maligant, 2021, J. Wan)

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

 


(Pauline à la plage, 1983, E. Rohmer)

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Come to life




“What have you been hearin' from the Christians?”, insistia Kanye West no último disco… A resposta é a mesma que o americano se habituou a dar desde o início da carreira.

"Donda" hoje no Y (abaixo, as capas inicialmente concebidas para o disco mas que, como tantas outras cousas, viriam a ser abortadas)